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Testes de segurança da Toyota não atendem as regras da ONU, diz ministério

O Ministério dos Transportes informou que seis casos de má conduta da Toyota Motor Corp., relacionados à certificação de veículos, violaram não apenas os padrões nacionais, mas também os regulamentos das Nações Unidas, publicou o Yomiuri.

Os regulamentos da ONU são padrões internacionais de segurança e ambientais seguidos por 62 países e regiões, como o Japão, Coreia do Sul e nações da Europa.

Como os regulamentos nacionais para automóveis do Japão estão de acordo com os das Nações Unidas, é muito provável que as irregularidades resultem na proibição dos fabricantes de produzirem em massa os veículos envolvidos no escândalo na Europa e em outros lugares.

Ações administrativas

Na segunda-feira (10), o Ministério anunciou que cinco fabricantes de veículos cometeram má conduta na certificação de seus modelos – um requisito para a produção em massa de automóveis e motocicletas.

Após as inspeções realizadas nas sedes das montadoras, o Ministério usará os resultados para avaliar ações administrativas com base na Lei de Veículos de Transporte Rodoviário.

No caso dos modelos da Toyota, foram encontradas as seguintes irregularidades: (1) testes de colisão frontal, que avaliam o grau de proteção dos passageiros; (2) testes de desempenho de proteção para cabeça e pernas de pedestres; (3) testes de colisão traseira; e (4) testes de potência do motor.

Esses testes também estão incluídos nos regulamentos de veículos da ONU, o que significa que as irregularidades na Toyota violam não apenas as regras domésticas, mas também as da ONU.

Com relação ao teste de proteção de pedestres destinado a medir o impacto na cabeça de uma pessoa atropelada por um carro, a Toyota informou em entrevista coletiva em 3 de junho que a empresa usou seus dados de teste de desenvolvimento, que utilizam um ângulo de impacto de 65° em vez de 50°.

Ainda que a montadora tenha pedido desculpas e dito que deveria ter realizado o teste mais uma vez com um ângulo de impacto de 50°, alegou que 65° era um teste mais rigoroso.

Fontes ligadas ao governo disseram que o rigor do teste de segurança leva em conta fatores como o formato do capô do carro, enquanto a diferença no ângulo por si só não é um ponto determinante.

Versão da Toyota

A Toyota garantiu que outros testes foram conduzidos sob condições mais rigorosas do que as exigidas.

O governo considera que é impossível dizer se isso foi verdade em todos os casos. Mas leva em conta que é altamente provável que a Europa e outras regiões considerem a má conduta da Toyota uma violação dos regulamentos.

Alguns fabricantes pediram ao governo para simplificar o sistema de certificação de veículos, para garantir uma maior competitividade internacional e por outros motivos.

No entanto, o governo considera que se assim fosse feito, conduziria a uma perda de reconhecimento mútuo para os fabricantes nacionais, o que afetaria negativamente as suas operações no exterior.

As cinco empresas acusadas de falsificar dados de certificação, Toyota, Mazda Motor Corp., Yamaha Motor Co., Honda Motor Co. e Suzuki Motor Corp., insistem que os 38 modelos envolvidos no escândalo atendem aos padrões nacionais e que as pessoas podem continuar a dirigi-los sem problemas.

Mas o Ministério deverá conduzir seus próprios testes. A descoberta de um desvio dos padrões governamentais pode desencadear um recall dentro e fora do Japão.

Foto: iStockphoto

FONTE: ALTERNATIVA ON LINE

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