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ENTRETENIMENTO Hokkaido fecha primeiro ano do Projeto ‘Odorimashou’ com êxito

Hokkaido fecha primeiro ano do Projeto ‘Odorimashou’ com êxito

No dia 14 de dezembro de 2024, os frequentadores das aulas de Bon Odori e do tradicional Baile de Dança de Salão da Associação Hokkaido de Cultura e Assistência, com sede na Vila Mariana (zona Sul de São Paulo), tiveram um motivo a mais para aproveitarem as atividades até o último minuto. Afinal, eram os dois últimos eventos de 2024 – o projeto será encerrado oficialmente no dia 15 de fevereiro deste ano. Com isso, o Hokkaido Kenjinkai encerrou o projeto “Festival de Dança Nipo-Brasileira – Odorimashou” (Vamos Dançar) com chave de ouro.

Com patrocínio e realização do Governo do Estado de São Paulo, por intermédio da Secretaria Estadual da Cultura, Economia e Indústria Criativa, o projeto – que contou com ajuda do deputado estadual Márcio Nakashima (PDT) – teve duração de nove meses – de abril a dezembro.

Os personal dancers hoje são personagens importantes nos bailes da Associação Hokkaido

Responsável e idealizador do projeto, Osmar Nakahama – que conta com a colaboração das coordenadoras Marina Suenaga e Nancy Yamashita –, disse que o balanço foi “bastante positivo”. “O Odorimashou foi concebido com o intuito de expandir as atividades culturais da Associação, visando principalmente, a participação do público em geral”, explicou Nakahama, lembrando que as duas atividades chegam a reunir cerca de 300 participantes.

Segundo ele, “ao final da realização dos eventos, constatamos que as metas programadas foram totalmente atingidas, tendo em vista a grande procura por informações sobre o bon odori e também sobre os bailes de dança de salão, resultado que a Associação Hokkaido credita no esforço de todos os envolvidos, principalmente à contribuição recebida do Governo do Estado de São Paulo”.

No Bon Odori, participantes aprendem não só os movimentos técnicos como também a essência da música

Elogios – E as frequentadoras do baile começam a chegar cedo. Como as amigas Rosa, Ângela e Rose. As três moram em Atibaia e vieram para a Capital naquele dia somente para o baile. Rose, de 54 anos, foi pela primeira vez. Já Rosa e Ângela afirmaram que vinham esporadicamente e elogiaram muito o ambiente em que é realizado.

Márcia Yumi Saito, de 34 anos, disse que não perde um baile do Hokkaido. Para ela, a dança é uma forma de esquecer de tudo. “Quando estou dançando, só penso na música”, conta Márcia, explicando que aprendeu a dançar com os personals dancers. “Sobre seu ritmo preferido, disse gostar de todos, “exceto tango”.

Márcia Danço para esquecer

Funcionária da Associação Pró-Excepcionais Kodomo-no-Sono, Teresa Oki também é uma frequentadora assídua dos bailes da Associação Hokkaido. “Já costumava vir bem antes da pandemia”, conta Teresa, afirmando que as mulheres sempre são maioria.

Teresa Oki Mulheres são maioria

Além do prazer que a dança proporciona, outro motivo que a atrai nos bailes da Associação Hokkaido é poder se encontrar e se divertir com as amigas. Entre seus ritmos preferidos, cita a bachata, ritmo latino com origem na República Dominicana e bem dançante.

“A maioria das mulheres gostam mesmo é de bolero e forró”, entrega Teresa, que elogia também o ambiente da Associação Hokkaido, em especial a temperatura – sempre ideal – e o piso, “ótimo para a dança”.

Sensei Ayako Yamamoto

Bon Odori – Quanto ao bon odori, que começa um pouco mais cedo, das 13 às 16 horas – o baile começa por volta das 18 e vai até às 23 horas – chegou a reunir mais de 70 interessados. As aulas são ministradas pela professora Ayako Yamamoto – cujo nome artístico é Riyuitsu Hanayagui – com ajuda da sua filha, Sakimi.

Ayako Sensei, que também é instrutora de Kenkô Taissô – uma modalidade de ginástica rítmica que une dança e música e que pode ser praticada por pessoas de qualquer idade – explica que procura transmitir não só os movimentos técnicos, mas também procura passar o significado de cada música. “O Tanko-Bushi, por exemplo, muitas pessoas dançam sem saber ao certo que movimentos estão fazendo e fica algo automáƟco”, assegura a Sensei.

A aposentada Luzia Youko, de 72 anos, entrou praticamente no meio do curso a convite das amigas. Praticante de rizumu taisso e kenko taisso, além de outras atividades, Luzia conta o importante é “não ficar parada”.

Fussae Watanabe, de 77 anos, já acompanhava a professora Ayako Yamamoto no Templo Honpa Hongwanji, na Praça da Árvore, onde a Sensei ensina kenko taissô. “Eu já conhecia o bom odori, mas aprendi as técnicas com a Sensei”, diz.

Já Akemi Ikinaga, de 83 anos, conta que aprendeu a dança com a avó, que pertencia a Companhia de Teatro de Bastos. “Mas faço as aulas da Associação Hokkaido por conta das amizades”, explica.

Ao jornal Brasil Nikkei, a professora Ayako Yamamoto explicou que, além de ensinar as técnicas, o seu intuito é formar um bom grupo de praticantes e participar dos festivais que acontecem no interior do Estado de São Paulo.

Osmar Nakahama

Para Osmar Nakahama, a ideia é fazer com que o bon odori seja adotado também pelos não descendentes de japoneses “a fim de lembrar e homenagear seus antepassados, além do grande prazer que essa prática proporciona aos encontros entre amigos”.

Presidida atualmente por Oston Hirano, concomitantemente à implantação de suas propostas inovadoras em todos os setores, o Hokkaido Kenjinkai realiza anualmente diversos eventos tais como: Concurso de Canto (Karaokê), Festas Gastronômicas, Festival do Lamen, participação no Festival do Japão no mês de julho de cada ano e outras apresentações culturais.

(Aldo Shiguti)

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