Campinas abre mercado para produtos cárneos com integração a sistema de inspeção
A partir desta segunda-feira (26), uma empresa de Campinas, no interior de São Paulo, já pode vender seus produtos cárneos fora da área restrita do município. A integração da cidade ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-POA) foi autorizada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e publicada no Diário Oficial da União.
Com o Sisbi, os produtos são inspecionados pelo Serviço de Inspeção Municipal (SIM), estruturado para prestar um serviço equivalente ao do Ministério.
A primeira empresa contemplada é a Empório Novilho, do empresário Claudemir Oliozi. Ele atua no ramo há 22 anos e disse que sempre buscou solidez ao estruturar o negócio. Oliozi calcula que no primeiro ano vai ampliar o mercado entre 30% a 40%. “Precisamos de um tempo para adequar os rótulos e nos preparar para esse aumento da demanda que virá”, afirmou.
Segundo o proprietário da empresa, cidades da região de Campinas buscam por seus produtos com frequência, mas ele não podia atender pela restrição legal. Agroindústrias inspecionadas pelo SIM e sem a integração ao sistema brasileiro só podem vender produtos de origem animal no município.
O estabelecimento produz linguiças artesanais, hambúrgueres gourmet, espetinhos e cortes de carne nobre. “Começamos como um açougue e aos poucos fomos nos especializando nesse ramo de boutique de carne”, contou Oliozi. Hoje a empresa conta com 22 funcionários.
Campinas é o nono município paulista a conseguir a integração ao Sisbi-POA, além de ser o maior até agora: são 1,1 milhão de habitantes. Os outros oito são Ibiúna, Itapetininga, Itu, Joanópolis, Rio Claro, Araraquara, São José do Rio Preto e Fernandópolis. O Estado tem ainda um consórcio intermunicipal integrado, o Ciensp, com sede em Andradina e 23 municípios contemplados.
Anne Dutra, coordenadora do Departamento de Fiscalização de Alimentos da Prefeitura de Campinas, disse que o SIM foi oficializado no município em dezembro de 2021 e o serviço passou a operar em junho de 2022. “Montamos tudo certinho, buscamos orientação do Ministério da Agricultura. Na auditoria fizemos pequenos ajustes e qualificamos o serviço”, afirmou.
Segundo ela, o SIM já foi criado de olho na integração ao Sisbi. O serviço municipal conta com duas veterinárias experientes, carro, computador, tablet e telefone próprio. São dez empresas inspecionadas pelo SIM.
O próximo passo, de acordo com Anne, é ampliar o escopo para pescados e derivados, já que outra empresa deste ramo já manifestou interesse em obter a equivalência. Outros escopos do Sisbi-POA são produtos e derivados de leite, de ovos e de abelhas.
A auditora fiscal Amélia Cristina Teixeira, da Superintendência de Agricultura e Pecuária em São Paulo (SFA-SP), órgão que representa o Mapa no Estado, acompanhou o processo de integração de Campinas ao sistema. “A gente fica muito feliz quando um município consegue se integrar. É bom para as empresas, para a cidade e para os consumidores de todo o país, que passam a ter acesso a produtos seguros e variados”, disse ela.
MAPA