Valor médio de pagamento de dívidas cai 11,7% entre maio e julho no Brasil, aponta Paschoalotto
No período, a média de pagamentos realizados foi de R$ 572,20 em todo o país e o ticket médio da dívida foi de R$ 5.782,11
Os brasileiros pagaram menos as suas contas atrasadas entre maio e julho de 2022. O valor médio recebido de dívidas em todo o Brasil caiu 11,7% na comparação com o período entre fevereiro e abril de 2022. A conclusão é do levantamento realizado pela Paschoalotto a partir da análise e movimentação do banco de dados de seus clientes.
As cinco regiões do país registraram quedas no valor médio recebido na análise. A Região Nordeste teve a maior retração, com -24,1%. O Sudeste, por sua vez, foi a única que caiu abaixo de dois dígitos, com -6,1%. As regiões Sul, Norte e Centro-Oeste caíram, respectivamente, -23,2%, -20,3% e -13,2%.
No total, a média nacional do recebimento de contas atrasadas foi de R$ 572,20 – ante R$ 647,68 registrado entre fevereiro e abril de 2022. O maior valor foi registrado na região Centro-Oeste, com R$ 696,88. Já o menor valor foi verificado no Nordeste, com média de R$ 421,62 por pagamento.
O ticket médio da dívida entre maio e julho de 2022 foi de R$ 5.782,11 em todo o país. Na análise regional, a maior média foi obtida novamente no Centro-Oeste, com R$ 7.148,78. O Norte, em contrapartida, teve o ticket médio mais baixo, com R$ 4.612,18% (confira todos os valores no quadro abaixo).
A base de dados da Paschoalotto analisada no período entre maio e julho de 2022 compreende quase 4,6 milhões de contratos em todo o país, o que resulta em um total de R$ 26,2 bilhões. A Região Sudeste, sozinha, corresponde a mais da metade do estoque da dívida, com 51,3% do total.
O levantamento foi coordenado por Reinaldo Cafeo, economista-chefe da Paschoalotto, que apontou a mudança de comportamento das pessoas em relação às contas atrasadas. “A queda no valor médio de pagamentos mostra que a prioridade dos brasileiros mudou no período, destinando o dinheiro para outros setores. Isso explica porque as pessoas estão se endividando mais apesar do aumento da taxa de emprego”.
De acordo com os dados da PNAD Contínua, a taxa de desemprego no Brasil caiu para 9,1% em julho de 2022, o menor índice desde dezembro de 2015. Além disso, o CAGED indica a criação de quase 219 mil postos de trabalho no mesmo mês, com aumento de 0,8% no salário oferecido.
“Esse cenário, portanto, tem mais a ver com o comportamento das famílias do que a situação macroeconômica do país. Os brasileiros priorizaram melhorar a cesta de produtos que levam para a mesa em vez de focar na inadimplência, retornando a um padrão de consumo que não tinha há algum tempo”, complementa o economista.
Confira o valor médio recebido e de dívidas de cada região entre maio e julho de 2022
Média pagamento | Variação | Média das dívidas | Variação | |
BRASIL | R$ 572,20 | -11,7% | R$ 5.782,11 | 85,12% |
Centro-Oeste | R$ 696,88 | -13,2% | R$ 4.331,35 | 37,67% |
Nordeste | R$ 421,62 | -24,1% | R$ 4.661,13 | 38,53% |
Norte | R$ 497,62 | -20,3% | R$ 4.612,18 | 87,72% |
Sudeste | R$ 621,60 | -6,1% | R$ 6.798,92 | 86,81% |
Sul | R$ 634,39 | -23,2% | R$ 7.148,78 | 18,82% |