Maioria dos estados segue em tendência de estabilidade ou queda na incidência da dengue
Neste momento, a maior parte do país está em cenário menos agressivo na incidência de dengue. Há 13 estados em estabilidade: Rondônia, Pará, Amapá, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e São Paulo. Já a tendência de queda está no Acre, Roraima, Amazonas, Tocantins, Goiás, Distrito Federal, Piauí, Minas Gerais e Espírito Santo. Apenas Alagoas, Bahia, Maranhão, Pernambuco e Sergipe apresentam tendência de aumento.
Os dados foram confirmados nesta terça-feira (9) pela secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, em entrevista coletiva concedida na sede do Ministério da Saúde. Ela reforçou, no entanto, que não é o momento de baixar a guarda no combate ao Aedes aegypti , e convidou a imprensa a continuar o trabalho de orientação à sociedade quanto à eliminação dos criadouros do mosquito.
A secretária também deu recomendações às pessoas que apresentarem sintomas de dengue. “Todos que observarem sinais e sintomas como febre, dor de cabeça ou algum mal-estar, é muito importante que busquem uma unidade de saúde para que seja feito o diagnóstico correto. As mortes por dengue são evitáveis”, reforçou a secretária.
O trabalho dos agentes de combate a endemias (ACEs) também tem sido fundamental para que o país tenha alcançado um cenário melhor atualmente. Os ACEs estão na linha de frente no combate ao mosquito, visitando as residências e orientando a população.
“Somos esses profissionais diferenciados porque estamos na ponta no dia a dia. Sabemos onde estão as pessoas que estão apresentando os sintomas. Além disso, somos os profissionais que levam a informação e somos respeitados e ouvidos pela nossa comunidade”, destacou, durante a entrevista, Hilda Angélica, presidente da Confederação Nacional dos Agentes Comunitários de Saúde e dos Agentes de Combate às Endemias.
Confira a apresentação de slides da entrevista
Acesse os informes de casos de arboviroses
Sinais e sintomas
A dengue é uma doença febril aguda e que causa debilidade. A maioria dos doentes se recupera, porém, parte deles podem progredir para formas graves, inclusive virem a óbito. O Ministério da Saúde reforça, no entanto, que praticamente todas as mortes pela doença são evitáveis, dependendo, na maioria das vezes, da qualidade da assistência prestada e organização da rede de serviços de saúde.
Todas as pessoas que apresentarem febre (39°C a 40°C) de início repentino e apresentar pelo menos duas das seguintes manifestações – dor de cabeça, prostração, dores musculares ou articulares e dor atrás dos olhos – devem procurar imediatamente um serviço de saúde. O ministério reforça que ninguém deve fazer uso de medicamentos sem conhecimento médico porque isso pode agravar os sintomas.
COE Dengue
Neste mês, o Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública para Dengue e outras Arboviroses (COE Dengue) completou dois meses de atuação. O grupo tem como principais atribuições o planejamento, organização, coordenação e controle das medidas a serem adotadas durante a resposta às emergências, bem como a articulação com gestores locais. O COE segue em atuação enquanto o país continuar em alerta.
Desde a criação do órgão, houve ações importantes para o enfrentamento da doença no país, como a parceria entre os ministérios da Saúde e o da Educação para o projeto Saúde na Escola. Serão 20 semanas de atividades nas comunidades escolares, com 25 milhões de estudantes sendo orientados em mais de 102 mil instituições públicas de ensino.
Também foi lançado o “Manual de Prevenção, Diagnóstico e Tratamento da Dengue na Gestação e no Puerpério” com foco nos profissionais de saúde. Em março, o Ministério da Saúde promoveu o ‘Dia D de combate à dengue’ em todo o país.
Embora ainda não haja doses suficientes para a maior parte da população, o Brasil também já conta com os primeiros lotes dos imunizantes para a prevenção da doença. A terceira remessa de vacinas já está sendo utilizada para repor as doses remanejadas entre os municípios. A iniciativa busca otimizar a aplicação.
Apoio aos estados e municípios
Até o momento, o Ministério da Saúde liberou R$ 134,2 milhões, por meio de portarias, como apoio para enfrentamento a emergências para os seguintes estados além do Distrito Federal: Acre, Amapá, Goiás, Espírito Santo, Minas Gerais, Santa Catarina, São Paulo, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. Também foram contemplados mais 420 municípios. O investimento pode ser multiplicado e aumentado em outras parcelas, a depender do plano de execução apresentado pelos entes pedirem o apoio emergencial. Os recursos são parte do R$ 1,5 bilhão reservado para este fim.
A pasta também destinou mais de R$ 300 milhões para o incremento financeiro federal do Componente Básico da Assistência Farmacêutica no Sistema Único de Saúde (SUS). A recomposição do orçamento se dará por meio de aumento retroativo e contempla medicamentos que tratam sintomas da dengue. Foram promovidas, ainda, visitas técnicas para dar apoio às ações de vigilância, controle vetorial e assistência nos municípios de Ribeirão Preto e Campinas, no estado de São Paulo.
Por: Ministério da SaúdeLink: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2024/abril/maioria-dos-estados-segue-em-tendencia-de-estabilidade-ou-queda-na-incidencia-da-dengue