José Taniguti, do Wakayama Kenjinkai, assume a presidência da Kenren
Em Assembleia Geral Ordinária realizada no dia 28 de março, em sua sede, no quinto andar do Edifício Bunkyo, na Liberdade, em São Paulo, a Kenren (Federação das Associações de Províncias do Japão no Brasil) elegeu sua nova Diretoria para o biênio 2024/2025. Para a presidência, foi eleito José Taniguti, de 81 anos, do Wakayama Kenjinkai. Ele assume no lugar de Toshio Ichikawa (Toyama), que ficou no cargo por duas gestões.
Também foram empossados os sete novos vice-presidentes: 1º Vice-Presidente: Alfredo Makoto Ohmachi (Akita); 2º Vice-Presidente: Sergio Masaki Fumioka (Kagoshima); 3º Vice-Presidente: Mitsuyoshi Nagaya (Gifu); 4º Vice-Presidente: Helena Leiko Kawasaki (Shizuoka); 5º Vice-Presidente: Akinori Yoshida (Saitama); 6º Vice-Presidente: Oston Itiro Suga Hirano (Hokkaido) e 7º Vice-Presidente: Mauro Takanori Tada (Iwate).
Além da Diretoria Executiva, foram eleitos 5 membros para o Conselho Fiscal, sendo que os dois mais votados irão compor com Elzo Shigueta (Hiroshima), o Conselho Fiscal Titular; e os demais o Conselho Fiscal Suplente, que assumirão a titularidade daqui a dois anos.
Balanço – Ao jornal Nippon Já, Toshio Ichikawa fez um balanço positivo de seus dois mandatos. Ele assumiu em março de 2020, em um cenário conturbado pela pandemia – a OMS classificou a Covid-19 como pandemia exatamente no dia 11 de março daquele ano. Por conta disso, todos os eventos tiveram que ser cancelados. Com o Festival do Japão, principal evento organizado pela Kenren, não foi diferente.
O evento só voltou a ser realizado dois anos depois, em 2022, com o tema “Do Sonho à Realidade”, justamente em referência à superação pós-pandemia.
“Apesar dos tempos difíceis, podemos dizer que aprendemos bastante. Aprendemos a fazer reuniões virtuais e os idosos também aprenderam a lidar com a tecnologia. Nesse aspecto a pandemia foi positiva”, disse Ichikawa, lembrando que a ajuda da Jica (Japan International Cooperation Agency) também foi muito importante para que não só a Kenren mas também para que muitas associações nikkeis pudessem superar a crise.
Relacionamento com a província-mãe – Para ele, o primeiro Festival do Japão “pós-pandemia” serviu para a retomada de confiança dos kenjinkais. “De lá para cá aconteceram muitos eventos, cerca de 20, com a presença de governadores ou vices das províncias do Japão. Isso mostrou que também o Japão estava retomando sua confiança. Foi um movimento extremamente importante porque os kenjinkais estavam meio parados e a vinda dessas comitivas deu um fôlego maior para as associações”, conta Ichikawa, lembrando que, quando assumiu, uma de suas propostas era buscar um melhor relacionamento dos kenjinkais com suas províncias.
“E isso acabou realmente acontecendo. As províncias mães mostraram que estão interessadas em fortalecer esse relacionamento com os provincianos”, explicou, afirmando que, pessoalmente, também aprendeu muito com as peculiaridades de cada kenjinkai.
Coletivo – Ichikawa destacou também o 1º Encontro do Kenjinkais, realizado nos dias 16 e 17 de março deste ano, no Hotel Terras Altas, em Itapecerica da Serra (SP), com o tema: “Unidos pelo Futuro”. Para ele, o evento, que teve como objetivo analisar os problemas atuais, discutir e propor soluções relativos à Kenren e aos kenjinkais, buscou soluções para os problemas atuais e conseguiu reunir participantes com uma faixa etária “interessante”, dos 30 aos 60 anos.
Segundo Ichikawa, uma das “saídas” apresentadas pelos participantes no Encontro foi a realização de eventos em conjunto. “A tendência é que as atividades sociais sejam realizadas de forma coletiva daqui para frente”, conta, acrescentando que “alguns eventos, como undokais, já são realizados por blocos. “O pessoal está sentindo que vale a pena trabalhar nesta linha”, ressalta Ichikawa, afirmando que “sempre fui otimista”.
“A missão dos veteranos é mostrar que dá para fazer alguma coisa em prol da comunidade. Nós somos o que somos hoje graças aos nossos antepassados. Cabe a nossa geração e às futuras pensar e criar oportunidades para daqui a 10, 20 anos”, diz Toshio Ichikawa.
