Plano de Contingência da Dengue da Prefeitura de Marília e Secretaria Municipal da Saúde projeta expansão do atendimento ao paciente e do bloqueio ao vetor
Município promove capacitação de todos os enfermeiros da rede e começa a se reunir com diversos setores e secretarias para evitar que cidade entre em epidemia
O novo Plano de Contingência Municipal para Arboviroses da Prefeitura Municipal de Marília (dengue, zika e chikungunya) está em elaboração pelo Grupo de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal da Saúde de Marília. O Grupo realizou na terça-feira, dia 23 de janeiro, a capacitação e treinamento das equipes de Enfermagem de todas as unidades de saúde de Marília para garantir o manejo adequado de atendimento ao paciente com suspeita de dengue no município. A medida busca garantir maior precisão e velocidade na detecção dos casos, para correto tratamento do paciente e consequente ação de bloqueio de vetores, detecção dos focos de contágio, dos locais de criadouro e eliminação das larvas e mosquitos.
O plano de contingência deste ano coloca em debate medidas urgências de readequação dos fluxos de atendimento ao paciente e de bloqueio dos vetores (larvas e mosquitos), com o intuito de frear ou reverter o alto risco de contágio e proliferação de focos da doença já presentes no município. No relatório de doenças de notificação compulsória da terceira semana de 2024, registrando todos os casos ocorridos ou confirmados de 1 a 20 de janeiro, Marília já atinge 162 casos da doença.
Estado de Alerta
O aumento de casos, com focos de contágio em diversos pontos da cidade, já foi detectado desde novembro, quando foi decretado Estado de Alerta para dengue em Marília. Desde então foi ampliada a ação de combate ao vetor. “Agora estamos reavaliando e criando planos de expansão desse fluxo de atendimento ao paciente, para caso aumente muito o número de doentes”, explicou a enfermeira Camila Paris, chefe interina da Vigilância Epidemiológica.
Segundo ela, por enquanto, as 58 equipes municipais de saúde, com duas emergências, somadas à rede privada da cidade são suficientes para atender a demanda de casos que estão surgindo, mas o plano, já deixa preparado ações e investimentos para caso ocorra uma epidemia, como a abertura de ‘polos de hidratação’ para atender o excedente de paciente caso ocorra uma epidemia.
O plano de contingência deve ser concluído em fevereiro, após também ocorrer reuniões de capacitação do corpo médico e acerto de fluxos entre emergências (UPA e PA) e setores privados (Unimed, Santa Casa, ABHU, entre outros), como também o envolvimento de diversas secretarias neste combate para se evitar uma pandemia na cidade. Toda a prefeitura será envolvida, desde a Secretaria Municipal de Limpeza Pública, Secretaria Municipal de Planejamento Econômico, Diretoria de Divulgação e Comunicação, entre outros.
Participação da população
Uma das ações já definidas no plano é a necessidade de promover um maior engajamento da população no combate à dengue, com o manejo adequado de lixo e entulho (não jogar na rua ou terreno baldio), a eliminação de criadouros nas casas, e a colaboração com os agentes de endemias. Um dos principais vilões do combate é a dificuldade de fiscalização de criadouros nos imóveis, por ele estar desocupado, estar sem morador ou negarem o acesso do agente. A maioria dos condomínios de casas e apartamentos negam o ingresso do agente para eliminação dos criadouros.
“Estamos desde novembro implementando ações para reduzir e até evitar que a cidade passe por uma epidemia de dengue, prevendo todos os cenários e se preparando para cada um deles. No entanto, precisamos do empenho de todos, de cada cidadão, ajudando a eliminar qualquer criadouro do mosquito”, pontuou o médico e secretário municipal da Saúde, Dr. Osvaldo Ferioli Pereira.