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Em Timor-Leste, ONU impulsiona a voz dos jovens rumo à Cúpula do Futuro

Em entrevista, coordenadora residente relata ações “lideradas e guiadas por jovens”; prioridades da juventude incluem emprego, democracia e direitos humanos; representante da ONU destaca que a história de Timor-Leste precisa ser usada como referencia e inspiração nas reformas que serão debatidas na Cúpula do Futuro.

A coordenadora residente da ONU em Timor-Leste, Funmi Balogun, destacou a importância de ampliar o espaço para que “as vozes dos jovens sejam ouvidas”. Às vésperas da Cúpula do Futuro, nos dias 22 e 23 de setembro, ela compartilhou as ações da ONU no país para dar mais protagonismo à juventude.

A representante da ONU sublinhou que os atuais líderes timorenses são os herois da luta pela independência e são muito respeitados dentro e fora do país. Nesse contexto, os jovens tem dificuldade de ocupar espaços na vida política.

Alunos participantes no Parlamento dos Jovens '24

Carolina Silva/UNDP Timor-Leste

Alunos participantes no Parlamento dos Jovens ’24

Prioridades da juventude timorense

Funmi afirmou que a ONU busca facilitar “espaços seguros para eles desenvolverem liderança nas questões que são importantes para eles”.

Dentre os temas que mobilizam os jovens timorenses ela destacou emprego, paz, cumprimento da constituição e aplicação de valores democráticos e direitos humanos.

Essas prioridades foram listadas em um evento preparatório para a Cúpula do Futuro organizado pelo escritório da ONU em Timor-Leste no final de agosto. Logo a seguir, o país celebrou 25 anos do referendo organizado pela ONU que conduziu a nação insular à independência.

Inspiração para a Cúpula do Futuro

Para Funmi, “Timor-Leste é o exemplo perfeito para a ONU de como o sistema multilateral pode funcionar a favor de um país”, pois na época da ocupação pela Indonésia, a partir de 1975, a independência parecia impossível.

No entanto, através da luta do povo e do uso das leis internacionais e princípios defendidos pela ONU, esse desejo de autodeterminação se tornou realidade em 1999.

Funmi afirmou que desde então a nação asiática tem usado os instrumentos das Nações Unidas em diversos assuntos, como definição de fronteiras, negociações em torno de recursos naturais e direitos humanos.

A coordenadora residente acredita que a história de Timor-Leste precisa ser usada como referencia e inspiração no processo de reforma da ONU que está em curso com a Cúpula do Futuro.

O coordenador residente da ONU em Timor-Leste, Funmi Balogun, durante a visita do secretário-geral da ONU a Timor-Leste em agosto de 2024

ONU/Kiara Worth

O coordenador residente da ONU em Timor-Leste, Funmi Balogun, durante a visita do secretário-geral da ONU a Timor-Leste em agosto de 2024

Preparação liderada pelos jovens

Para contribuir com evento, o Escritório da ONU em Timor-Leste organizou conversas “lideradas e guiadas por jovens do início ao fim”. Nesse sentido, foram organizados encontros completamente planejados pelos jovens timorenses que escolheram o formato, os temas, as formas de engajamento e os palestrantes.

O papel da equipe da ONU se resumiu a funções mínimas de facilitação e apoio, orientando os participantes a se guiarem pelos resultados esperados da Cúpula do Futuro e a se conectarem com outras organizações juvenis da região e do mundo.

Segundo Funmi, o engajamento da ONU com os jovens timorenses também foi bastante forte no processo de preparação de Revisão Nacional Voluntária do país, realizada em 2023. O documento avalia os progressos alcançados em relação aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.

Cartas sobre o futuro

Ela contou que em 2002, ano em que Timor-Leste se tornou independente, jovens que estavam na escola primária escreveram cartas sobre a visão que tinham sobre como o país deveria ser 20 anos depois.

A equipe da ONU recuperou essas cartas e foi buscar esses jovens para que eles  pudessem olhar a constituição do país e debater sobre os avanços que poderiam ser incluidos na revisão.

Esse processo gerou um relatório sobre a visão de futuro que esses jovens tinham na época da independência, a percepção deles de como o país está caminhando em relação a essas expectivas e qual o alinhamento com as metas globais propostas pela ONU.

Funmi reiterou que o forte engajamento dos jovens na Revisão Nacional Voluntária e na preparação para a Cúpula do Futuro reflete o olhar amplo que eles possuem sobre os destinos do país e seu desejo de contribuir com as metas globais. 

FONTE:ONU NEWS

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