Preocupação – Para o seu sucessor, o futuro é preocupante. “Temos muitos desafios pela frente porque temos que sair dessa acomodação que aparentemente estamos hoje. Fazer coisas que os nossos antepassados, aqueles pioneiros que fundaram a Kenren – pensavam naquela época, isto é, qual era a proposta da Kenren. Nós temos que resgatar aquele espírito e muitas outras coisas que deixamos de fazer”, frisa José Taniguti, explicando que pretende se reunir com a Diretoria nos próximos dias para saber “o que é mais urgente”.
“A Kenren pertence aos kenjinkais. Teoricamente, a Kenren é uma federação que congrega 47 províncias do Japão. Tem os kenjinkais grandes, como Okinawa, Hokkaido e Hiroshima, e tem também os kenjinkais que enfrentam dificuldades, como os casos de Kyoto e Nara. Ou seja, existem kenjinkais e kenjinkais, mas estamos todos no mesmo barco e temos que ajudar uns aos outros. Nesse sentido, a minha proposta é ajudar aqueles que mais precisam dentro da medida do possível. Mas o que estiver dentro do nosso alcance vamos trabalhar para que os kenjinkais se fortaleçam um pouco mais dentro do espírito de união”, destacou Taniguti, afirmando que a ideia é buscar uma solução consensual.
Ele também citou o 1º Encontro dos Kenjinkais. “Infelizmente nem todos kenjinkais puderam participar, mas já foi um bom começo para tentar buscar uma solução que atenda a todos porque daqui para frente a tendência é que os associados mais antigos envelheçam e, é claro, se não houver uma renovação, os próprios kenjinkais correm risco de um dia desaparecer”, observa Taniguti, acrescentando que a Kenren monitora a situação de perto porque “se os kenjinkais acabarem, a Kenren também deixará de existir”.
Obrigações – O novo presidente da Kenren disse ainda que a entidade tem algumas “obrigações”, como é o caso do Festival do Japão, “que é um evento grandioso, mas que cada vez mais os kenjinkais estão podendo participar devido justamente ao enfraquecimento das associações, principalmente pela falta de voluntários nas cozinhas”.
Alternativas – “Vamos ter que pensar em uma alternativa que possa substituir essa parte da gastronomia. Em São Paulo temos muitos restaurantes japoneses e acredito que isso não seria problema, mas o que nós gostaríamos é que os kenjinkais não ficassem tão ausentes, ao contrário, queremos que os kenjinkais participem cada vez mais do Festival do Japão”, conta Taniguti que, diferentemente de seu antecessor, afirma “ter dúvidas”, se as províncias mães estão, de fato, preocupadas com a situação dos kenjinkais.
“É uma dúvida que nós temos. Sei que o governo da minha província, Wakayama, está preocupada porque me comunico com eles toda a semana. Sei que outros kenjinkais também fazem o mesmo, mas sabemos que – não sei quantos – não estão bem”, diz, destacando que “hoje, muitos kenjinkais estão com dificuldades até de se relacionar com o governo de sua província porque “nós da segunda, terceira e quarta gerações já não temos a mesma habilidade de falar ou escrever em japonês”.
“Desse modo, o relacionamento com o Japão acaba ficando na mão de terceiros, de pessoas que não pertencem aos kenjinkais e que acabam fazendo a ponte. Nós precisamos encontrar uma solução para tentar revitalizar essa relacionamento com província mãe”, pondera Taniguti, explicando que a Kenren mantém ainda outras atividades muito importantes como, por exemplo, a conservação e manutenção dos monumentos em Santos e no Parque do Ibirapuera, em São Paulo. “São legados que nossos antepassados deixaram e que precisamos conservar”, diz.
DIRETORIA DA KENREN PARA O BIÊNIO 2024-2025
Presidente: José Taniguti – Wakayama
1º Vice-Presidente: Alfredo Makoto Ohmachi – Akita
2º Vice-Presidente: Segio Masaki Fumioka – Kagoshima
3º Vice-Presidente: Mitsuyoshi Nagaya – Gifu
4º Vice-Presidente: Helena Leiko Kawasaki – Shizuoka
5º Vice-Presidente: Akinori Yoshida – Saitama
6º Vice-Presidente: Oston Itiro Suga Hirano – Hokkaido
7º Vice-Presidente: Mauro Takanori Tada – Iwate
1º Tesoureiro: Minoru Nishiyama – Saga
2º Tesoureiro: Ricardo Yukio Yokoyama – Aichi
1º Secretário: Tereza Midori Sugimoto – Nagano
2º Secretário: Kan Wakabayashi – Hyogo
Conselheiros Fiscais Titulares: Odinete Keiko Yano Nagayama (Ehime), Olívio Heiji Sawasato (Tochigi)
Conselheiros Fiscais Suplentes: Erina Kiyomi Takebe (Ishikawa), Marcelo Kazuo Ariga (Gunma) E Francisco Noriyuki Sato (Fukushima)
FONTE: NIPPON JÁ