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Japão considera tarifa automotiva dos EUA ‘lamentável’ e exige isenção

O governo justifica que contribui com investimentos e empregos no mercado norte-americano

O governo do Japão exigiu que os Estados Unidos isentem o país de tarifas automotivas, classificando a decisão do governo de Donald Trump de “extremamente lamentável”, disse o porta-voz e secretário de Gabinete, Yoshimasa Hayashi.

“Nós pedimos fortemente (ao governo dos EUA) que excluísse o Japão da medida”, disse o Hayashi, acrescentando que foi instruído pelo primeiro-ministro Shigeru Ishiba a fazer com que os ministros relacionados ao tema cooperassem na resposta à questão.

O mesmo pedido foi feito pelo ministro da Indústria, Yoji Muto, para excluir o Japão da tarifa adicional de 25% sobre todos os automóveis feitos fora dos Estados Unidos, depois de um pedido semelhante quando visitou o país no início deste mês.

Para Hayashi, a decisão dos EUA pode ter um “grande impacto nos laços econômicos bilaterais, na economia global e no sistema de comércio multilateral”.

O anúncio da tarifa de 25% foi feito por Trump na quarta-feira (26), abrangendo a importação de automóveis, sem exceções. A medida deve valer em 3 de abril, podendo interromper a cadeia de suprimentos mundial e representar um golpe para as montadoras japonesas, dada sua penetração no mercado dos EUA.

O primeiro-ministro Shigeru Ishiba disse no Parlamento que o governo deve considerar todas as opções possíveis.

Apesar das tentativas de se isentar da tarifa adicional, o fato é que, até agora, o esforço do Japão aparentemente fracassou.

Para justificar o pedido de isenção, Hayashi destacou as “grandes contribuições” que as empresas japonesas, incluindo as montadoras, fizeram para a economia dos EUA.

Segundo ele, as montadoras japonesas investiram US$ 61,6 bilhões e criaram cerca de 2,3 milhões de empregos nos Estados Unidos.

“Examinaremos cuidadosamente o impacto (da tarifa) no Japão e continuaremos a pedir fortemente uma isenção”, disse Hayashi.

O chefe de política do Partido Liberal Democrático (PLD), Itsunori Onodera, conversou com o encarregado de Negócios dos EUA, Joseph Young. Ele disse que o Japão precisa negociar com os EUA, já que a tarifa anunciada poderá ter impacto negativo na economia japonesa.

O ministro Takeshi Iwaya, das Relações Exteriores, participará de uma conferência internacional em breve, na qual ele solicitará junto ao Secretário de Estado, Marco Rubio, a exclusão do Japão da medida, justificando que os automóveis são de um setor essencial no Japão e que os enormes investimentos japoneses contribuíram para a economia e o emprego americanos.

Como a tarifa anunciada por Trump se aplicam também a motores, peças eletrônicas e outros componentes, o governo examinará cuidadosamente o impacto nos sistemas de produção e no emprego em toda a indústria automobilística e tomará as medidas necessárias, como fornecer apoio financeiro aos fabricantes de peças.

FONTE: ALTERNATIVA ON LINE

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