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Voz fiel ao cancioneiro da bossa nova, Wanda Sá chega hoje aos 80 anos com disco de músicas inéditas no horizonte

 Em 1964, quando tinha 20 anos, Wanda Sá lançou o primeiro álbum, Wanda vagamente, disco produzido por Roberto Menescal que se tornaria cultuado com o tempo.

Naquele mesmo ano de 1964, Nara Leão (1942 – 1989) debutou no mercado fonográfico com um primeiro álbum que, mesmo com a sonoridade da bossa nova, veio com repertório distanciado do universo sal-céu-sol-sul do movimento que irrompera em 1958 e que abarcara tanto Nara quanto Wanda, ambas amigas e parceiras de Menescal em discos e shows.

Nara Leão seguiu por outros caminhos musicais até se reconciliar definitivamente com a bossa em discos da década de 1980. Cantora de origem paulistana, mas de criação e alma musical carioca, Wanda Sá permaneceu como uma voz macia associada à bossa nova, a cujo repertório sempre foi fiel.

Assim como a bossa, a cantora foi para os Estados Unidos ainda nos 1960 antes de interromper a carreira por duas décadas para se dedicar ao casamento com Edu Lobo e aos três filhos gerados dessa união. Wanda somente retomou a carreira fonográfica nos anos 1990, quando a bossa nova já voltara a ser valorizada no Brasil em discos e shows saudosistas com repertórios revisionistas.

Nascida Wanda Maria Ferreira de Sá em 1º de julho de 1944, a cantora chega hoje aos 80 anos com álbum de músicas inéditas no horizonte.

Com participação do recorrente Roberto Menescal, o disco trará no repertório músicas como Juntinho, primeira parceria póstuma de Nando Reis com João Donato (1934 – 2023). A letra de Juntinho foi escrita por Nando para Wanda Sá a partir de melodia antiga de Donato, cabendo lembrar que a cantora sempre se mostrou afinada com a bossa latina deste compositor e pianista acreano, com quem Wanda até gravou disco lançado em 2003.

Feito por Wanda Sá com o aval da gravadora Biscoito Fino, o álbum de 2024 se juntará a uma discografia que destaca títulos como Brasileiras (gravado com Célia Vaz e lançado em 1994), Domingo azul do mar (2002), Ao vivo (2014), Cá entre nós (bom álbum de clima outonal lançado em 2016) e Bossa sempre nova (2022).

Regular a partir dos anos 1990, a obra fonográfica de Wanda Sá se embaralha com a discografia de Roberto Menescal. São nada menos do que sete álbuns – Eu e a música (1995), Uma mistura fina (1997, com Miele), Estrada Tokyo-Rio (1998), Bossa entre amigos (2001, com a adesão de Marcos Valle), Swingueira (2005), Declaração (2010) e A galeria do Menescal (2011, com a adesão do grupo vocal BeBossa) – gravados com Roberto Menescal, o amigo fiel da artista e produtor musical de Wanda Vagamente, álbum que há 60 anos definiu os caminhos musicais da cantora e que, talvez por isso mesmo, ainda hoje se imponha como o disco mais relevante dessa artista a partir de hoje octogenária.

FONTE: G1 (POR MAURO FERREIRA)

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