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Castramóvel, veículo que custou R$ 128 mil, está parado e sem uso há mais de cinco anos

Equipamento adquirido com recurso parlamentar foi utilizado por curto período em 2023, mas já abandonado de novo, evidenciando política ineficaz de controle da população de animais abandonados

A castração animal como política municipal de controle e manejo da população de animais domésticos abandonados por seus tutores em Marília continua sendo ineficaz e quase ausente. Essa é a denúncia que a ativista em defesa da proteção animal Michele Alves fez ao Jornal Cidade. Atualmente a prefeitura fornece apenas 18 cirurgias de castração por mês enquanto a demanda real seria de 300 castrações por mês.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a castração é o método mais eficiente e ético para lidar com o problema de ninhadas não desejadas, evitando uma série de problemas ambientais como o abandono de filhotes e aumento do número de animais domésticos nas ruas.

Em 2019, recursos financeiros de uma emenda parlamentar possibilitou a compra do Castramóvel, no valor de R$ 128,5 mil. O trailer conta com sala de cirurgia, espaço pré-cirúrgico (preparatório) e pós-cirúrgico, para atendimento a animais domésticos.

Entretanto, o serviço de castração de cães e gatos chegou a ser suspenso em 2020, com alegado impacto pela pandemia da Covid-19, e em 2022, após militantes da causa animal protocolarem uma ação popular, a Justiça obrigou a prefeitura a retomar os procedimentos para controle populacional.

Desde então são fornecidas duas cirurgias mensais de castração para animais indicados por cada associação, totalizando 18 cirurgias mensais. “Cada associação de defesa animal recebe duas castrações por mês. Tem rodízio que tem ONG que recebe uma castração num mês e duas castrações no outro mês. Então, no máximo são 18 castrações, onde nós temos 100 animais numa ONG, 80 animais em outra ONG, com resgate de mais de 40, 50 animais por semana. A conta não bate e não consegue promover o controle dos animais abandonados”, declarou.

“O castramóvel, que foi doado por um deputado, nunca realmente foi utilizado. Ficou no pátio da prefeitura estragando há muito tempo, deteriorando numa garagem. Houve uma licitação para a castração aqui em Marília. Uma empresa de fora, se eu não me engano, de Jacarezinho, ganhou. E aí, sim, esse castramóvel foi usado somente para triagem de animal.

O grande problema é que não conseguem regulamentar o Castramóvel para uso. Sempre tem um impedimento. Então, sem ele estar regulamentado, não consegue usar para fins de castrações e isso faz muita falta para nós protetores”, afirmou.

Segundo a ativista, o Castramóvel poderia ao menos ser utilizado para consultas, atendendo quem não têm condições de pagar ou pelo menos que promovesse orientações e educação em saúde animal.

“Ele vai ficar mais uma vez parado, deteriorando, até que uma nova licitação possa o utilizar para só fazer triagem. É um desperdício. Daria para fazer sim um consultório, um consultório nas ruas. É vergonhoso o número de castrações que cada ONG recebe.

Atualmente são nove ONGs registradas, 18 castrações gratuitas para atender centenas de animais abandonados ou com famílias em situação de vulnerabilidade social”, concluiu

FONTE: JC MARÍLIA

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