GeralMarília

Marília perde seis agências e cerca de 150 vagas de bancários nos últimos anos

Para sindicato, tendência de uso dos clientes pelo sistema digital oferece alguns prejuízos

A digitalização dos serviços vem reduzindo a quantidade de agências bancárias em Marília. Foram seis agências fechadas nos últimos anos. De acordo com o Sindicato dos Bancários de Marília e Região, essa redução no atendimento presencial ainda fez reduzir cerca de 150 profissionais do setor.

Das 119,5 bilhões de transações realizadas no setor bancário em 2021 – último dado apurado segundo a mais recente Pesquisa de Tecnologia Bancária -, 67% foram realizadas através do celular ou internet.

Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), essa seria “uma demonstração do elevado grau de digitalização dos usuários bancários, que leva as agências, responsáveis por apenas 3% das transações em 2020, a um importante momento de readequação e redefinição

de papel, adotando cada vez mais um modelo de negócios e consultivo ao invés de uma predominância de atividades transacionais.”

Atualmente, praticamente todas as operações bancárias podem ser feitas de forma eletrônica.

Pelos canais digitais dos bancos é possível fazer pagamentos de contas, transferências, DOCs e TEDs, contratar crédito, investimentos, aplicações, seguros e planos de Previdência, consultas de saldos e extratos e renegociar dívidas, entre outras operações.

Para o presidente do Sindicato dos Bancários de Marília, Edilson Aparecido da Silva Julian, a redução das agências significa perda de qualidade no atendimento ao cliente – que ainda preferem o atendimento presencial, mas principalmente, a redução direta e indireta de vagas de empregos, tanto de bancários como de outros segmentos, como vigilância e limpeza, por exemplo.

“O sindicato tem como dever se mobilizar quando houver um risco ao trabalhador com uma sequência expressiva de fechamentos de agências do mesmo banco ou cidade para tentar reverter ou amenizar os danos causados”, explicou o representante dos bancários.

Em nota, a Febraban ressaltou que a digitalização dos serviços bancários visa atender o novo perfil do consumidor, que busca e encontra comodidade, segurança, e rapidez nos meios eletrônicos dos bancos.

“Cada vez mais os clientes vêm utilizando as agências bancárias como ponto de atendimento e fechamento de negócios, migrando as operações transacionais para os meios digitais, para sua conveniência”.

Julian ressalta que a mudança na forma de atender o cliente alterou também as funções, deveres e inclusive meta dos bancários, que vem inclusive provocando um adoecimento maior na categoria, devido a pressão por resultados e o medo da demissão.

Outro ponto negativo é a perda de um serviço (o presencial) que já existia e pode não existir mais no futuro. “Quando um problema acontece, somente o contato humano, o atendimento presencial e direto, é que melhor se resolve um problema.

Há pouco mais de 5 anos, a cidade contava com 33 agências. Hoje são 27 agências, três unidades de negócio, dois postos bancários e um escritório.

Nos últimos anos o Bradesco fechou uma agência, o Itaú fechou três agências e o Santander

fechou duas agências. A última recentemente, na Rio Branco.

Com a automação dos serviços em máquinas eletrônicas e agora a digitalização por meio de aplicativos de celular fez com que nos últimos 10 anos a categoria de bancários na região de Marília (17 municípios) passasse de 4 mil para 1.000 bancários. Somente em Marília, de 2 mil para 550 bancários.

Fora os empregos indiretos que se perderam. Há 20 anos existiam 25 bancos diferentes em Marília. Hoje são apenas 7 instituições bancárias.

FONTE: JC MARÍLIA

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *