Tunisina ganha prêmio por investigações de crimes contra civis e forças de paz
O prêmio da ONU de Oficiais Pioneiros de Justiça e Correção de 2024 foi concedido para a major Ahlam Al-Douzi, que atua na Missão de Estabilização das Nações Unidas na República Democrática do Congo, Monusco.
A cerimônia de premiação, realizada nesta terça-feira na sede da ONU em Nova Iorque, reconheceu a atuação dela à frente de diversas investigações técnicas sobre crimes graves que ajudaram a identificar os responsáveis.
Luta contra a impunidade
A tunisina Ahlam Al-Douzi é especialista em armas e munições e desenvolveu análises forenses a respeito de crimes que envolvem ataques contra civis e forças de manutenção da paz.
Em entrevista para a ONU News, ela declarou que o reconhecimento a encoraja a “continuar o que começou e aspirar a maiores responsabilidades e mais realizações”.
A major destacou que em seus três anos de serviço na Monusco, teve a oportunidade de contribuir para “lutar contra a impunidade em crises e em ataques graves cometidos contra as forças de manutenção da paz da ONU”, especialmente em incidentes críticos em Kivu do Norte.
Ahlam Al-Douzi disse que suas contribuições forneceram “informações valiosas” sobre as circunstâncias específicas de ataques contra civis em manifestações e a comboios da ONU, e sobre o armamento utilizado.
ONU/Mark Garten
Major Ahlem Douzi, vencedora do Prêmio da ONU para Oficiais Pioneiro de Justiça e Correções, dirige-se aos participantes da cerimônia de premiação
Apoio à justiça congolesa
Como a primeira especialista em armamento e munições atuando na Monusco no Departamento de Apoio à Justiça, a oficial da ONU também presta assistência logística e técnica à justiça militar congolesa.
O trabalho envolve apoio às autoridades militares e judiciais através de conhecimentos técnicos de ponta para investigações. A especialista também organiza sessões de sensibilização e formações em conhecimentos de balística e armas.
A oficial tunisina trabalhou na capital, Kinshasa, durante seis meses, e depois mudou-se para Goma, uma área congolesa “marcada por conflitos constantes e onde abundam os crimes, especialmente contra membros da missão de manutenção da paz”.
Al-Douzi disse que trabalhar como mulher solteira em uma área dominada por homens é definitivamente um desafio. Mas, segundo ela, também representa uma oportunidade para quebrar as barreiras de gênero e abrir caminho para outras mulheres que aspiram seguir carreiras em áreas semelhantes.
O Prêmio Pioneiro da ONU é atribuído a oficiais do sexo feminino que trabalham no domínio da justiça e de instituições corretivas.
FONTE: ONU NEWS