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MLB e CBBS firmam parceria para alavancar o esporte no país

MLB e CBBS firmam parceria para alavancar o esporte no país

Desde janeiro deste ano no Centro de Treinamento/Academia de Beisebol Yakult/CBBS localizado na cidade de Ibiúna, no interior de São Paulo, o jovem Caio Falcão, de 14 anos, sonha em se profissionalizar em um esporte que ainda não é muito difundido em seu Estado. Natural da comunidade de Vila São Miguel, bairro de Afogados, cidade do Recife, em Pernambuco, Caio foi um dos selecionados pela Major League Baseball (MLB), a principal liga de beisebol dos Estados Unidos e de todo o mundo.
Assim como Caio Falcão, a MLB selecionou outros 49 atletas de todo o país que receberão suporte e treinamento na Academia. As seletivas foram realizadas em agosto do ano passado nas cidades de São Paulo, Atibaia, Presidente Prudente, Marília e Ibiúna (Estado de São Paulo), além de Rio de Janeiro, Recife (Pernambuco), Curitiba e Londrina, ambas no Paraná. “Os atletas de 12 a 16 anos foram avaliados a partir de vários testes İsicos e técnicos, e foram escolhidos os melhores”, explicou o presidente da CBBS, Thiago Caldeira.

Presidente da Yakult, representante da MLB e Thiago Caldeira participam da cerimônia no CT em Ibiúna

Para apresentar detalhes da parceria, CBBS e MLB convocaram jornalistas, jogadores, ex-jogadores, técnicos e dirigentes esportivos para a “Inauguração do Projeto Academia MLB / CBBS 2025”. O evento, realizado no dia 4 de fevereiro, no CT da CBBS/Yakulkt, contou com a presença do presidente da Yakult do Brasil; Atsushi Nemoto; do presidente da CBBS Thiago Caldeira; do vice-presidente sênior Amateur & Medical – Baseball Operations da MLB John D’Angelo; o CEO da CBBS, Jorge Otsuka e convidados como André Riezo (ex-jogador e atual representante da MLB no Brasil); Nelson Cruz (ex-jogador da MLB) e o ex-técnico da seleção brasileira, Mitsuyoshi Sato, o Satão.

Lucas Uru, de 16 anos

Por meio da parceria, a Major League Baseball dará bolsa completa para os 50 atletas, com direito a frequentarem escola particular, receberem alimentação, moradia, transporte e material de beisebol, assim como treinamento de alto rendimento e atendimento de fisioterapia e psicólogo. Além disso, a entidade trará dois treinadores (ex-jogadores da MLB) para a comissão técnica.
A MLB também já investiu em equipamentos modernos para o CT/Academia Yakult/CBBS, além de remodelar toda a academia de musculação com aparelhos da melhor qualidade e importar materiais de beisebol. Conforme apurou o jornal Brasil Nikkei, até o final do ano a MLB deve investir R$ 3 milhões no projeto. Até 2027 o investimento deve ser de R$ 10 milhões.

Números expressivos – Em seu discurso, o presidente da Yakult do Brasil, Atsushi Nemoto, destacou a importância dessa nova parceria da CBBS com a MLB para ampliar ainda mais a qualidade dos treinamentos no CT/Academia. “Nós da Yakult sabemos que além do consumo diário do leite fermentado Yakult e uma alimentação saudável, é fundamental a prática de atividades İsicas para uma boa qualidade de vida. Por isso, em 1999, inauguramos esse centro de treinamento na cidade de Ibiúna e firmamos uma parceria com a CBBS, pois acreditamos que o esporte é muito importante para a formação de crianças e jovens”, disse Nemoto, acrescentando que o CT/Academia de Beisebol
“proporciona aos praticantes a oportunidade de gostarem ainda mais do esporte e a se profissionalizarem”.

Atsushi Nemoto, Thiago Caldeira e John D’Angelo

Ele lembrou que o projeto, ao longo da sua jornada, “apresenta números expressivos”. “Cerca de 800 atletas já passaram por aqui e aproximadamente 150 foram contratados pra atuar fora do país onde o esporte é altamente competitivo. E não podemos esquecer a excelente campanha da seleção brasileira de beisebol no Pan-Americano em Santiago do Chile, onde o Brasil conquistou a inédita medalha de prata. Dos atletas que formaram essa seleção, cerca de 80% saíram do CT de Ibiúna, número muito expressivo e que comprova o sucesso desse trabalho”, destacou Nemoto.

Nova era – O vice-presidente sênior Amateur & Medical – Baseball Operations da MLB, John D’Angelo, afirma que a entidade está muito animada para expandir a parceria com a CBBS. “Trouxemos recursos novos para ajudar a elevar o nível do beisebol no Brasil e nosso objetivo é ter mais jogadores brasileiros na MLB e também jogando pelo Brasil”, disse D’Angelo, afirmando que não tem dúvidas que a parceria será um sucesso.

O presidente da CBBS, Thiago Caldeira celebrou o que chamou de “início de uma nova era para o beisebol brasileiro”. Em seu primeiro discurso em público como presidente da Confederação – assumiu o cargo que assumiu no início deste ano – Caldeira enalteceu os seus antecessores, o ex-presidente Jorge Otsuka – que ficou no cargo por 35 anos – e o ex-vice presidente, Estevão Sato, “que conduziram com maestria a entidade”.

O presidente expressou gratidão pela Yakult, “empresa que acreditou em nosso trabalho desde a construção deste centro de treinamento, há 25 anos”, e celebrou o “momento histórico”. Segundo ele, essas 50 bolsas integrais “beneficiarão atletas de todo o Brasil e até de outros países da América do Sul”. “Esse apoio é de valor incalculável para o desenvolvimento do beisebol no Brasil, pois os atletas enfrentam grandes obstáculos financeiros que muitas vezes os impedem de perseguir seus sonhos. Agora com apoio da MLB, qualquer atleta, independentemente de sua condição financeira, terá a chance de treinar e estudar nesse CT buscando a realização dos seus sonhos”, destacou Caldeira.

Jorge Otsuka com o ex-técnico Mitsuyoshi Sato

Sonhos – Atletas como o personagem do início da matéria, Caio Falcão, que espera ser o “primeiro nordestino a se profissionalizar no beisebol”. “Muitos jovens sonham estar aqui onde estou, por isso espero abrir as portas para que venham mais atletas do Recife”, disse Falcão, que jogava no Mariners Recife e que iniciou no esporte como hobby incentivado pelo treinador Davi, e seu irmão, Cauã Falcão.
Hoje ele acredita que seu futuro está no beisebol. “Não sei explicar, mas algo dentro do esporte me puxou. Para mim o beisebol hoje é minha família. Quando você está em campo, com seus amigos, é como se estivesse com sua família”, conta Caio Falcão, que sonha um dia ser um jogador profissional de beisebol.

Sonho semelhante o de Lucas Uru, de 16 anos. Há quatro anos no CT/Academia, o capitão do grupo explica que nesse tempo amadureceu na vida pessoal e como atleta. Para ele, o beisebol só tem a ganhar com a parceria MLB / CBBS. “O nível do beisebol praticado no Brasil vai evoluir muito e a bolsa também vai ajudar bastante os atletas”, assegura Lucas, afirmando que, com a presença da MLB vão surgir mais oportunidades para se tornar um jogador profissional.

(Aldo Shiguti)

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