Lançamento de livro marca os 25 anos de filantropia da Fundação Kunito Miyasaka
Constituída em 21 de outubro de 1998 por ex-funcionários do Banco América do Sul – um dos últimos símbolos da comunidade japonesa – com a missão de “aproximar culturas, nações”; “transformar pessoas” e “promover o desenvolvimento sustentável”, a Fundação Kunito Miyasaka está comemorando 25 anos de filantropia a serviço da cultura, do meio ambiente e das pessoas. E é justamente esse o título do livro lançado no último dia 14, no salão nobre do Bunkyo – Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social – no bairro da Liberdade, em São Paulo, para marcar o seu Jubileu de Prata.
A cerimônia contou com a presença do cônsul geral do Japão em São Paulo, Toru Shimizu; da cônsul Adjunta; Chiho Komuro; do presidente do Bunkyo, Renato Ishikawa; do vereador Aurélio Nomura; do presidente da Kenren – Federação das Associações de Províncias do Japão no Brasil – José Taniguti e da Diretoria da FKM, entre eles o presidente Roberto Yoshihiro Nishio; do presidente do Conselho Curador, Keizo Uehara; do presidente do Conselho Diretor, Teodoro
]Tutomu Sato e do Superintendente, Ykuo Tamaru. Também estavam presentes Reinaldo Yamada (neto de Carlos Yoshiyuki Kato) e Ana Harumi Yamagata (neta de Kunito Miyasaka) – fundadores do Banco América do Sul – e Apolonio Sales, filho do publicitário Luiz Marcelo Dias Sales – que presidiu a FKM de 1998 a 2000 – e neto do professor, engenheiro agrônomo, ex-senador (1947-1951 e 1951-1959) e ex-ministro da Agricultura (1942-1954), Apolônio Jorge de Farias Sales, que também presidiu o Banco América do Sul.
Homenagem – Foram produzidos cerca de mil exemplares que serão distribuídos gratuitamente às entidades culturais, assistenciais, esportivas e kenjinkais. Com projeto editorial e textos da jornalista Marleine Cohen, a publicação tem 235 páginas ricamente ilustrada com fotos. Além do atual presidente da FKM, assinam o prefácio o embaixador do Japão no Brasil, Teiji Hayashi; o cônsul geral do Japão em São Paulo, Toru Shimizu e o presidente do Bunkyo, Renato Ishikawa.
Para ler e guardar – Mais que uma obra comemorativa sobre os 25 anos da Fundação, o livro é para ser lido, relido e guardado, pois trata-se de uma homenagem à própria saga da imigração japonesa no Brasil.
Como destaca em sua mensagem o embaixador do Japão, Teiji Hayashi, o nome da Fundação é uma homenagem a Kunito Miyasaka, “um visionário que acreditava na união dos povos e na formação de pessoas através do intercâmbio entre o Brasil e o Japão”. E, passados 25 anos, a instituição tem-se mantido fiel às suas raízes.
Tripé – Para Renato Ishikawa, desde que o Bunkyo foi fundado, “falava-se do tripé formado pela Cooperativa Agrícola de Cotia, Cooperativa Agrícola Sul-Brasil e Banco América do Sul, que eram a base de sustentação dos eventos promovidos não só pelo Bunkyo, como também por outras entidades nipo-brasileiras”.
“Na década de 1990, o desaparecimento dessas empresas, não só acarretou inúmeros problemas, bem como obrigou as entidades a buscarem outras fontes alternativas de captação de recursos para poder sobreviver. Nesse contexto, registramos a constituição, em 1998, da Fundação Kunito Miyasaka voltada à divulgação da cultura japonesa no Brasil por meio da prestação de assistência de caráter humanitário, educacional, esportivo, cultural e ambiental”, lembrou Renato Ishikawa. Segundo ele, “desde então a Fundação Kunito Miyasaka tem sido nossa fiel parceira, ajudando a viabilizar nossos projetos, tanto de cunho cultural como de natureza assistencial”.
Socorro – E citou como exemplo o suporte financeiro dado pela FKM para a realização de eventos como o Gueinosai – Festival de Música e Dança Folclórica Japonesa – e para o também Festival de Danças Folclóricas Internacionais. Além disso, o apoio da Fundação tem possibilitado ao Bunkyo ministrar semestralmente o curso de orientação aos cuidadores de idosos. “Em 2020, 2021, o socorro que a Fundação nos proporcionou durante o fechamento da entidade por conta da pandemia foi de extrema valia para garantirmos a sobrevivência financeira da entidade”, disse o presidente do Bunkyo.
Voto de Júbilo – Já o vereador Aurélio Nomura lembrou os grandes nomes que passaram pela Fundação Kunito Miyasaka, como o do publicitário Luiz Marcelo Dias Sales. “Desde o início, a Fundação é integrada por pessoas altamente relevantes e de grande capacidade profissional”, destacou o parlamentar,.
Na sequência, ele convidou os assessores parlamentares dos vereadores George Hato e Rodrigo Goulart para que subissem ao palco do salão nobre e participassem da entrega do Voto de Júbilo e Congratulações em nome da Câmara Municipal de São Paulo à Fundação Kunito Miyasaka.
Legado – O cônsul geral Toru Shimizu, que chegara um dia antes do Japão, ressaltou o apoio contínuo da Fundação Kunito Miyasaka “às publicações sobre a educação japonesa e o desenvolvimento da comunidade nikkei, como também pelo extraordinário Parque Ecológico Imigrantes”.
