Símbolo da presença japonesa, Memorial da Imigração Japonesa completa 30 anos
Símbolo da presença nipônica em Curitiba (PR), o Memorial da Imigração Japonesa comemorou 30 anos no sábado (15 de julho). A celebração contou com a presença de autoridades – entre eles o governador em exercício, Darci Pianna; o prefeito de Curitiba, Rafael Greca; o cônsul geral do Japão em Curitiba, Keiji Hamada e o vereador Nori Seto– e apresentações artísticas e ocorreu no período em que florescem as cerejeiras plantadas na Praça do Japão, que embelezam o espaço com a exuberância e o colorido de suas flores.
Inaugurado em 1993, na primeira gestão do prefeito Rafael Greca, o Memorial foi inspirado no Kinkaku-ji, o Pavilhão Dourado (no Japão) e projetado pela arquiteta Denise Mitiko Murata, da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, que esteve presente na celebração dos 30 anos, evento que ocorreu no ano em que se festejam os 115 anos de imigração japonesa ao Brasil e os 330 anos de Curitiba.
O prefeito Greca, que admira a tradição nipônica, contou que a ideia de criar o Memorial surgiu após uma visita dele e da esposa, Margarita, ao país do sol nascente. “Do Japão veio a tenacidade dos seus imigrantes que nos deram uma comunidade vibrante, culta, que começou lavrando a terra e hoje é protagonista de desenvolvimento e inovação”.
Em seu discurso, o governador em exercício, Darci Pianna, comentou sobre a presença nipônica no Paraná e a grande amizade que ele tem com japoneses em várias cidades. “Este memorial demonstra a gratidão e o respeito do povo do Paraná por estes imigrantes que para cá vieram e ajudaram o desenvolvimento socioeconômico de nosso Estado”, afirmou.
O vereador Nori Seto, que propôs a comemoração dos 30 anos, lembrou que o prefeito Greca fez uma exigência para este evento: “tem que ser feita no florescer das cerejeiras”. Isto porque algumas mudas foram doadas pelo imperador do Japão, em 1993, para a reforma da Praça do Japão. “Assim como as árvores cresceram ao longo destes 30 anos, o Memorial se tornou o símbolo da preservação da cultura e dos valores nipônicos em nossa cidade”, disse Seto.
Já o cônsul-geral do Japão em Curitiba, Keiji Hamada, lembrou da irmandade existente entre as cidades de Curitiba e Himeji, que, em 2024, completará 40 anos. Para o presidente da Associação Cultural e Beneficente Nipo-Brasileira de Curitiba – Nikkei Curitiba, Everson Takayama, a celebração representa um momento para agradecer o acolhimento dos curitibanos aos imigrantes japoneses.
Apresentações artísticas – Durante o evento, as artistas Patrícia Ono e Thaís Reis, entregaram ao prefeito Rafael Greca e ao presidente do Nikkei Curitiba, Everson Takayama, um quadro de mosaico, feito com pastilhas e pedras brasileiras, que representa a Praça do Japão, e que ficará exposto no pavilhão. As autoridades também descerraram uma placa comemorativa aos 30 anos do Memorial.
A comemoração foi marcada com apresentações artísticas do Wakaba Taiko (tambores) e do grupo de Odori (dança clássica) do Nikkei Curitiba. A Família Folhas também prestigiou o evento, assim como ocorrera em 1993.
O governador em exercício, Darci Pianna, e Laura Hiroko Tamaru também doaram 02 exemplares do livro “50 anos de Convênio da Amizade e Cooperação Província de Hyogo (Japão) e Estado do Paraná (Brasil)” para a Biblioteca Hideo Handa.
Memorial – A proposta para homenagear os nipônicos em Curitiba iniciou em 1958, nas comemorações dos 50 anos de imigração japonesa ao Brasil, durante a visita do príncipe Mikasa a capital do Paraná. Em 12 de abril de 1962, a Lei Municipal nº 2.128 denominou como Praça do Japão o antigo descampado localizado no Água Verde. Desde então, a praça passou por intervenções. Após uma reforma, foram inaugurados, em 26 de junho de 1993, o Memorial da Imigração Japonesa e o Portal Japonês (torii), para abrigar a arte a cultura milenar nipônica.
O Memorial foi criado para divulgar os aspectos culturais do povo japonês, seja através da arquitetura e jardins que compõem a paisagem típica daquele país, além de possibilitar a realização de apresentações, cursos e exposições.
A construção de 212,00m2, em três pavimentos, possui uma sala de múltiplo uso, loja, sala para cerimônia de chá, sacada, cozinha e demais dependências. Internamente os espaços são formados por painéis em compensado naval, piso em ipê e esquadrias em imbuia. Atualmente o Memorial abriga a Biblioteca Hideo Handa, em homenagem a um escritor imigrante.
FONTE: NIPPON JÁ