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Pesquisa detecta 120 casos de maus-tratos infantis em dez anos no Japão

O total de 120 casos de abuso infantil e outros maus-tratos cometidos em creches e jardins de infância foi registrado em 37 municípios em dez anos, resultando em ações administrativas, segundo pesquisa feita pela Kyodo News e divulgada no domingo (5). 

A pesquisa abrangeu 95 cidades no país com base em uma série de incidentes de maus-tratos a crianças, incluindo um que resultou na prisão de três mulheres que trabalhavam como professoras em uma creche na província de Shizuoka por suposto abuso repetitivo. Nesse caso, as acusadas penduravam as crianças de cabeça para baixo. 

Uma das professoras justificou seu comportamento devido ao aumento da carga de trabalho em razão da pandemia de coronavírus. O governo local foi criticado por só divulgar os abusos três meses depois de terem sido registrados. 

A pesquisa da Kyodo News mostrou que 64 governos locais realizaram 301 auditorias especiais num período de dez anos, com a visita de autoridades às instalações e a realização de audiência com os funcionários quando havia risco grave à vida da criança. 

Apenas no ano fiscal de 2021 foram realizadas 52 auditorias, quando em 2013 foram registradas apenas oito. As ações administrativas também saltaram de duas, no ano de 2013, para 27 em 2021. 

Das 120 ações administrativas impostas a creches, 63 não foram divulgadas por vários motivos, como o nível de cuidado infantil inadequado ser “menor” ou o tratamento “melhorar devido a instruções administrativas”, constatou a pesquisa.

Como o governo central não segue um padrão de divulgação das ações administrativas, cabe aos municípios decidir o que divulgar.

Do total de ações administrativas, 96 foram instruções verbais ou escritas e 21 terminaram em recomendações de melhorias. Houve também duas ordens administrativas mais graves, uma para interromper as operações da creche e um caso em que a certificação de uma instalação foi revogada.

O levantamento da Kyodo News foi feito entre dezembro de 2022 e janeiro deste ano, recebendo respostas de 95 autoridades locais, abrangendo as 47 províncias.

Cerca de 70% dos casos de maus-tratos contra crianças chegaram às autoridades pelo fornecimento de informações, inclusive de denunciantes.

Para Haruka Shibata, professora associada de sociologia na Universidade de Quioto: “A principal razão para o cuidado infantil inadequado é o mau tratamento dos professores e a proporção inadequada de crianças para cuidadores. O tratamento dos professores e os índices devem ser melhorados.”

Yuichi Murayama, que opera uma dessas instalações para crianças, confirmou que os professores não têm tempo suficiente para conversar e resolver problemas que ocorrem devido à proporção apertada de crianças para cuidadores.

Outros especialistas disseram que o resultado das auditorias e ações administrativas dos municípios relacionadas às creches deveria ser divulgado para fornecer materiais de referência aos pais que desejam matricular seus filhos. 

FONTE: ALTERNATIVA ON LINE

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