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Comércio terá papel fundamental no futuro dos oceanos, diz agência da ONU

Um coral próspero em Fiji

Coral Reef Image Bank/Tom Vierus

Um coral próspero em Fiji

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 Desenvolvimento econômico

Às vésperas da 3ª Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, de 9 a 13 de junho, na França, setores emergentes como cultivo de algas marinhas e alimentação “azul” ganham destaque na agenda internacional; Unctad defende avanço de práticas sustentáveis nos mares. 

A economia oceânica será um dos temas de destaque na 3ª Conferência dos Oceanos das Nações Unidas. O evento, coorganizada por França e Costa Rica, acontece de 9 a 13 de junho na cidade francesa de Nice.

O objetivo do encontro é acelerar ações de conservação e uso sustentável dos mares, que cobrem 70% da superfície do planeta, mas sofrem com mudanças climáticas, poluição e pesca excessiva.

Setores emergentes

A conferência é uma oportunidade para reverter a falta de investimentos e a governança fragmentada que agravam os riscos para o ambiente marinho.

A ONU Comércio e Desenvolvimento, Unctad, destaca que mais de 80% do comércio mundial de mercadorias é transportado por via marítima.

Além disso, mais de 600 milhões de pessoas dependem da pesca, um setor que sustenta cerca de 100 milhões de empregos em todo o mundo.

A Unctad afirma que o comércio é fundamental para moldar o futuro dos oceanos, com o avanço de setores sustentáveis, como sistemas alimentares “azuis”, uso de algas marinhas para substituir o plástico, produtos de moda que não agridem os mares, dentre outros.

 Um pescador local no Quênia que depende do peixe para alimentação e subsistência

Pnud/Amunga Eshuchi

Um pescador local no Quênia que depende do peixe para alimentação e subsistência

Economia oceânica em expansão

Segundo a agência, o comércio de bens e serviços oceânicos atingiu um recorde de US$ 2,2 trilhões em 2023, com o turismo marinho e costeiro representando a maior fatia, de US$ 725 bilhões. 

Nas últimas décadas, o mercado de algas marinhas mais do que triplicou, aumentando de US$ 4,5 bilhões em 2000 para US$16,5 bilhões em 2020.

Durante a conferência em Nice, a Unctad organizará eventos paralelos para explorar como o comércio, a inovação e o investimento podem turbinar a economia oceânica, que está em expansão.

Outro destaque será como o comércio apoia sistemas alimentares sustentáveis baseados no oceano, os chamados “alimentos azuis”, que podem ter um papel importante na segurança alimentar global.

Apoio aos “Estados-ilhas”

A Unctad também apresentará um compromisso voluntário, em conjunto com o Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU, para apoiar a ação oceânica baseada em dados com foco em Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento, Sids.

O projeto envolve Belize, Barbados, República Dominicana e Trinidad e Tobago e tem como foco o desenvolvimento de políticas para reduzir a degradação ambiental as emissões de gases do efeito estufa, além de promover maior integração dessas nações no comércio global e em práticas sustentáveis.

Os Sids são altamente vulneráveis a mudanças climáticas e desastres naturais. Para além do apoio ligado ao desenvolvimento econômico, a ONU também apoia esses países na criação de sistemas de alerta precoce.

Viti Levu, em Fiji

Unsplash/Alec Douglas

Viti Levu, em Fiji

Antecipação a riscos de desastres

Desde 2015, quase 400 milhões de pessoas que vivem em países menos desenvolvidos e em Sids obtiveram acesso a previsões e serviços melhorados de antecipação de desastres.

Por meio da Iniciativa de Sistemas de Alerta Precoce e Risco Climático, da Organização Meteorológica Mundial, OMM, 77 países foram beneficiados.

Ao discursar sobre o tema em um evento separado, em Genebra, na terça-feira, a subsecretária-geral da ONU, Amina Mohammed, disse que os desastres estão acontecendo com “intensidade e imprevisibilidade crescentes”, em todos os países e regiões.

O Relatório de Avaliação Global sobre Redução de Riscos de Desastres de 2025 destaca que perdas diretas são estimadas em US$ 202 bilhões anuais, mas, quando considerados todos os impactos, o prejuízo ultrapassa US$ 2,3 trilhões.

FONTE:ONU NEWS

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