“Muito além de ser um registro de trajetória e das ações transformadoras às quais a fundação vem se dedicando ao longo destas décadas, esta obra homenageia a memória dos imigrantes japoneses que escolheram este belo país como sua segunda casa, nos deixando-nos um exemplo de determinação, integração cultural, trabalho árduo e compromisso como bem-estar coletivo”, disse Toru Shimizu, que manifestou sua felicidade em constatar que os ideais e o legado de pioneiros como Kunito Miyasaka continuam a ser transmitidos para as gerações futuras e a impactar positivamente a comunidade nikkei e a sociedade brasileira como um todo.
Significado – Ao jornal Nippon Já, o diretor do Escritório Regional de Marília, Walter Ihoshi, destacou que o momento era de celebrar, de agradecer e homenagear os 25 anos da Fundação Kunito Miyasaka. “Hoje, nesse evento, aprendi mais ainda o significado dessa Fundação, a sua origem e os seus propósitos”, disse Ihoshi. Deputado federal por três mandatos, ele explicou que “nós, que sempre participamos de eventos da comunidade japonesa por todo o Estado de São Paulo, sempre ouvimos citações do nome da Fundação Kunito Miyasaka e de seu presidente, Roberto Nishio, que é muito atuante, muito correto e que cuida desse patrimônio com muita responsabilidade”, comentou Ihoshi.
Preocupação – Em seu discurso, Roberto Nishio lembrou que a Fundação Kunito Miyasaka nasceu da preocupação do então presidente do Banco América do Sul, Kohei Denda, com os destinos das entidades nipo-brasileiras, com a extinção do banco, que acabara de ser vendido e era o último dos grandes símbolos da comunidade que davam suporte à comunidade nikkei.
Voluntariado – “Assim, a Fundação foi concebida para contribuir com as entidades beneficentes nipo-brasileiras para o desenvolvimento de suas atividades nas áreas da cultura, do esporte, da assistência social e também para contribuir com a preservação do meio ambiente”, recordou Nishio, acrescentando que “não distante das enormes dificuldades enfrentadas, graças ao empenho e a convicção de todos os voluntários que ocuparam cargos na Presidência, nos Conselhos Curador e Diretor em fazer a Fundação cumprir seus objetivos, hoje estamos aqui celebrando, com muito orgulho e satisfação, o seu Jubileu de Prata, os primeiros 25 anos de atividades”.
Segundo Nishio, nesses primeiros 25 anos, a Fundação teve a felicidade de participar de vários projetos e eventos desenvolvidos pelas entidades da comunidade nikkei, as quais ele agradeceu por terem concedido à instituição “a oportunidade de cumprirmos o objetivo de contribuir com entidades beneficentes da comunidade nikkei para o desenvolvimento de suas atividades”.
Parque Ecológico Imigrantes – “Em 2018, inauguramos o Parque Ecológico Imigrantes (PEI), na Rodovia dos Imigrantes, em São Bernardo do Campo, oferecendo-o à sociedade brasileira como um presente da comunidade nipo-brasileira em comemoração aos 110 Anos da Imigração Japonesa no Brasil em agradecimento à acolhida aos pioneiros japoneses e a oportunidade propiciada aos seus descendentes, hoje plenamente integrados ao país”, explicou Nishio, lembrando que, embora concluído e inaugurado em sua gestão, o PEI foi implantado “graças à tenacidade do Dr Antônio da Silva Rosa Neto que, sucedendo aos Dr Luiz Sales, me antecedeu na presidência da Fundação Kunito Miyasaka”.
Proteção – “É o grande legado da Fundação Kunito Miyasaka nestes celebrados 25 anos de trabalho”, assegurou Nishio, afirmando que a escolha do nome de Kunito Miyasaka para ser o patrono da Fundação “foi extremamente feliz e, com toda certeza, ele abençoou e protegeu todas as ações desenvolvidas pela Fundação ao logo desses 25 anos”.
Carlos Yoshiyuki Kato – Nishio também lembrou que esteve recentemente na cidade de Assaí, no Paraná, sua terra natal, para participar de uma sessão solene em homenagem a Carlos Yoshiyuki Kato, “amigo e parceiro de Kunito Miyasaka em todos os empreendimentos por ele desvolvidos no Brasil, principalmente na administração e assentamento de imigrantes japoneses nas fazendas Tietê – hoje cidade de Pereira Barreto – Bastos – atualmente cidade de Bastos, Aliança – importante bairro da cidade de Mirandópolis – e Três Barras, que deu origem à cidade de Assaí”.
Na sessão solene ao saudoso Carlos Yoshiyuki Kato, convocada pela vereadora Sandra Maria de Souza – e que contou com a presença da reportagem do jornal Nippon Já – foi outorgado in memoriam o título de Cidadão Honorário em reconhecimento a sua importante atuação para a fundação de Assaí, resgatando a importância de uma personalidade relevante na história da imigração japonesa no Brasil.
“Através da ação e atuação da Fundação Kunito Miyasaka, é nosso dever manter vivas e sempre lembradas as memórias dos senhores Kunito Miyasaka e Carlos Yoshiyuki Kato”, frisou Roberto Nishio, que finalizou sua fala convidando o público para o início da caminhada rumo ao Jubileu de Ouro da Fundação Kunito Miyasaka.
O presidente da Kenren, José Taniguti, comandou o tradicional brinde.
Onde adquirir – Mais informações sobre onde adquirir o livro podem ser obtidas na própria Fundação Kunito Miyasaka pelo telefone: Fone: (11) 3147-2300.
(Aldo Shiguti)