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Inflação de agosto permanece acima da meta do BC japonês pelo 17º mês

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) do Japão de agosto chegou a 3,1%. A taxa ficou acima da meta de 2% do Banco do Japão (BOJ) pelo 17º mês consecutivo, indicando a ampliação da pressão sobre os preços, publicou a Reuters.

Os dados foram divulgados na sexta-feira (22), depois de uma reunião de política monetária do banco central japonês de dois dias. 

A expectativa do mercado é que o chefe do BC japonês, Kazuo Ueda, elimine gradualmente a configuração da atual política monetária.

O IPC, que exclui alimentos frescos, mas inclui custos de combustíveis, aumentou 3,1% em agosto em relação ao mesmo período do ano anterior, em comparação com uma previsão mediana do mercado de um ganho de 3,0%. Seguiu-se a um aumento de 3,1% em julho.

Apesar de os subsídios governamentais terem reduzido as contas dos serviços públicos, os preços de alimentos e de produtos de necessidades diárias subiram.

Os custos de serviços aumentaram 2,5% em termos anuais em agosto, após um ganho de 2,4% em julho, indicando que o aumento dos salários poderá levar a pressões mais amplas sobre os preços na terceira maior economia do mundo.

O chamado índice “núcleo”, que elimina o efeito da volatilidade dos preços dos alimentos frescos e dos combustíveis, subiu 4,3% em agosto em relação ao ano anterior, seguindo o mesmo ritmo de aumento em julho.

Gabriel Ng, economista da Capital Economics, comentou: “A persistente rigidez da inflação significa que o Banco do Japão terá de rever as suas previsões de inflação na sua reunião de outubro.”

O economista acredita que o chefe do BC japonês usará a ocasião, com a inflação ainda acima da meta, para desmantelar o regime político ultra-flexível implementado pela direção anterior do BOJ.

Após chegar ao pico de 4,2% em janeiro, a inflação subjacente continuou a abrandar à medida que os efeitos dos aumentos acentuados do ano passado nos preços dos combustíveis e das matérias-primas se dissipavam.

Outros analistas, porém, afirmam que desaceleração não foi como esperado em razão dos aumentos constantes nos preços dos alimentos, e que a inflação se manterá acima da meta do BOJ por mais tempo do que se pensava.

Profissionais que atuam no mercado financeiro especulam que o BOJ acabará em breve com as taxas de juros negativas de curto prazo e com um limite máximo de 0% estabelecido para o rendimento das obrigações a 10 anos, em resposta à crescente pressão inflacionista.

Mas o BC japonês minimizou essa possibilidade, pelo menos em curto prazo, argumentando que os recentes aumentos de preços, motivados pelos custos, precisam resultar em elevação da inflação impulsionada pela demanda, para que o banco possa considerar aumentar as taxas de juro.

FONTE: ALTERNATIVA ON LINE

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