Após 25 anos, família japonesa ainda busca motivos que levaram ao assassinato brutal do garoto Jun Hase
Após 25 anos da morte Jun Hase, um garoto de apenas 11 anos assassinado brutalmente em Kobe, província de Hyogo, seu pai ainda busca respostas: por que o filho foi morto? Quais foram os motivos? São duas das muitas perguntas que assombram a família durante todo esse tempo.
“Por que a vida do meu segundo filho teve que ser tirada? Você é obrigado a responder à pergunta”, disse o pai de Hase, Mamoru, de 66 anos, diz um trecho da mensagem divulgada pelo advogado da família.
Nesta terça-feira o Japão relembra exatamente os 25 anos desde a morte de Hase. Entre fevereiro e maio de 1997, o homem, que tinha 14 anos na época e usava o pseudônimo de Seito Sakakibara, atacou cinco crianças do ensino fundamental, matando Hase e Ayaka Yamashita, que tinha 10 anos.
Após sua prisão, o criminoso foi internado em um reformatório médico juvenil. Ele enviou cartas à família de Hase antes do aniversário da morte do menino todos os anos a partir de 2004, quando foi liberado da instituição. As cartas pararam de chegar em 2018, no entanto.
“Continuamos buscando uma resposta verdadeira”, disse o pai no comunicado.
“Você precisa enfrentar o crime brutal que cometeu e encontrar a verdade”, complementou Hase. “Escrever cartas é uma das maneiras de fazer isso.”
O pai também mencionou a lei juvenil revisada, que entrou em vigor em abril. Ele continua a fornecer alguma proteção a infratores de 18 e 19 anos, enquanto a idade mínima para votar foi reduzida para 18 anos.
“É natural pensar que dar (às pessoas dessa idade) direitos e oferecer proteção a eles sob a lei juvenil quando cometem crimes é uma situação anormal”, disse o pai. “Isso é um padrão duplo completo.”
Ele disse que concorda com o espírito básico da lei juvenil, mas também que as coisas são completamente diferentes quando os crimes resultam na morte de vítimas e criam familiares enlutados.
“Formas de pensar que não têm equilíbrio não podem ser toleradas”, disse ele.
Cena de horror – Jun Hase foi estrangulado e teve a cabeça decapitada. O assassino ainda teve a frieza de deixar a cabeça do garoto do lado de fora do portão da escola, desafiando as autoridades.
Em 2015, o assassino lançou um livro de memórias, chocando a sociedade japonesa. Nas memórias, o assassino classificou seu crime contra Jun Hase de “uma beleza”.
“Deixe-me confessar uma coisa: achei a visão uma beleza”, escreveu ele, lembrando como se sentiu ao colocar a cabeça decepada do menino no portão da escola. “Senti que nasci só para ver a beleza etérea do que estava diante dos meus olhos”, ressaltou.
Jiji Press / Translated by Nippon Já