Mortes, fugas, disfarces e prisão em hotel: relembre caso Rafael Miguel
Três anos após a morte do ator Rafael Miguel e dos pais, o acusado pelo assassinato, Paulo Cupertino, é transferido para a Penitenciária 1 de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo, onde aguarda julgamento. Nesse período, Isabela Tibcherani, namorada de Rafael à época, tenta reconstruir a vida longe da presença e das lembranças do pai. Relembre o caso
Era um domingo, dia 9 de junho de 2019, quando o ator Rafael Miguel, na época com 22 anos, e os pais, João Alcisio Miguel, de 52, e Miriam Selma Miguel, de 50, foram mortos brutalmente na casa da namorada do jovem, Isabela Tibcherani, localizada na zona sul de São Paulo
A família de Rafael foi até a casa de Isabela para conversar com o pai dela, Paulo Cupertino. O empresário não aceitava o relacionamento, mesmo sem conhecê-lo. A intenção, naquele momento, era mostrar que eles eram uma família de “boa índole” e, assim, oficializar o namoro do casal. A expectativa era a provação do pai da menina
Na casa, Rafael, João e Miriam foram recebidos por Isabela e pela mãe dela, Vanessa Tibcherani — que, mais tarde, revelou um histórico de agressões por parte do marido. Pouco tempo depois, Paulo Cupertino Matias chegou ao local armado. Exaltado, teria decidido atirar contra o genro e os familiares. Disparou nas três vítimas, no portão da casa, segundo a acusação
Um laudo elaborado pela Polícia Técnico-Científica de São Paulo mostrou que o atirador disparou 13 vezes. Rafael foi atingido por sete tiros — um na cabeça, outro no peito, três nas costas e dois no braço esquerdo. O pai foi baleado quatro vezes (uma peito, duas no braço esquerdo e uma no braço direito), e a mãe, duas (no peito e no ombro)
Isabela Tibcherani tinha 18 anos quando conheceu Rafael Miguel pela internet. Os dois se encontraram e começaram a namorar. As famílias do casal sabiam, menos o pai da jovem
Segundo a mãe de Cupertino, ele acreditava que a filha havia engravidado do ator. Logo após matar as vítimas, o pai de Isabela fugiu e a Polícia Civil deu início às buscas por ele com um mandado de prisão preventiva
Cupertino e a mãe de Isabela se divorciaram. Em junho de 2019, ele não morava mais com a família. Mesmo assim, quando foi comunicado sobre o relacionamento da filha com o ator, não aceitou. Isabela chegou a ficar seis meses sem ver Rafael por medo do pai e o encontrou novamente em uma festa junina, no dia anterior ao crime
Pistas sobre o paradeiro de Cupertino foram checadas em diversas cidades do interior paulista, estados do país e até no exterior. A rota de fuga incluiu passagem por fazendas no Mato Grosso do Sul e Paraguai e a emissão de um RG com dados falsos no Paraná. Em dezembro de 2020, um motorista de aplicativo informou ter transportado ele
Apenas no dia 16 de maio deste ano, o homem foi encontrado e preso. Ele foi localizado em um hotel próximo de onde matou a família de Rafael Miguel. Do hotel, Cupertino foi levado para o 98º DP (Jardim Miriam), também na zona sul, e em seguida para o Palácio da Polícia
Antes de ser preso, Paulo Cupertino era considerado pela Polícia Civil o criminoso mais procurado e perigoso do estado de São Paulo. Ao ser detido, o homem debochou da polícia e disse que a corporação “procurou no lugar errado“
Ao ser levado por policiais civis ao DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa), o homem afirmou para os jornalistas que estavam no local que não era o responsável pelo assassinato de Rafael Miguel e os pais dele e afirmou ser inocente
Após dois anos e 11 meses foragido, a prisão do pai é um alívio para Isabela, que espera que a justiça seja feita. A jovem diz que não o considera mais como pai. “A sensação é horrível. Ele diz: ‘Minha filha está me acusando’ – mas que filha? Ele não tem mais uma filha”, relatou em entrevista à Record TV
O réu foi transferido na tarde de terça-feira (7) para uma penitenciária em Presidente Venceslau (SP), no interior de São Paulo. Preso em 16 de maio, ele havia sido levado inicialmente a um CDP (centro de detenção provisória) na zona leste da capital para regime de observação
FONTE: R7 ( POR Isabelle Amaral*, do R7)