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CRISE DO ARROZ: Governo descobre que baixar o preço não é tão fácil

O governo japonês já decidiu: baixar o preço do arroz é prioridade máxima! Mas, apesar dos esforços do governo para baixar o preço do grão, os resultados práticos ainda são limitados. O Ministério da Agricultura, Florestas e Pesca (MAFF) iniciou, no dia 26 de maio, a venda de arroz dos estoques públicos através de contratos diretos (sem licitação) com grandes redes varejistas. Sete empresas, incluindo gigantes como Ito-Yokado e Don Quijote, já solicitaram a compra, totalizando cerca de 58 mil toneladas — cerca de 20% da quantidade prevista para liberação.

2.000 ienes por 5 quilos, será?

A medida visa atingir rapidamente um preço de venda ao consumidor de 2.000 ienes (sem impostos) por 5 quilos, valor que atualmente está muito abaixo da média nacional. Dados da NHK mostram que, na semana encerrada em 18 de maio, o preço médio do arroz vendido em supermercados chegou a 4.285 ienes com impostos — um recorde histórico pelo segundo mês consecutivo.

Mesmo com a liberação gradual do arroz estocado desde março, os preços não caíram de forma significativa. Segundo o ministro da Agricultura, Koizumi, o primeiro dia de solicitações teve um “desempenho promissor”, mas o impacto real nos preços ao consumidor segue incerto.

A situação é especialmente crítica em cidades como Yokohama, onde algumas redes ainda não conseguiram adquirir arroz dos estoques governamentais. Um gerente de compras explicou à NHK que, mesmo com acesso ao arroz mais barato, não é possível reduzir os preços dos estoques antigos comprados a preços elevados. “São produtos diferentes, com dinâmicas distintas”, explicou.

Além disso, a operação logística apresenta desafios. Muitos supermercados não têm estrutura para processar o arroz cru (genmai), exigindo parcerias com empresas especializadas em beneficiamento e embalagem.

Em contraste, no interior do Japão, algumas redes já conseguem oferecer arroz a preços mais baixos. Em Nagano, supermercados da rede A-Coop, ligada à JA (Associação de Agricultores), vendem arroz com arroz de estoque por 2.990 ienes (sem impostos) desde abril. Segundo a associação em Nagano, 77% das 1.000 toneladas adquiridas em leilão já foram distribuídas para varejistas locais.

Uma consumidora de 60 anos entrevistada pela NHK resumiu a situação: “Arroz a 4.000 ou 5.000 ienes é inviável. Se o arroz custar o mesmo que o estoque, dá para continuar comprando”.

O governo espera que a venda direta por contrato acelere a queda dos preços no varejo, mas a complexidade da cadeia logística, os estoques antigos e a estrutura desigual entre as regiões indicam que a chamada “crise do arroz” está longe de ser resolvida.

FONTE: ALTERNATIVA ON LINE

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