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Procafé: Florada generalizada não vingou e chances de uma boa safra de arábica no Brasil ficam só para 2024

Voltou a chover no parque cafeeiro, a florada abriu e as diversas fotos compartilhadas nas redes sociais chamou atenção do setor nas últimas semanas. As notícias, no entanto, não são tão positivas para a safra 22 de Brasil. Colecionando problemas climáticos há dois anos, os impactos da seca começam a ficar  mais evidentes no cafezal e de acordo com Alysson Fagundes, pesquisador da Fundação Procafé, a florada não vingou e as chances de uma boa safra de arábica fica cada vez mais distante do produtor. 

Alysson explica que com déficit hídrico muito acentuado, as chuvas chegaram tarde no parque cafeeiro. Segundo a Fundação Procafé, voltou a chover nas principais áreas de produção no dia 1º de outubro, aliviou as condições de seca, mas não recuperou o potencial produtivo da planta – cenário que já era previsto pelo setor cafeeiro no Brasil. Ainda de acordo com a Procafé, apenas os cafés plantados nos pontos mais altos das lavouras e os cafés irrigados são os únicos que apresentam condições mais favoráveis para o ano que vem. 

“Chover no começo de outubro é coisa de outro mundo? Não é, mas chover no início de outubro com o déficit hídrico que nós vinhamos acumulando desde a segunda quinzena de fevereiro, aí sim é coisa de outro mundo sim. O problema não é a época que choveu, é o déficit que se acumulou antes da chuva aconteceu”, comenta. 

Explica também que o primeiro problema para a florada de 2022 foi o crescimento da planta, que ficou fora do ideal. Posteriormente, três geadas foram registradas e na consequência o produtor precisou enfrentar a seca pós-geada. 

“A hora que veio chuva é lógico que a gente estava esperando que seria uma super florada porque as flores que deveriam ter aberto no final de agosto/setembro/início de outubro, aguardaram para aquela chuva e toda aquela florada foi sendo uniformizada. Porém quando o botão floral espera muito tempo, a coisa não fica legal e quando nós tivemos a chuva e aquela super florada, o cafeicultor ficou super animado e nós da Fundação Procafé sabíamos que seria um problema grave. Florada muito visível quer dizer que a planta não está muito enfolhada”, comenta. 

A situação para o ano que vem é irrerversível, e o especialista afirma ainda que a planta não terá tempo para se recuperar para 2023. “Se nada der errado, 2024 é a maior safra de arábica do Brasil. 2022 é péssima, 2023 também nada de positivo e 2024 é recorde absoluto a não ser que aconteça mais algum problema. Ninguém no pior cenário imaginava seca, geada e geada”, comenta. 

Pensando nos próximos ciclos, o produtor precisa estar atento nos tratos culturais para não quebrar ainda mais a safra do ano que vem. O engenheiro comenta que o custo de produção subiu expressivamente, e que esse é o momento do produtor equalizar as aplicações com a realidade atual. “Nós temos que reduzir custo porque não temos como aumentar produtividade. Não estou falando que ele tem que reduzir a adudação, produtos de controle de pragas e doenças, é tomar a melhor estratégia para reduzir custos”, complementa. 

FONTE: NOTICIAS AGRICOLAS (POR  Virgínia Alves)

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