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Rodrigo Hayakawa toma posse de olho nos preparativos dos 60 anos da bolsa

Em cerimônia realizada no dia 28 de junho, no salão nobre do Bunkyo – Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social – no bairro da Liberdade, em São Paulo, tomou posse a nova Diretoria da Associação Brasileira de Ex-Bolsistas do Gaimusho Kenshusei – Gestão 2024-2025.

O novo presidente, Rodrigo Hayakawa – bolsista de 2005 –, que assume no lugar de Rogério Kita – que presidiu a associação na gestão 2023-2024, terá como um de seus principais desafios iniciar a celebração dos 60 anos da bolsa que, desde que foi instituída pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros do Japão, em 1965, já contemplou mais de 200 bolsistas brasileiros das mais diferentes profissões.

Como bem lembrou o primeiro bolsista e um dos fundadores da associação, desembargador Kazuo Watanabe. Segundo ele, o “kanreki” – celebração do 60º aniversário – é uma data “memorável que deve ser comemorada condignamente”.

Watanabe explicou que, em 2024, “talvez sejam realizados seminários e simpósios no Brasil com o intuito de discutir alguns aspectos importantes das relações Brasil-Japão”.

Livro – “E, dando continuidade, em 2025, assumirá a bolsista Márcia Nakano, que certamente cuidará da possibilidade da viagem ao Japão para um encontro com bolsistas da América Latina e Caribe, que deve acontecer no segundo semestre de 2025”, disse Watanabe.

Segundo ele, igualmente importante serão a atualização do livro lançado em 2015 por ocasião do cinquentenário da bolsa e um debate sobre a duração de bolsa, que no seu tempo era de 45 dias, passou para dois meses e paulatinamente foi diminuindo.

Continuidade – Em seu discurso, o presidente da Fundação Kunito Miyasaka, Roberto Nishio, citou justamente o desembargador Kazuo Watanabe como “exemplo a ser seguido pelos demais bolsistas”. Dirigindo-se ao presidente que ora deixava o cargo, Nishio pediu para que Rogério Kita continue participando das atividades da comunidade, assim como o seu pai, Kihatiro Kita.

“O pensamento do governo japonês é que vocês, após retornarem do Japão, possam continuar trabalhando para a preservação e divulgação da cultura japonesa aqui no Brasil. Eu me lembro que essa modalidade de bolsa ficou suspensa por um tempo e, para que fosse reestabelecida, o principal argumento – e acredito que foi decisivo –, é que todos os bolsistas estavam atuando firmes dentro das entidades da comunidade nipo-brasileira”, lembrou Nishio.

Já o presidente do Bunkyo, Renato Ishikawa, desejou sucesso ao novo presidente e toda a sua equipe, que “certamente darão sequência ao trabalho da gestão do nosso querido Rogério Kita”.

Retomada – O cônsul geral do Japão em São Paulo, Toru Shimizu, por sua vez, relatou uma passagem curiosa ocorrida em 2013, quando atuou nos bastidores juntamente com o então diretor geral do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Japão – e depois embaixador do Japão no Brasil –, Akira Yamada para a retomada e ampliação do programa de bolsas.

“Nesse mesmo ano, o Gaimusho estava preparando para realizar uma conferência com a participação dos países da Aliança do Pacífico – México, Peru, Chile e Colômbia. No entanto, por algumas razões, o evento não foi realizado. Como consequência, podíamos assegurar certa quantidade de recursos financeiros para fazer algo. Na época, como diretor do Gaimusho para a América Latina, juntamente com o Yamada-san, articulamos a retomada da bolsa, porque durante décadas este programa era o ciclo entre o Japão e o Brasil. E felizmente conseguimos”, disse Shimizu, explicando que a Associação Brasileira de Ex-Bolsistas do Gaimusho Kenshusei “desempenha um papel vital na promoção do intercâmbio cultural, na geração de conhecimento e na elevação do respeito e prestígio do Japão na sociedade brasileira”.

Balanço – Em seu discurso de despedida, Rogério Kita lembrou algumas de suas ações de sua gestão, que teve como foco o tema “liderança inspiradora”. Uma delas foi o 6º Encontro Nacional, realizado em São Paulo, nos dias 6, 7 e 8 de outubro, com a presença de 40 participantes.

E, agradecendo cada um dos membros de sua equipe, encerrou sua fala desejando sucesso a Rodriko Hayakawa.

Projetos – O recém-empossado presidente explicou que, desde que foi escolhido para ser um dos bolsistas Gaimusho Kenshusei, sentiu “uma grande responsabilidade e uma enorme gratidão ao governo japonês pela oportunidade de ter participado do programa da bolsa”.

“Uma bolsa muito especial. Tive oportunidade conhecer o Japão em vários aspectos. São poucas vagas para muitos candidatos”, lembrou.

“Dessa forma, assumir a presidência dessa entidade, representando todos os bolsistas que tiveram esse seu privilégio, é honrar esse legado e manter vivo nosso passado junto da comunidade nipo-brasileira e ao governo japonês”, disse Hayakawa, afirmando espera contar com apoio de sua diretoria, dos senpais e de sua família.

Por fim, elencou algumas de suas prioridades, como iniciar preparativos para a comemoração dos 60 anos da bolsa, que terá como ponto alto a viagem ao Japão – já na nova gestão.

Além dos projetos e eventos relacionados aos 60 anos, Hayakawa disse que pretende promover ações que “divulguem  os valores e a cultura japonesa dos nossos antepassados que tiveram aqui a coragem, e, acima de tudo, muito respeito à cultura de valores, que foram essenciais para a formação de grandes líderes profissionais em várias áreas de atuação e admiração perante toda a comunidade local e sociedade brasileira”.

Parcerias – “Ao longo da gestão, buscaremos parcerias para a realização de nossas ações. A inspiração vem do último evento na Japan House São Paulo com a jornalista Juliane Massaoka e o influenciador Guti. Outro importante ponto é de manter, ao longo do ano, ações e trocas de experiências e network da bolsa de forma nacional e projetos em outros estados”, afirmou Hayakawa, que convidou a todos a participarem do 7º Encontro Nacional em Londrina, que deverá correr na segunda quinzena de março de 2025, sob coordenação dos bolsitas Luciano Matsumoto e George Hiraiwa.

Relato – Na oportunidade, o secretário Matheus Misumoto apresentou o novo site da associação e a bolsista Carol Ayako fez um emocionante relato da tragédia no Rio Grande do Sul, que afetou mais de 2,3 milhões de pessoas, deixando mais de 170 mortos e quase 600 mil desabrigados. Entre as vítimas desta calamidade, ela e sua mãe, que aos poucos tentam retomar o ritmo de suas vidas.

Homenagens – Durante a cerimônia, foram prestadas ainda homenagens  póstumas a Suyeko Konai Hirashima (esposa do Dr Hirashima), Ioshimi Moriyama Watanabe (esposa de Kazuo Watanabe) e a Koto Nakae, que presidiu a associação de 2000 a 2001.

Foram entregues buquês a dona Elza (viúva de Koto Nakae); Liege, esposa de Rogério Kita – acompanhada dos filhos Iven, de 11 anos, e Lissa, de 8 – e a Lucília, esposa de Rodrigo Hayakawa – acompanhada das filhas Ana Mie e Livia Kaori.

(Aldo Shiguti)

 
 
 
 
 
 

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