Gota de Leite: há 78 anos ajudando a transformar mulheres em mães
Com mais de cem mil bebês nascidos na Gota de Leite, a maternidade responde também pelo nascimento de milhares de mães. A entidade surge em 1931 com a doação de leite e a creche, mas foi em 1947 a implantação da primeira sala de parto. Desde então, o papel da instituição é ser “a mãe das mães”.
“O mesmo sentimento maternal que me envolve na família, com meus três filhos e cinco netos, me compromete na entidade. Trabalho pelos colaboradores e pacientes que, todos os dias, entram e saem na entidade com seus filhos no ventre e, depois, no colo”, disse a presidente da entidade, Virgínia Maria Pradella Balloni, voluntária da Gota desde 1986 e presidente desde 1997.
“Mas nunca devemos esquecer Lirys Rocha Negreiros, a primeira presidente da Associação Feminina de Marília (de 1931 a 1937), que foi a mentora de todo trabalho precursor da maternidade”, enalteceu Virgínia. Através de Lirys, ela estende a reverência a todas as mulheres que assumiram o papel , assim como ela há 28 anos, de ser “mãe das mães”.
Se a maternidade acolhe não somente os bebês, mas também as mulheres que passam por esse marco de vida, suas lideranças naturalmente assumem essa função. “Quando Deus nos dá um desígnio, devemos assumir a responsabilidade”, observou Virgínia.
Uma das mulheres que mais recentemente se tornou mãe com a ajuda da maternidade é Vitória Matias, de 21 anos. Sua família está na terceira geração de partos na Gota de Leite e nesta semana, às vésperas do Dia das Mães, nasceu sua filha, Yasmin, de parto normal.
Momentos depois, Vitória vivia a alegria de segurar e amamentar sua filha, já caminhava pelo quarto, aprendia a trocar a fralda da Yasmin e degustava as delícias da cozinha da Gota de Leite. “Estou muito feliz e fui muito bem tratada por toda a equipe da maternidade desde que cheguei, me acalmando até na madrugada. A primeira roupa que usei em minha filha foi a roupinha que minha mãe colocou em mim quando eu nasci aqui”.
Antes da alta hospitalar, ela recebeu Virgínia Balloni no apartamento da maternidade e agradeceu pela acolhida. “A sua bebê é Gota mesmo! Porque está de lilás”, brincou a presidente, se referindo à cor da maternidade. Aos elogios feitos por Vitória, Virgínia respondeu que todos na Gota de Leite fazem o máximo pelo atendimento em saúde e no agrado humanizado ao binômio “mãe e filho”.
Na Gota de Leite, não só os bebês, mas as mães encontram colo maternal. E a presidente afirma que o fato de ser mãe acrescenta empatia à função. “Sei como é passar pelo parto e como é a vida de uma mãe, entendendo, junto com toda equipe, a situação de cada uma das pacientes”.
Compromisso e competência caminham junto com empatia maternal
Mas se o feeling maternal é importante, não é o único pilar que sustenta o trabalho voluntário de Vigínia Balloni há 39 anos. Ela já tinha experiência hospitalar e formações superiores em Economia e Química quando foi convidada a ser tesoureira da Gota, função que ocupou por 11 anos antes da presidência.
No entanto, ainda cumpriu quatro pós-graduações para corresponder às necessidades da maternidade. Ela tem especializações em Administração Hospitalar, Administração Pública e em Serviço de Saúde, além de MBA em Recursos Humanos.
E com esse olhar empático e profissional, esta mãe e voluntária decidiu que a Gota assumiria a gestão dos recursos humanos da rede básica de Marília e de municípios da região. Ou seja, a Maternidade Gota de Leite é a empregadora de centenas de profissionais que atuam nos postos de saúde.
“Assumimos esse trabalho quando identificamos que a ESF (Estratégia de Saúde da Família) resgata o atendimento integral às pessoas. Este programa federal tem muito a ver com a história da Gota de Leite, fundada com esses mesmos princípios de humanização e proximidade”, salientou a presidente da maternidade.