Apenas 57% das pequenas transportadoras darão aumento aos seus motoristas de caminhão
Enquanto as empresas se preparam para conceder aumentos salariais aos seus funcionários, os maiores em décadas, os trabalhadores do setor de transportes de mercadorias vivem uma situação diferente, publicou a Reuters.
Empresas pequenas de transporte de mercadorias, como a que é dirigida por Ikuko Sakata, sofrem para pagar as contas.
Com sede em Tóquio, a transportadora paga aos cerca de 80 funcionários um salário-mínimo, estimando o salário base em cerca de 280 mil ienes por mês antes das horas extras.
Sakata resume: “Isso é o melhor que podemos fazer.
A situação da empresa de Sakata contrasta com as grandes, como Toyota Motor e Nippon Steel, que garantirão bons aumentos aos seus trabalhadores.
Os trabalhadores das principais empresas pediram aumentos anuais de 5,85%, ultrapassando a marca dos 5% pela primeira vez em 30 anos, de acordo com o maior agrupamento sindical do Japão, Rengo.
O governo japonês espera que os aumentos salariais sejam concedidos também por pequenas e médias empresas, que representam 99,7% de todas as empresas no país, e cerca de 70% da força de trabalho.
As negociações salariais para a maior parte das pequenas e médias empresas deverão ser concluídas até ao final de março.
Uma pesquisa da Câmara de Comércio do Japão revelou que entre as pequenas empresas de transportes apenas 57% deverão conceder algum aumento salarial a partir de abril.
Entre 57%, menos de um terço planeja dar aumento de 3% ou mais.
O governo tomou medidas para reprimir a subcontratação no setor e lançou políticas para aumentar a taxa de frete padrão e garantir que os trabalhadores sejam compensados por tarefas não relacionadas com a condução, numa tentativa de aumentar os salários da indústria em cerca de 10%.
Porém, como em abril deverá entrar em vigor a lei que limita as horas extras para o setor, pode iniciar uma crise no setor, já que os motoristas que dependem justamente destas horas extras para ganhar um pouco mais do que lhes é pago de salário.
O diretor de outra empresa pequena, Tetsuyasu Kondo, na província de Akita, disse que precisa repassar os custos crescentes aos clientes para poder pagar salários mais altos aos funcionários.
Mas pedir para que empresas menores, como a Sakata, paguem mais de salários é o mesmo que lhes propor a perda do negócio.
Sakata acrescentou: “Tentamos negociar aumentos de preços, mas eles nunca são cumpridos integralmente. Na melhor das hipóteses, é de 50% e, na maioria das vezes, de 20% a 30%.”
FONTE: ALTERNATIVA ON LINE