Simone e Simaria se separam após dez anos em dupla, mas ficam unidas na história do ‘feminejo’
Comunicado no início da noite desta quinta-feira, 18 de agosto, o anúncio oficial da dissolução da dupla Simone e Simaria reverbera sem surpresa no universo sertanejo.
Após meses de atritos, alguns expostos de forma pública, as cantoras se separam após uma década de carreira como dupla sertaneja, mas permanecem em cena de forma individual. Simone cumprirá os shows já agendados da dupla, formada em 2012 pelas irmãs baianas após passagens por bandas de forró. Simaria entra em recesso para arquitetar os próximos passos da carreira.
Em uma década de atividade profissional no mercado sertanejo, Simone e Simaria firmaram dupla indissociável da corrente feminina que impulsionou o gênero sertanejo a partir de 2015, puxada por Marília Mendonça (1995 – 2021).
Foi no rastro do sucesso inicial de Marília como cantora – em trajetória iniciada em 2014 pela Rainha da sofrência – que Simone e Simaria alcançaram projeção nacional em 2015 com o álbum ao vivo Bar das Coleguinhas, lançado em março daquele ano.
O sucesso foi consolidado em 2016 com a edição de Live, álbum que rendeu os hits 126 cabides e Regime fechado. Em 2017, a colaboração com Anitta no single Loka manteve Simone e Simaria no topo das playlists.
Simone e Simaria fazem parte da geração feminina que deu voz ativa às mulheres no universo sertanejo, historicamente marcado pelo império masculino.
No embalo do sucesso de Marília Mendonça, artista fundamental que entrou em cena como compositora em 2011 para virar o jogo a favor das mulheres no gênero sertanejo, As Coleguinhas se inseriram em movimento pautado por repertório em que as mulheres se rebelaram contra o machismo, a violência doméstica – assunto de Ele bate nela (2014), uma das músicas de Simone e Simaria – e se permitiram cair na farra com doses fartas de álcool e diversão.
Marília Mendonça foi a pioneira, mas Simone e Simaria ajudaram a encorpar esse movimento altivo rotulado como feminejo. E é por isso que, mesmo separadas, elas continuam unidas na história desse movimento feminino libertador no universo sertanejo.
FONTE : G1 ( POR MAURO FERREIRA)