Nações Unidas expressam profunda preocupação após ataques de Israel ao Iêmen
Comunicado do secretário-geral adverte sobre risco de uma nova escalada na região; António Guterres pede novamente que partes envolvidas “exerçam máxima contenção”.
O secretário-geral da ONU emitiu um comunicado após ataques aéreos de Israel na cidade portuária iemenita de Hodeida. António Guterres alerta a todas as partes envolvidas no conflito sobre o risco de uma nova escalada na região e pede novamente que estas “exerçam máxima contenção”.
As Nações Unidas destacam que pelo menos seis pessoas morreram e mais de 80 ficaram feridas após os atos deste sábado.
Resposta
Em nota emitida pelo seu porta-voz, Guterres ressalta que Israel assumiu a responsabilidade pelos ataques em resposta a ações anteriores contra seu território realizadas pelos Houthis. O grupo formalmente conhecido como Ansar Allah controla partes do Iêmen, incluindo Hodeida.
Os ataques de sábados aconteceram horas depois de uma ação reivindicada pelos Houthis em que drones atacaram a cidade israelense de Tel-Aviv matando uma pessoa e ferindo outras 10. Depois do incidente, um ministro do governo israelense prometeu um “acerto de contas”.
Nos ataques de Israel houve um grande incêndio, após ter sido atingida infraestrutura elétrica e uma refinaria.
Interesses de navegação
Nos últimos meses, os esforços de mediação do diálogo entre forças Houthis e o governo iemenita estancaram após o início da guerra em Gaza em outubro, segundo as Nações Unidas.
Os Houthis prometeram atacar o que consideravam interesses de navegação pró-israelenses ao longo da costa do Mar Vermelho como uma demonstração de solidariedade aos palestinos em Gaza.
A aliança internacional liderada pelos Estados Unidos continuou a atacar áreas controladas pelos Houthis em Hodeida em defesa da navegação no Mar Vermelho, e ainda as áreas da capital Sanaa e Taiz.
Uma das piores crises humanitárias do mundo
Recentemente, os Houthis teriam alertado que sua resposta aos ataques aéreos israelenses seria enorme e que o grupo continuaria a atacar e não haveria “linhas vermelhas”.
O conflito iemenita iniciou em 2015 e segundo a ONU causou uma das piores crises humanitárias do mundo após ter paralisado a maioria dos setores, incluindo a saúde.
Estima-se que cerca de metade da população iemenita, ou em torno de 18,2 milhões de pessoas, precise de algum tipo de assistência.
FONTE: ONU NEWS