Keidanren pedirá que empresas concedam aumentos salariais, diz jornal
A Federação das Indústrias do Japão (Keidanren) pedirá que as empresas associadas aumentem os salários na próxima primavera para compensar o impacto do aumento dos preços sobre os trabalhadores, revelou o Nikkei Asia.
A maior organização empresarial do Japão divulgará na segunda-feira (7) mais detalhes que orientarão as empresas durante as negociações salariais na primavera de 2023. Mas as diretrizes finais serão anunciadas em janeiro.
A inflação certamente será colocada na mesa de negociações entre sindicatos e empresas, como a de automóveis e de serviços.
O jornal Nikkei teve acesso a um rascunho feito pela Keidanren, no qual pede que as empresas associadas “tomem medidas prospectivas que mantenham e fortaleçam o impulso dos aumentos salariais”, identificando funcionários jovens, trabalhadores com filhos e temporários como os mais vulneráveis ao impacto da inflação.
O Nikkei informa que as diretrizes da organização, porém, não são obrigatórias, mas são conhecidas por influenciar fortemente as empresas associadas.
Na próxima negociação salarial, a Confederação Sindical Japonesa, coma Rengo, buscará um aumento salarial de cerca de 5%, sua maior demanda em 28 anos.
O próprio governo do Japão tem pressionado as empresas a concederem aumentos de 3%, fazendo com que 41 empresas que conseguiram lucros nos mesmos níveis pré-pandêmicos elevassem os salários em 3,05%.
O primeiro-ministro Fumio Kishida disse nesta sexta-feira a repórteres o seguinte: “Aumentos salariais que acompanhem a inflação devem ser a maior prioridade”, já prevendo que as negociações em 2023 serão decisivas para mostrar se o país tem capacidade de entrar em um ciclo virtuoso de crescimento e distribuição.
A Keidanren indica que as empresas podem optar por subsídios de custo de vida e bônus especiais, e aquelas que ainda não se recuperaram da pandemia que procurem responder às demandas sindicais “com o melhor de suas habilidades”.
FONTE: ALTERNATIVA ON LINE