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Marília fecha oito agências nos últimos anos, com fim dos serviços presenciais aos clientes

Sindicato critica fechamento de agências, que resultaram em demissões de bancários e prejuízo no atendimento ao correntista

O Sindicato dos Bancários de Marília e Região lamenta o crescente fechamento de agências bancárias em Marília, que nos últimos anos, encerrou as atividades de oito unidades da cidade. Atualmente, a cidade conta com apenas 28 agências, com muitas delas sendo apenas unidades de negócios, sem movimentação de dinheiro em espécie, caixa ou necessidade de segurança. É estimado que 10% dos empregados do setor na cidade tenham perdido seus empregos ou obrigados a se transferir, muitas vezes para outras cidades.

Para o presidente do Sindicato dos Bancários, Edilson Julian, é uma tendência, que resultará em redução do quadro de funcionários e de perda da qualidade do atendimento presencial. “Pior, o cliente não deve ter mais onde nem sacar dinheiro. O Bradesco em Marília só oferece duas agências com caixas, o Itaú, apenas uma agência. Já o Mercantil, sua agência não mexe mais com dinheiro, só faz negócios”, explicou.

O cenário bancário brasileiro vem enfrentando uma transformação radical com o fechamento em massa de agências físicas. Instituições renomadas como Itaú, Bradesco, Santander e Banco do Brasil encerraram mais de 2.500 agências entre 2020 e 2022. Essa mudança está redefinindo inclusive a forma como os bancos se relacionam com seus clientes.

Segundo um levantamento da Ável Investimentos, com base em dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), no primeiro trimestre de 2023, 256 unidades foram encerradas.

O movimento acabou levando ao desemprego mais de 14 mil bancários, estima uma pesquisa da Dieese. Em toda a base do sindicato de Marília e região, a categoria que era de 1.000 bancários, agora são apenas 900.

Embora alguns perfis de clientes, como idosos e pessoas em situação de vulnerabilidade, não estejam tão acostumadas a lidar com ferramentas tecnológicas, o Banco Central não estabelece um número mínimo de agências bancárias que as instituições financeiras tradicionais têm que manter em cada região. E os bancos tradicionais estão investindo cada vez mais na interface digital.

Mesmo o Banco do Brasil, que no ano passado abriu mais agências que fechou, já possui 93,1% das operações dos clientes realizadas por meio dos canais digitais.

No Bradesco, com 98% das transações digitais, transformando maioria das agências em unidades de negócios.

Em vez de fechar, o Santander vem transformando algumas agências em um tipo de estabelecimentos multiuso, muito diferente das agências convencionais. O novo modelo já está em 12 cidades do país. No espaço original da agência, saem balcões, mesas e estofados e entram uma cafeteria e um espaço de coworking aberto ao público, o WorkCafé.

Uma unidade de atendimento com funcionários do banco é apenas uma das funções ali, ocupando uma parte limitada do espaço.

O Itaú, que estima que 80% das transações de seus clientes sejam on-line, implementa um plano que pretende adaptar e modernizar toda a rede de atendimento até 2025. O banco

diz que a ideia é que as agências tenham um novo formato, “numa configuração mais moderna e acolhedora”, voltada, por exemplo, para aconselhamento sobre investimentos e planejamento financeiro.

FONTE: JC MARÍLIA

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