Intervenção do governo para conter queda do iene pode ter chegado a ¥5 trilhões
O governo do Japão pode ter gastado cerca de 5 trilhões de ienes (32 bilhões de dólares) na segunda-feira (29) em intervenções no mercado cambial, para conter a desvalorização excessiva do iene frente ao dólar americano, mostraram dados do banco central e de fontes do mercado na terça-feira (30), publicou a Kyodo News.
Até o momento o governo não confirmou a intervenção, depois que o iene caiu para ¥160, a maior desvalorização em 34 anos, e depois voltou para a faixa de ¥154, em um curto espaço de tempo.
A suposta intervenção de compra de ienes e venda de dólares poderia ter sido próxima dos 5,62 biliões de ienes que o Japão gastou na sua incursão no mercado em 21 de Outubro de 2022, sendo a maior em um único dia.
O Japão conduziu três intervenções em 2022, totalizando quase 9,2 trilhões de ienes.
O último número foi calculado analisando a diferença entre as estimativas do sector privado sobre o saldo da balança corrente do Banco do Japão e as fornecidas pelo próprio banco central.
Diariamente o Banco do Japão divulga uma estimativa do saldo de conta corrente, com uma revisão final comunicada dois dias úteis depois. Na terça-feira estimou uma queda de 7,56 trilhões de ienes devido a fatores fiscais, muito maior do que a queda de 2,05 trilhões a 2,3 trilhões de ienes projetada por fontes do mercado. A lacuna pode indicar a dimensão da intervenção no câmbio.
A expectativa é de que o Ministério das Finanças divulgue dados sobre a intervenção cambial no final de maio.
Embora os investidores acreditem que houve de fato uma intervenção, o vice-ministro de Finanças, Masato Kanda, não confirmou publicamente. Mas deixou claro que o golpe negativo causado pela volatilidade excessiva do iene no custo de vida “não pode ser tolerado”.
Como consequência dessa desconfiança, o dólar foi negociado na terça-feira em torno de 157 ienes, um sinal de que os investidores estão cautelosos.
A diferença nas taxas de juro entre o Japão e os Estados Unidos tem sido um dos principais fatores de enfraquecimento do iene, uma vez que a banco central dos EUA, o Federal Reserve, aumentou agressivamente as taxas para controlar a inflação.
O Banco do Japão, que avançou com a sua primeira subida das taxas em 17 anos em março, deverá manter a sua política monetária por enquanto.
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FONTE: ALTERNATIVA ON LINE
