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Colômbia sedia a cúpula mundial da biodiversidade COP16

Evento reunirá mais de 15 mil participantes, incluindo 12 chefes de Estado e 103 ministros; temas centrais serão financiamento para evitar perda da fauna e da flora e cumprimento do Quadro Global para a Biodiversidade Kunming-Montreal; 20% dos países apresentaram planos nacionais relacionados à estratégia.

A Colômbia acolhe a partir desta segunda-feira a 16ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica, COP16, na cidade de Cali. Até 1º de novembro, o evento mais importante do mundo para a conservação da biodiversidade reunirá 196 países.

Espera-se a presença de 15 mil participantes, incluindo 12 chefes de Estado, 103 ministros do meio ambiente e mais de mil jornalistas de todo o mundo.

Participantes de um dos eventos pré-COP16 na Universidad del Valle, com comunidades e atores sociais. À esquerda, um homem exibe a flor Inírida, logo oficial da Conferência, feita a partir de garrafas recicladas

Cortesia do Ministério Colombiano do Meio Ambiente

Participantes de um dos eventos pré-COP16 na Universidad del Valle, com comunidades e atores sociais. À esquerda, um homem exibe a flor Inírida, logo oficial da Conferência, feita a partir de garrafas recicladas

Apenas 20% dos países apresentaram planos

A conferência é um espaço para promover a cooperação internacional, acordar investimentos para proteger os ecossistemas e fortalecer as políticas ambientais.

A pauta terá como foco o Quadro Global para a Biodiversidade Kunming-Montreal, um plano aprovado durante a COP15 no Canadá para parar e reverter a perda de biodiversidade até 2030.

O ex-ministro do Meio Ambiente da Colômbia, Manuel Rodríguez Becerra, explicou à ONU News que um dos principais desafios é garantir que os países façam progressos mais significativos nos seus planos de ação.

Segundo ele, “apenas 20% dos países apresentaram estes planos nacionais dois anos após a COP15”. Becerra diz esperar que durante a COP16 em Cali, muitos países apresentem os suas estratégias que estão pendentes.

Busca por compromissos financeiros

A atual ministra do Meio Ambiente e presidente da COP16 na Colômbia, Susana Muhamad González, destacou que o país “se torna o epicentro da ação climática global, unindo líderes e especialistas para enfrentar o maior desafio da nossa era: proteger o nosso planeta e garantir um futuro sustentável”.

Em momento de enormes desafios para a protecção da natureza, como a destruição e as ameaças das alterações climáticas, a sobre-exploração dos recursos naturais e a poluição, um dos temas prioritários do encontro será o financiamento das ações para cuidar da biodiversidade.

A ministra afirmou que nesta cúpula a meta é “influenciar as decisões políticas e financeiras internacionais para colocar a conservação da biodiversidade no mesmo nível de importância que a descarbonização e a transição energética”.

Nesta perspectiva, a COP16 torna-se uma plataforma fundamental para mover a cooperação internacional e os compromissos financeiros para a implementação de estratégias que irão impedir a perda de biodiversidade.

A ministra do meio ambiente da Colômbia, Susana Muhamad, lidera uma sessão da assembleia ambiental da ONU no Quênia como presidente da COP16

Cortesia do Ministério Colombiano do Meio Ambiente

A ministra do meio ambiente da Colômbia, Susana Muhamad, lidera uma sessão da assembleia ambiental da ONU no Quênia como presidente da COP16

Compartilhamento de recursos genéticos

Segundo o programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, na COP16, uma das principais prioridades é garantir uma partilha justa e equitativa dos benefícios provenientes da utilização de sequências digitais de recursos genéticos.

A informação genética é considerada uma fonte vital de conhecimento e uma dimensão essencial de muitos dos avanços tecnológicos.

Esta informação, armazenada em bases de dados, é utilizada em cadeias de valor para desenvolver produtos e serviços inovadores, tais como novos medicamentos e variedades melhoradas de culturas para aumentar a nutrição e a resistência a condições meteorológicas extremas.

Por isso, o Pnuma defende o avanço da discussão sobre o funcionamento de um mecanismo multilateral criado para lidar com o tema. A agência afirma que é preciso definir quem terá de fazer contribuições para o mecanismo e como. Para o Pnuma, é essencial que tanto benefícios monetários como não monetários sejam considerados.

Riqueza da biodiversidade

Cali, a cidade que acolhe a cúpula mundial, é a capital do Valle del Cauca, um dos quatro departamentos que possuem a riqueza natural da costa do Pacífico, no noroeste do país.

A Colômbia foi escolhida como sede da COP16 devido ao seu compromisso com a conservação da biodiversidade e à sua liderança na agenda ambiental global, além de ser considerada um dos países com maior biodiversidade do mundo, com 311 tipos de ecossistemas continentais e marinhos por quilômetro quadrado.

Como sede da COP16, a Colômbia se junta a países como Brasil, México, Índia, China e Malásia que sediaram o encontro.

FONTE: ONU NEWS

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