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Taxa de refugiados inscritos no ensino primário se mantém, mas pode camuflar abandono

A Agência da ONU para Refugiados, Acnur, lançou esta terça-feira o Relatório de Educação de Refugiados 2022. A pesquisa aponta que a proporção de crianças vivendo nessa condição que estão matriculadas no nível primário se manteve em 68%. 

Apesar de ser um dado positivo, essa taxa pode camuflar “um alto número de desistências” em algumas regiões, ressalta a publicação compilada entre 2020-21 com narrativas de 40 países.

Países desenvolvidos

Ao contrário da educação básica, a quantidade de estudantes registrados no nível secundário em países anfitriões caiu para 37%. Já no ensino superior, a presença de refugiados registrados em 2020-21 foi de 6%. 

Mesmo estando bem abaixo em relação aos níveis globais, particularmente nos países desenvolvidos, esta taxa continuou subindo quando comparada aos momentos em que permaneceu em 1%.Acnur enfatiza que uma educação de má qualidade afeta centenas de milhões de crianças

Acnur/Amos Halder

Acnur enfatiza que uma educação de má qualidade afeta centenas de milhões de crianças

Os dados destacam que grande número de menores vivendo como refugiados está fora da escola, se comparado a crianças dos países anfitriões. Essa tendência é similar em diferentes realidades, independentemente dos recursos ou rendimento econômico.

No documento, o Acnur pede um novo impulso para que crianças e jovens refugiados sejam incluídos nos sistemas nacionais de educação em todos os níveis.

Esforços 

Estima-se que acima de 10 milhões de menores refugiados em idade escolar sejam apoiados pelo Acnur. A agência destaca as aspirações dos jovens refugiados irem além do nível secundário, ligadas a esperanças e ambições de professores e das comunidades que os acolhem. 

Para um melhor desempenho, o Acnur recomenda que se criem parcerias fortes para demolir as barreiras à educação que se colocam a milhões das crianças que buscam abrigo em outros países. O estudo recomenda esforços para que refugiados sejam alcançados em sistemas de ensino, incluindo professores.Fugee School, que acolhe crianças refugiadas na Malásia

Grace Tan / Payong

Fugee School, que acolhe crianças refugiadas na Malásia

Mesmo antes da pandemia, 57% de crianças não sabiam ler e nem podiam compreender um texto simples aos 10 anos em economias de rendas baixa e média. Esse nível chega a 86% na África Subsaariana, onde se concentram milhões de refugiados. 

O Acnur enfatiza que uma educação de má qualidade afeta centenas de milhões de crianças quando associada à falta de acesso a escolas e faculdades. 

Preço alto 

O relatório destaca que é essencial que refugiados sejam incluídos na transformação ainda em idade mais jovem. 

Para a agência das Nações Unidas, os efeitos do investimento na educação beneficiariam o coletivo ao promoverem um ambiente mais pacífico e, ao mesmo tempo, resiliente. Nessa realidade, o talento e as oportunidades seriam mais bem aproveitados. Sem isso, as sociedades pagariam um preço alto.

O relatório é lançado em vésperas da Cúpula da Educação Transformadora. O evento convocado pelo secretário-geral da ONU acontecerá em paralelo à 77ª sessão da Assembleia Geral. O alvo é mobilizar os líderes participantes a promover ação, ambição, solidariedade e soluções para transformar a educação até 2030.
 A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável enfatiza a necessidade de “não deixar ninguém para trás”.

Foto: UnicefEthiopia/2018/Mersha

A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável enfatiza a necessidade de “não deixar ninguém para trás”.

FONTE : ONU NEWS

 

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