Chiquinho de Moraes, maestro genial da MPB, morre no interior de São Paulo aos 86 anos
– É fácil encontrar o nome de Manoel Francisco de Moraes Mello (16 de abril de 1937 – 30 de abril de 2023) nos créditos dos discos das maiores estrelas da MPB dos anos 1960 e 1970. Basta procurar por Chiquinho de Moraes, como ficou celebrizado no meio artístico este pianista e (genial) arranjador e maestro paulista que morreu ontem, aos 86 anos, no Hospital Césario Lange, no interior do estado de São Paulo.
Como informou em rede social o filho de Chiquinho, o produtor musical e também arranjador Otávio de Moraes, o maestro faleceu no domingo, 30 de abril, em decorrência de ter contraído covid-19 enquanto tratava câncer. O enterro aconteceu às 9h de hoje, 1º de maio, no Cemitério Jardim da Paz, em Cesário Lange (SP).
“Apesar de ter vivido com ele uma história dificílima na relação de pai e filho, enquanto músico reconheço e destaco o legado dele como maestro, arranjador e compositor”, ressaltou Otávio de Moraes.
De fato, se o temperamento difícil e ultimamente recluso de Chiquinho de Moraes era notório no meio musical, a genialidade na orquestração de cordas e metais era ainda mais conhecida e valorizada pela nata da MPB.
Nascido em Campinas (SP), Chiquinho se diplomou no estudo do piano, instrumento que começou a tocar ainda na infância. Na sequência, estudou harmonia, contraponto e fuga com César Guerra-Peixe (1914 – 1993), outro maestro reconhecido pela maestria.
Músico profissional desde os 14 anos, idade em que começou a tocar o teclado solovox no conjunto de Mário Gennari Filho (1929 – 1989), Chiquinho tocou piano na noite da cidade de São Paulo (SP) até começar a trabalhar como arranjador para as gravadoras.
Os primeiros arranjos foram feitos em 1959, na Odeon, para a cantora Celly Campello (1942 – 2003). Coube ao então debutante artista arranjar as célebres gravações de Estúpido cupido (Stupid cupid – Neil Sedaka e Howard Greenfield, 1958, em versão em português de Fred Jorge, 1959) e Banho de lua (Tintarella di luna – Bruno Defilippi e Francesco Migliacci, 1959, em versão em português de Fred Jorge, 1960).
FONTE: G1(POR MAURO FERREIRA)