Ação da ONU reforça paz e estabilidade em mundo de crescente divisão
Ao longo de 2022, os esforços das Nações Unidas garantiram assistência humanitária para 216 milhões de pessoas e contribuíram para a sobrevivência e proteção de outros 160 milhões.
Os dados são do relatório do secretário-geral da ONU, António Guterres, sobre o trabalho da organização, divulgado nesta semana.
Um novo caminho
Segundo o líder das Nações Unidas, o mundo passa pelo “maior nível de competição e desconfiança geopolítica em décadas, com países e regiões inteiras virando as costas umas para as outras.”
Ele afirma que apesar das tensões, a equipe das Nações Unidas segue determinada a enfrentar as múltiplas crises atuais e colocar a humanidade em “um novo caminho de paz, estabilidade e prosperidade.”
Como “exemplos inspiradores de determinação”, Guterres cita a mobilização recorde de U$ 30 bilhões para ajuda humanitária em 2022, a negociação de uma trégua no Iêmen e a presença da organização na Ucrânia, apoiando cerca de 16 milhões de pessoas afetados pela guerra.
Atualmente, a ONU coordena 41 missões políticas e escritórios especiais, além de 12 missões de paz.
Unicef/Georges Harry Rouzier
Alunos de uma escola apoiada pelo Unicef e PMA em Porto Príncipe, Haiti
Combate à fome e avanço da educação
No combate à fome, o destaque foi a Iniciativa do Mar Negro, que possibilitou, até junho deste ano, a exportação de 32 milhões de toneladas de grãos e outros itens da Ucrânia para países afetados por insegurança alimentar e para conter a alta de preços de alimentos ao redor do mundo.
A iniciativa também garantiu acesso desimpedido ao mercado internacional para produtos alimentares e fertilizantes russos.
Em seu relatório, Guterres informou também que mais de 400 milhões de pessoas obtiveram acesso à internet no ano passado, elevando o total de pessoas conectadas no ambiente digital para 5,3 bilhões. A ONU contribuiu com o aumento da conectividade e com apoio a programas para escolas e comunidades rurais.
Esse avanço é considerado importante para o acesso à educação, serviços públicos e ferramentas digitais que contribuam com o desenvolvimento e a prosperidade. Em relação à educação, uma das prioridades da ONU é usar o potencial da tecnologia para gerar mais inclusão para meninas.
Acordos ambientais e leis para empoderar mulheres
Em relação ao meio ambiente, alguns pontos de destaque são o consenso sobre a criação de um fundo para reparar perdas e danos causados pela mudança climática.
Outro destaque sobre a questão é o início das negociações de um acordo legalmente vinculante para acabar com a poluição por plásticos e o reconhecimento do direito humano a um ambiente limpo, saudável e sustentável.
Entre as conquistas recentes, a ONU inclui a aprovação do Quadro Global da Biodiversidade, com ações e metas ambiciosas para reduzir a perda da biodiversidade e a adoção histórica do Tratado do Alto Mar para proteger a vida marinha que se encontra além das jurisdições nacionais.
Em relação à igualdade de gênero, o secretário-geral da ONU lembra que mais de um quarto dos países está “longe ou muito longe” de alcançar as metas de 2030.
O relatório aponta que as Nações Unidas ajudaram a desenvolver mais de 30 leis nacionais e locais, em seis regiões do mundo. A meta é abordar a violência contra mulher, estimular o empoderamento econômico e a participação política feminina.
FONTE: ONU NEWS