Preço médio do arroz no Japão cai pela terceira semana, mas continua o dobro de um ano atrás
O Ministério da Agricultura, Florestas e Pesca do Japão (MAFF) anunciou na segunda-feira (16) que o preço médio de 5 kg de arroz vendido em supermercados entre os dias 2 e 8 de junho foi de 4.176 ienes, uma queda de 48 ienes em relação à semana anterior.
Essa é a terceira semana consecutiva de queda, segundo o jornal Yomiuri, mas o preço médio continua o dobro de um ano atrás.
A tendência de baixa é atribuída à ampliação da distribuição de arroz dos estoques governamentais, iniciada neste mês por meio de contratos diretos com redes de varejo.
A pesquisa se baseou em dados de aproximadamente 1.000 supermercados em todo o país, e o retorno do preço médio à faixa dos 4.100 ienes não era registrado desde meados de março.
“Ainda não atingimos um nível de preço que permita que a população compre arroz com tranquilidade. Não é hora de reduzir o ritmo das medidas”, disse o ministro da Agricultura, Shinjiro Koizumi, durante entrevista à imprensa.
Na divisão por tipo de arroz, os chamados “blended rice” (arroz misto e mais barato), incluindo o dos estoques governamentais, representaram 44% das vendas, um aumento de 5 pontos percentuais em relação à semana anterior, ultrapassando pela primeira vez a marca de 40%.
Já os arrozes de marca premium, como o Koshihikari, caíram para 56%, também uma queda de 5 pontos.
Apesar da queda no preço médio, um gerente de uma grande rede de supermercados afirmou que os preços dos arrozes de marca continuam altos, explicando que a redução atual é pontual.
“A quantidade de arroz mais barato disponível aumentou temporariamente, mas isso não significa que o mercado como um todo esteja mais barato. Ainda pode levar algum tempo até que haja uma queda generalizada nos preços”, disse.
Vale destacar que os dados iniciais não incluem o arroz dos estoques vendidos via contratos diretos. Por isso, o ministério também divulgou dados específicos coletados em mais de 2.400 estabelecimentos, como supermercados e lojas de conveniência.
Segundo a pesquisa, o arroz vendido por contratos diretos teve um preço médio de 2.119 ienes por 5 kg (com impostos), o que representa cerca de 51% das vendas de arroz nesses estabelecimentos — mostrando uma forte concentração de demanda nesses produtos mais baratos.
O professor Katsuhito Fuyuki, da Universidade de Tohoku e especialista na distribuição de arroz, comenta que, com o produto barato sendo disponibilizado nas prateleiras, o comportamento dos consumidores tende a mudar.
“Antes, as pessoas sentiam que precisavam comprar logo, mesmo com o preço alto, por medo de escassez. Agora, com arroz mais acessível disponível, muitos preferem esperar. Isso faz com que os arrozes mais caros parem de vender, forçando os varejistas a reverem seus preços”, afirmou.
No entanto, o professor alerta para dois fatores que podem limitar essa tendência de queda:
- Custo elevado de aquisição: os varejistas compraram arroz de marca a preços altos, e vendê-los abaixo do custo ainda é inviável, mesmo com margens reduzidas.
- Incertezas sobre a nova safra: a quantidade e a qualidade do arroz da próxima colheita ainda são incertas, o que leva comerciantes a manter estoques atuais como precaução.
FONTE:ALTERNATIVA ON LINE