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Ministro da Agricultura do Japão renuncia após fala polêmica: “Tenho tanto arroz em casa que daria até para vender”

“Cheguei à conclusão de que não sou a pessoa adequada para continuar no cargo”, disse Taku Eto

O ministro da Agricultura, Silvicultura e Pesca do Japão, Taku Eto, apresentou nesta quarta-feira (21) sua carta de renúncia ao primeiro-ministro Ishiba Shigeru após declarações polêmicas envolvendo arroz, em meio à alta nos preços do produto. O episódio gerou forte reação da oposição e da opinião pública, informou a emissora NHK.

Durante um seminário realizado no último domingo (18) em Saga, Eto afirmou: “Nunca comprei arroz. Meus apoiadores me dão muito. Tenho tanto arroz em casa que daria até para vender.”

Apesar de posteriormente ter pedido desculpas e retirado a declaração, o comentário foi amplamente criticado como insensível, principalmente num momento em que o país enfrenta forte alta nos preços do arroz. Partidos da oposição chegaram a discutir a apresentação de uma moção de desconfiança contra o ministro.

Mesmo que ele não tivesse pedido renúncia, Ishiba já tinha demonstrado na noite anterior a intenção de trocar de ministro.

Renúncia oficial
Na manhã desta quarta-feira, Eto se reuniu com o primeiro-ministro na residência oficial e entregou sua carta de demissão, assumindo a responsabilidade por suas palavras. A renúncia foi aceita por Ishiba.

“Em um momento em que os cidadãos enfrentam sérias dificuldades com a alta do arroz, fiz uma declaração extremamente inadequada como ministro responsável pelo setor. Peço sinceras desculpas à população”, disse ele em uma entrevista.

“Estamos entrando em um momento crítico na política de preços do arroz. Refletindo sobre minha posição, cheguei à conclusão de que não sou a pessoa adequada para continuar no cargo”, acrescentou.

Escolha do sucessor
O primeiro-ministro indicou a intenção de nomear Shinjiro Koizumi, ex-presidente do Comitê de Estratégia Eleitoral do Partido Liberal Democrata (PLD), como novo ministro da Agricultura.

Koizumi, filho do ex-primeiro-ministro Junichiro Koizumi, já ocupou cargos ministeriais e tem experiência na área agrícola, sendo visto como nome capaz de restaurar a credibilidade do governo na condução da política agrária.

Eto comentou que desejava permanecer no cargo ao menos até a definição do orçamento e da estrutura da reforma agrícola planejada para os próximos cinco anos, mas entendeu que sua permanência poderia prejudicar o avanço dessas políticas.

“A confiança da população é essencial para estabilizar o preço do arroz. Perdi essa confiança, e acredito que minha saída é a melhor decisão para o país.”

Foto: Reprodução/FNN

FONTE: ALTERNATIVA ON LINE

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