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Entenda como funciona as classes funcionais no esporte paralímpico

Com o crescimento do movimento do esporte paralímpico, que passou a ter suas competições transmitidas por streaming, canais esportivos da TV paga e até mesmo na TV aberta, você já deve ter se perguntado. Qual o critério utilizado para determinar quem compete com quem? Esta pergunta é muito importante e a resposta não é tão simples.

Para isso vamos voltar ao passado, onde tudo começou. O ano era 1945 e o governo britânico incumbiu o médico Ludwing Guttmann para comandar um centro de recuperação para soldados lesionados na Segunda Guerra Mundial. Como ferramenta para realizar o trabalho de reabilitação, o médico e sua equipe adotaram a prática esportiva como método.

Três anos mais tarde nascia os Jogos de Stoke Mandeville, cidade onde se localizava o centro de reabilitação. Dezesseis ex-combatentes, homens e mulheres, disputaram a prova do tiro com arco. A competição continuou acontecendo anualmente e ganhou um caráter internacional em 1952 quando os holandeses demonstraram interesse em participar da competição.

A primeira edição fora da cidade sede inicial, aconteceu em 1960 na cidade de Roma, que naquele ano recebeu os Jogos Olímpicos e os Jogos de Stoke Mandeville. Ali foi o pontapé inicial dos Jogos Paralímpicos, que nessa edição contou com 23 países que competiram em 8 modalidades. Tamanha adesão fez com que as Paralimpíadas passassem a ser realizadas de quatro em quatro anos, assim como as Olimpíadas.

Devido ao grande número de adeptos, das mais diversas deficiências, viu-se necessário a criação de um sistema que assegurasse a legítima participação de atletas com deficiências, independente da natureza e o grau da deficiência. Foi então criado o sistema de classificação funcional, responsável pelo nivelamento entre os aspectos da capacidade física e competitiva, colocando as deficiências semelhantes em um grupo determinado.

O tempo foi passando, as tecnologias de avaliação evoluíram e atualmente o sistema de classificação funcional é constituído por seis grupos diferentes de deficiência, paralisia cerebral, amputados, deficiência visual, lesões medulares, deficiência intelectual e um grupo que inclui todos aqueles que não se enquadram nos grupos acima referidos.

Como já foi dito, o objetivo da classificação funcional é garantir sempre a igualdade de condições na disputa. Para isso são realizados exames físicos, de avaliação funcional, com testes de força muscular, amplitude de movimento articular, medição de membros e coordenação e exame técnico, que consiste na demonstração da prova em si, com o atleta usando as adaptações necessárias. 

Cada modalidade tem um sistema próprio de classificação, com siglas em referência ao nome do esporte ou da deficiência em inglês, além de números que indicam o grau de comprometimento do atleta, quanto menor o número, maior o comprometimento.

Na natação, por exemplo, a letra “S” vem de swimming, natação em inglês e o número que acompanha a letra indica o grau da deficiência.

1–10: atletas com deficiências físicas.

11–13: atletas com deficiências visuais. Os da classe 11 são cegos totais, da classe 12 possuem percepção de vultos e 13 conseguem definir imagens.

14: atletas com deficiências intelectuais.

No atletismo a letra “F” (de field, em inglês) é utilizada para provas de campo, como arremessos e lançamentos.

A letra “T” (de track, em inglês) é utilizada para corridas de velocidade, fundo e saltos. Quanto menor a numeração, maior o grau de deficiência.

T 11 a 13: deficientes visuais

T 20: deficientes intelectuais

T 31 a 38: paralisados cerebrais (31 a 34 para cadeirantes, 35 a 38 para andantes)

T 40 e 41: anões

T 42 a 44: deficiência nos membros inferiores

T 45 a 47 deficiência nos membros superiores

T 51 a 54: competem em cadeiras (sequelas de poliomielite, lesão medular e amputação)

T 61 a 64: amputados de membros inferiores com prótese

F 11 a 13: deficientes visuais

F 20: deficientes intelectuais

F 31 a 38: paralisados cerebrais (31 a 34 para cadeirantes, 35 a 38 para andantes)

F 40 e 41: anões

F 42 a 44: deficiência nos membros inferiores

F 45 a 47: deficiência nos membros superiores

F 51 a 57: competem em cadeiras (sequelas de poliomielite, lesão medular e amputação)

Desta forma o sistema de classificação funcional nas diferentes modalidades do esporte paralímpico está em constante evolução, buscando aprimorar seus métodos proporcionando a participação e a valorização do atleta com deficiência. Assegurando que o nível de treinamento e a habilidade técnica de cada um sejam os fatores decisivos para o sucesso durante as competições.

Agora que você já sabe como funciona a classificação ficará ainda mais prazeroso acompanhar o esporte paralímpico. Vale lembrar que está acontecendo as Jogos Parapan Americanos de Santiago (Chile) com transmissão dos canais SporTV, o canal esportivo da Globo na TV paga.

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