Notícias

Terremoto que devastou Kobe completa 30 anos: “Compreendi profundamente o valor da família”

O Grande Terremoto de Hanshin-Awaji completou 30 anos nesta sexta-feira (17). O abalo sísmico de magnitude 7,3 ocorreu às 5h46 em 17 de janeiro de 1995, resultando em 6.434 mortes, incluindo aquelas por causas relacionadas ao desastre, como problemas de saúde decorrentes do prolongado período de evacuação.

No horário do terremoto, foi realizado um minuto de silêncio em memória das vítimas em várias regiões afetadas. No parque Higashi Yuenchi, em Kobe, lanternas foram dispostas formando as palavras “1.17” e よりそう (yorisou, “apoiar-se mutuamente”), simbolizando o compromisso de lembrar as vítimas e apoiar sobreviventes de outros desastres, como os terremotos de Tohoku (2011) e Noto (2024).

O terremoto causou colapsos de edifícios, incêndios e a destruição de cerca de 4.800 estruturas apenas no distrito de Nagata, em Kobe.

A reconstrução custou mais de 16 trilhões de ienes, culminando em outubro de 2024, com a conclusão do último edifício de reurbanização em Nagata.

Uma pesquisa com moradores das áreas mais afetadas revelou que mais de 60% dos entrevistados acreditam que as memórias e lições do desastre estão se apagando com o tempo.

O aumento de desastres recentes e a iminente ameaça de um terremoto de grande magnitude na Fossa de Nankai reforçam a necessidade de utilizar as lições do passado para melhorar os planos de prevenção e resposta a desastres.

Representante das vítimas
Genki Hasegawa, 38 anos, morador do distrito de Tarumi, na cidade de Kobe, tinha 8 anos na época do Grande Terremoto de Hanshin-Awaji. Ele foi afetado pelo desastre enquanto estava no primeiro andar de um apartamento de madeira de dois andares no distrito de Higashinada, onde vivia com sua família. Sua mãe, Noriko, 34 anos na época, e seu irmão mais novo, Shoto de 1 ano e meio, perderam a vida.

“Foi nesse momento que aprendi algo importante: as pessoas que estão ao nosso redor não estarão sempre conosco, elas podem desaparecer em um instante. Compreendi profundamente o valor da família, dos amigos e das pessoas ao meu redor, bem como da rotina cotidiana. Desde então, vivo com o lema: Aproveite cada dia sem arrependimentos, reconheça e agradeça às pessoas que te apoiam”, disse Hasegawa em um discurso emocionante representando as vítimas.

“Minha mãe e meu irmão morreram porque ficaram presos sob um guarda-roupa. Se os móveis estivessem fixados adequadamente, suas vidas poderiam ter sido salvas. Após o terremoto, não tínhamos alimentos ou bebidas e passamos dias sem comer. Se tivéssemos uma mochila de emergência preparada, poderíamos ter evitado essa situação”, relatou.

Segundo ele, refletir sobre ‘o que posso fazer agora?’ e dar os primeiros passos para a prevenção de desastres são ações muito importantes.

Foto: Creative Commons

FONTE: ALTERNATIVA ON LINE

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *