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Sucessores da Aum Shinrikyo representam perigo, diz governo

As autoridades continuam monitorando as ações dos sucessores da seita, alegando forte influência do ex-líder Shoko Asahara

Após o ataque com gás sarin no metrô de Tóquio há 30 anos, a seita Aum Shinrikyo se dividiu em três grupos, os quais continuam recebendo a adesão de jovens. Um representante da Agência de Inteligência de Segurança Pública, porém, disse que “ainda há risco” de um incidente se repetir.

Yusuke Kitamura, da Agência, se refere ao dia 20 de março de 1995, quando seguidores da seita Aum Shinrikyo liberaram o gás tóxico sarin em três linhas do metrô de Tóquio durante o horário de pico.

O ataque causou a morte de 14 pessoas e deixou cerca de 6.300 passageiros feridos.

O líder do grupo, Shoko Asahara, cujo nome verdadeiro era Chizuo Matsumoto, e outros 12 membros foram condenados à pena de morte pelos diversos crimes cometidos pela seita. Todos eles foram executados por forca há sete anos.

Esta Agência e outras fontes do governo informaram que mais de 860 pessoas aderiram aos três grupos sucessores ao longo de 10 anos até 2023.

Pelo menos 52% têm menos de 20 anos, ou seja, nasceram bem depois do ataque com gás sarin no metrô de Tóquio.

O problema é que a tática de recrutamento de novos adeptos do Aleph, como é chamado um dos três grupos, era ocultar o nome da organização e usar teorias de conspiração.

Seus membros abordavam jovens em livrarias ou outros locais e os incentivavam a participar de grupos de estudo.

Depois de vários encontros, diziam que o ataque com gás sarin foi uma conspiração de pessoas que não faziam parte do culto, e então revelavam o nome do grupo.

O representante da Agência criticou a prática, alegando que eles pressionam os novos recrutados, fazendo-os concluir que é tarde demais para recusar permanecer no local. “É uma tática enganosa”, disse.

Um antigo membro do Aleph, que saiu na década de 2010, informou que muitos que chegam estão interessados em filosofia e religião.

Para este ex-membro, o motivo da adesão está na “superioridade da doutrina” e, ao recrutar, ele não escondia o nome do grupo ou incidentes passados.

O Aleph usa gravações de áudio do ex-líder, Shoko Asahara.

Na época, quando estava no corredor da morte, o Asahara disse: “Acho que todos vocês deveriam se juntar à Aum Shinrikyo. Ou melhor, vocês só têm uma escolha.”

O interior da sede da seita tem no centro do altar uma foto de Asahara. E, de acordo com o Ministério da Justiça, como parte do treinamento, os seguidores ainda são obrigados a beber o que é conhecido como “água néctar”, que Asahara descrevia como “água milagrosa”.

Apesar de a pandemia de Covid-19 ter reduzido o número de adesões, Yusuke Kitamura, da Agência, disse: “Os três grupos têm o potencial perigoso de causar outro incidente no futuro. O perigo não passou. Seus membros ainda estão sob a influência absoluta de Asahara e continuam ativos.”

Foto: Reprodução/Agência de Inteligência de Segurança Pública
Altar dentro das instalações do grupo “Aleph” no distrito Adachi, em Tóquio
, com retrato de Shoko Asahara

FONTE: ALTERNATIVA ON LINE

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