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DIA DO PROFESSOR, HÁ 31 ANOS COMO DOCENTE DA UNIMAR, “GIBA” CONQUISTA 5 MEDALHAS NAS PARALIMPÍADAS DO ESTADO DE SÃO PAULO.

A vida de um professor é feita de inúmeros desafios e carrega uma responsabilidade enorme, preparar os futuros profissionais do nosso país.Transmitir aos alunos, não somente o conhecimento, mas também bons princípios, valores e até mesmo resiliência diante das dificuldades.

Se tem um professor, sinônimo de resiliência, este é Gilberto Garutti, docente no curso de odontologia da UNIMAR desde 1993, com mais de 31 anos ininterruptos dentro da Universidade de Marília, o que não faltam são histórias para serem contadas, porém hoje, apresentaremos um outro lado deste grande professor, o lado de atleta.

Giba, como é conhecido, começou a natação aos 11 anos de idade e logo se apaixonou pela modalidade. Nela permaneceu até os 24 anos, colecionando inúmeros títulos importantes, como medalhas em jogos regionais, abertos, campeonato paulista e até mesmo medalha de ouro, na prova dos 100 metros peito, no renomado Chico Piscina, no início dos anos 80.

Em 1986, Giba ingressou na UNIMAR como aluno do curso de odontologia e ali levava uma vida normal, até que em 1989 um acidente de moto mudou sua história.

“Era um domingo de manhã, estava indo jogar meu futebol de todo domingo, quando no percurso, fui atropelado por uma camionete, o acidente foi muito feio, fratura exposta, inúmeras lesões na perna esquerda. Quando cheguei no hospital minha situação era tão grave, que os médicos que me atenderam já estavam se preparando para fazer a amputação da minha perna. Foi quando meu tio Sérgio Marcos Gerlack (em memória), que também era médico, chegou ao hospital e convenceu a equipe de tentar a reconstrução da minha perna, a missão era muito difícil, mas Deus cuidou de tudo e minha perna foi “salva”, apesar das inúmeras sequelas.”

O próximo desafio foi se adaptar a nova realidade, devido as sequelas a mobilidade de sua perna esquerda foi reduzida e a dor se tornou uma companheira constante. Em 1991, Giba entrou para o corpo docente da UNIMAR e é responsável pela matéria de Endodontia, estágio em clínica integrada.

Depois do acidente, ele nunca mais havia disputado competições oficiais. Apesar de se manter sempre ativo no esporte, jogou futebol, faz musculação, joga Beach Tennis e durante todos esses anos permaneceu nadando. Segundo ele, o esporte é fundamental para sua qualidade de vida e principalmente para amenizar a dor.

Mas um novo capítulo começou a ser escrito recentemente, quando o treinador de natação da Aassociação Mariliense de Esportes Inclusivos – AMEI, Lucas Henrique Parolisi, convidou Giba para integrar a equipe no PARESP, as Paralimpíadas do Estado de São Paulo e representar a cidade de Marília.

“Conheço o trabalho da AMEI há 20 anos, minha esposa, Zinha, é a coordenadora da natação social, sei o trabalho sério que realizam e quando o professor Lucas me convidou, eu aceitei o desafio, mesmo sabendo que teria pouco tempo para me preparar.” relatou Giba.

Para quem ama o esporte, os novos desafios são verdadeiros combustíveis e isso fez com que Giba conciliasse seu tempo entre as aulas na faculdade e os treinos da AMEI. Na última sexta-feira (11) Gilberto, passou pela classificação funcional do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e foi classificado como S10.  A classe S10 é para nadadores com transtorno do movimento de baixo grau nas pernas, de grau moderado nas articulações das ancas ou dos pés, de alto grau em um dos pés, ou com ausência de uma pequena área de um membro.

Com a classificação feita e a elegibilidade confirmada, agora era só esperar a chegada do domingo para competir.

“Foi uma sensação maravilhosa e emocionante na verdade, há muito tempo não tinha essa sensação de frio na barriga. Ainda mais por competir no CT Paralímpico, que está em entre os 5 melhores centros de treinamento do mundo, que recebe os maiores nomes do esporte mundial, algo que eu só tinha visto pela TV. Quando subi no bloco de partida, e vi a piscina de frente, as raias, a arbitragem passou um filme na cabeça. Foi como voltar na história, só que agora escrevendo um novo capítulo.”

A estreia de Giba como atleta paralímpico, foi memorável, 5 medalhas (3 de ouro e 2 de prata). Venceu as provas do 50 e 100 metros livre e 100 metros peito, além de duas medalhas de prata nos revezamentos 4×100 livre e 4×100 medley.

“Fiquei muito feliz em disputar o PARESP, a equipe da AMEI me acolheu de forma maravilhosa. Poder contribuir na somatória de pontos e fazer parte do vice-campeonato para Marília foi incrível. Vi pessoas da minha idade competindo e isso é interessantíssimo, mostra que não podemos parar, não há limites quando se tem vontade”, finalizou Giba.

Em novembro ele disputará a fase estadual do PARESP. Se o papel de um docente é também inspirar seus alunos, podemos dizer que o Giba é um excelente professor, também neste assunto.

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