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Unidades de conservação fecham 2023 com quase 270 mil hectares em áreas manejadas para prevenção de incêndios

O ano de 2023 teve 269.983,53 hectares de áreas em unidades de conservação com ações de prevenção a incêndios florestais. Os dados são fornecidos pela Divisão de Informações Geoespaciais e Monitoramento do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (DGEO/CGPRO/Diman/ICMBio). 

Segundo o coordenador de Manejo Integrado do Fogo (CMIF/CGPRO/Diman/ICMBio), João Paulo Morita, o número “reflete a percepção do MIF como uma estratégia eficaz de prevenção”. De acordo com Morita, a ideia é aumentar a proporção de área manejada sobre a área atingida por incêndios florestais. “Com o MIF, aprendemos que não podemos trabalhar com a completa exclusão do fogo, já que este é um elemento que faz parte da dinâmica biológica do Cerrado. Com as queimas prescritas, mantemos essa dinâmica natural e atuamos na prevenção de incêndios florestais”, diz Morita. 

Os destaques vão para Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins, com mais de 75 mil hectares de área manejada. Os Parques Nacionais do Araguaia (TO), Serra da Canastra (MG) e Chapada das Mesas (MA) também aparecem com bons números de área total com ações de prevenção.  

Na comparação da área de manejo e área atingida por incêndio, os destaques foram o Parque Nacional da Chapada dos Guimarães e a Estação Ecológica das Araras, ambas no MT, e a Estação Ecológica Niquiá (RR), onde as áreas de incêndio florestal correspondem a menos de 1% em relação à área manejada. O ano de 2023 também foi positivo para os parques nacionais de Emas (GO), Parna Serra do Cipó (MG) e Brasília (DF), cujas áreas manejadas chegaram ao triplo do que foi atingido por incêndios. 

Mesmo nas unidades atingidas por incêndios, há resultados a comemorar. Em 2023, o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Goiás, teve apenas três incidentes de combate a incêndios, sendo o mais longo de três dias. “Todos os incidentes no interior do Parque, sem exceção, tiveram seu controle favorecido pelas ancoragens em queimas prescritas”, conta o técnico responsável pela gestão do fogo no parque, Uéslei Pedro.  

Parcerias, articulações e inovações 

Além das queimas prescritas, o ICMBio tem avançado nas parcerias e articulações. “Estas parcerias não são importantes apenas no momento de combate aos incêndios, mas devem funcionar, principalmente, para as ações de prevenção”, avalia Morita. 

Um dos exemplos de parcerias realizadas foi o uso do equipamento sling dragon. Adquirido pelo Ibama, o dispositivo permite o manejo de áreas a partir de ignição aérea, sendo o Parque Nacional do Viruá, em Roraima, a primeira unidade de conservação a realizar o procedimento para queimas prescritas. A ação foi feita graças a uma parceria entre Ibama e ICMBio. “Nós trouxemos colegas de outras unidades do ICMBio, como Estação Ecológica da Serra das Araras (MT), Floresta Nacional de Brasília (DF) e Parque Nacional da Chapada dos Guimarães (MT) para ter esta experiência e ver as possibilidades em diferentes fitofisionomias”, relata Morita. 

“Pudemos acessar regiões de difícil acesso e conseguimos fazer em dois dias um trabalho que demoraria semanas”, relata o analista ambiental Bruno Souza, responsável pelas queimas na unidade. No total, as queimas realizadas em UCs gerenciadas pelo NGI Roraima somam mais de 30 mil hectares (11.421 na Estação Ecológica do Niquiá, 10.012 no Parque Nacional do Viruá e 11.953 hectares na campina externa no entorno imediato do Parque), além de apoio a queimas controladas e limpeza de 25 km de aceiros no Parna.  

Outro bom exemplo de parceria é a experiência na Estação Ecológica da Serra das Araras (MT). Pelo terceiro ano, o ICMBio, em trabalho conjunto com o Comitê Estadual de Gestão do Fogo do Estado do Mato Grosso (CEGE/MT), ligado à Secretaria de Meio Ambiente do Estado do Mato Grosso (Sema/MT), foi autorizado a realizar queimas controladas em propriedades rurais no entorno da unidade.  

Esta autorização proporcionou que fossem realizadas ações de prevenção no Território Quilombola do Vão Grande, formada pelas comunidades Vaca Morta, Baxius, Morro Redondo, Camarinha e Vãozinho; beneficiando 120 famílias.  

Segundo o chefe da unidade, Marcelo Andrade, os benefícios desses acordos são múltiplos. “Podemos elencar o maior pertencimento e consequente responsabilidade de proprietários e comunitários a seus territórios, até a benefícios na gestão do território, já que no nosso planejamento, constatamos que as queimas a partir de propriedades do entorno aumentariam a eficácia das ações de prevenção dentro da UC”. 

PMIF 

O ano de 2023 consolidou um novo dispositivo: os Planos de Manejo Integrado do Fogo (PMIFs), processo iniciado em 2022. “Os PMIF são documentos que organizam a gestão do fogo na unidade, estabelecendo estratégias, prioridades e permitindo à CMIF enxergar como as ações dialogam com as metas institucionais”, conta a técnica administrativa da CMIF, Camila Lobo. “Para concretizar o CMIF, fizemos oficinas de capacitação e temos uma meta de publicar 50% dos PMIFs aprovados em 2024”, completa Lobo. Em 2023, foram publicados 31  PMIFs. Clique aqui para ter acesso a todos os PMIFs. 

FONTE: AGENCIA GOV

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