Uncategorized

Nações Unidas apontam parceria China-África como “um pilar da Cooperação Sul-Sul”

Secretário-geral defende que nova arquitetura e instituições financeiras internacionais devem satisfazer realidades e responder desafios do mundo atual; discurso na Cúpula 2024 do Fórum de Cooperação China-África, em Pequim, sublinha potencial da parceria para fazer avançar a revolução da energia renovável, as transições nos sistemas alimentares e a conectividade digital.

O secretário-geral das Nações Unidas dirigiu-se nesta quinta-feira aos líderes de cerca de 50 países africanos presentes na Cúpula 2024 do Fórum de Cooperação China-África, em Pequim.  António Guterres expôs os desafios de um mundo marcado por crescentes tensões geopolíticas, conflitos violentos, pobreza e fome.

O líder da ONU assinalou situações atuais, incluindo os conflitos na Ucrânia, em Gaza e no Sudão, bem como a piora da crise climática, das desigualdades e das ameaças aos esforços para alcançar o desenvolvimento sustentável em nível global e africano.

Arquitetura financeira internacional

Guterres enfatizou suas propostas para encarar a realidade de dívidas e esforços para investir no desenvolvimento sustentável do continente africano. Ele recordou a necessidade de se reformar o que considera “arquitetura financeira internacional desatualizada, ineficaz e injusta”. 

A meta é que o plano de estímulo impulsione os países que se esforçam para realizar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODS.

Chefe da ONU disse que China se notabilizou em áreas incluindo a erradicação da pobreza

ONU/Zhao Yun

Chefe da ONU disse que China se notabilizou em áreas incluindo a erradicação da pobreza

As soluções apontadas incluem aumentar a capacidade de empréstimo dos bancos multilaterais de desenvolvimento e permitir acrescentar de forma significativa o financiamento acessível para o progresso.

Guterres ressaltou que o apoio da China e da África é essencial para essas iniciativas. O discurso mencionou ainda a importância da Cooperação Sul-Sul para alargar as capacidades e impulsionar o avanço nas metas globais comuns “sem reduzir de forma alguma as responsabilidades do Norte Global”.

Para o secretário-geral, a parceria da China com o continente africano é “um pilar da cooperação Sul-Sul”. Ele apontou a troca de tecnologia e as habilidades entre países do Sul Global destacando que “os esforços conjuntos, com base na Carta das Nações Unidas, podem criar um impulso para o desenvolvimento africano.”

Revolução da energia renovável

Mencionando a tradição da parceria comercial da China com a África, o líder da ONU lembrou que os investimentos “mudam de jogo quando respeitam a propriedade nacional e são financeiramente sustentáveis, sensíveis ao clima e consistentes com os compromissos internacionais de direitos humanos.”

No discurso, ele ressaltou ainda que a China se notabilizou em áreas incluindo a erradicação da pobreza que conferem ao país “uma riqueza de experiência e conhecimento.” Para o chefe das Nações Unidas, a cooperação entre as partes pode impulsionar a revolução da energia renovável e “ser um catalisador para transições importantes em sistemas alimentares e conectividade digital”.

Guterres enfatizou potencial chinês para impulsionar conectividade digital africana

ONU Mulheres

Guterres enfatizou potencial chinês para impulsionar conectividade digital africana

Guterres disse que África abriga várias economias mais dinâmicas do mundo e “pode maximizar o potencial do apoio da China em áreas que vão do comércio à gestão de dados, finanças e tecnologia.”

 Renovação e reforma 

No entanto, o líder da ONU destacou que é preciso “corrigir algumas injustiças históricas” como a falta de um assento permanente no Conselho de Segurança da organização. Nesse sentido, ele afirmou que a Cúpula do Futuro é “uma oportunidade crucial para renovação e reforma – ancorada na solidariedade e na justiça”. O evento está agendado para o final deste mês em Nova Iorque.

Na capital chinesa, o secretário-geral salientou ainda a sugestão de enfatizar a prevenção e as abordagens conjuntas para ameaças novas e emergentes à segurança global. Ele deu como exemplo o sucesso na recente autorização de contribuições das Nações Unidas para operações de paz lideradas pela União Africana.

Para o chefe da ONU, a pressão por reformas deve permitir que a arquitetura e as instituições financeiras internacionais correspondam às realidades do mundo atual e possam responder aos desafios que se colocam “particularmente os que são enfrentados pelos países em desenvolvimento, principalmente na África”.  

FONTE: ONU NEWS

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *