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Juliano Gauche habita o mundo dos sonhos em disco gerado pela ‘nuvem carregada’ da pandemia

♪ As questões metafísicas embutidas nas obras poéticas de Arthur Rimbaud (1854 – 1891), Clarice Lispector (1920 – 1977) e Fernando Pessoa (1888 – 1935) sempre exerceram poder de sedução sobre Juliano Gauche, cantor, compositor e músico capixaba nascido e criado em Ecoporanga (ES), interiorana cidade do Espírito Santo.

O quinto álbum de estúdio do artista – Tenho acordado dentro dos sonhos, no mercado fonográfico a partir de sexta-feira, 24 de março – vem desse fascínio e dos sonhos do artista, cada vez mais lúcidos.

Compostas na praia de Manguinhos (ES) durante o isolamento social forçado pela pandemia de covid-19, as sete músicas autorais apresentadas pelo cantor ao longo das nove faixas do disco – Ondas que acordam, parceria de Juliano Gauche com André Travassos (cantor da banda Moons, convidado da gravação da música), se desdobra em três partes / faixas – habitam esse mundo onírico guiado pela relação do artista com o próprio inconsciente em processo que o auxilia a lidar com questões práticas do cotidiano.

Tenho acordado dentro dos sonhos vem desses dias de isolamento em que ficamos dormindo e acordando dentro da mesma rotina, encarando os acontecimentos como se estivéssemos presos num imenso pesadelo. […] Atravessar a grande noite, ver raiar o dia, sentir que a vida continua… era só isso que eu sonhava. Sonhava dormindo, sonhava acordado, sonhava escrevendo, sonhava tocando. Tudo nasceu dessa nuvem longa e carregada”, conceitua Juliano Gauche, contextualizando o nascimento de canções como Antes do diaÉ sempre noite em meu coraçãoDesde quando eu te vi e Nos cânticos de lá.

A natureza metafísica do disco se reflete nos arranjos, criados pelo artista com o produtor musical Sérgio Benevenuto, que pincelou com guitarras, synths e melotrons o minimalismo pretendido com a voz, as guitarras e os violões de Juliano Gauche.

O álbum Tenho acordado dentro dos sonhos foi gravado em novembro de 2022 no estúdio do selo Índigo Azul, em São Paulo (SP), por Klaus Sena, também responsável pela coprodução, pianos, xilofones, sintetizadores, mixagem e masterização do disco.

FONTE: G1 (POR MAURO FERREIRA)

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