Benefícios da atividade física para crianças com autismo
A atividade física desempenha um papel fundamental no desenvolvimento e no tratamento de crianças autistas. Em primeiro lugar, a prática regular de exercícios contribui para melhorar a saúde física, fortalecendo os músculos, aumentando a resistência e melhorando a coordenação motora. Isso é especialmente importante para esse público, que muitas vezes apresentam dificuldades nesses aspectos.
Além dos benefícios físicos, a atividade física também desempenha um papel crucial no desenvolvimento cognitivo e emocional. Através do movimento e da prática esportiva, as crianças são estimuladas a desenvolver habilidades sociais, como interação, trabalho em equipe e respeito às regras. Essas habilidades são essenciais para o seu crescimento e integração na sociedade.
O professor Matheus Roma explicou a importância deste tipo de trabalho no desenvolvimento dos alunos.
– Dentro da Associação Mariliense de Esportes Inclusivos (AMEI), nós oferecemos aulas de basquete, futsal e natação para um público bem diversificado, onde crianças com e sem deficiência interagem juntas. Chegaram diversas crianças autistas, sendo a maioria com grande prejuízo social. Alguns não conversavam conosco, outros tampouco nos olhavam. Mas com o passar do tempo, os treinamentos, as atividades estruturadas e o contato com as crianças, tanto com deficiência quanto sem deficiência, hoje a maioria delas já chega na instituição, nos olha e nos cumprimenta com um bom dia ou boa tarde. Essas evoluções são essenciais para o bom convívio e o desenvolvimento social desse público! – contou ele.
A atividade física também proporciona um ambiente seguro e estruturado. Durante a prática esportiva, elas podem experimentar uma sensação de controle sobre o próprio corpo e emoções, o que ajuda a reduzir a ansiedade e o estresse. Além disso, o exercício físico libera endorfinas, substâncias responsáveis pela sensação de bem-estar e prazer, promovendo uma melhora no humor e na qualidade de vida.
Outro aspecto importante é que a atividade física oferece oportunidades para as crianças autistas se expressarem de forma não verbal. Muitas vezes, elas têm dificuldades na comunicação verbal, mas através do movimento e da expressão corporal podem se comunicar e se relacionar com os outros de maneira significativa.
Por fim, a atividade física proporciona um momento de diversão e prazer para esse público. Elas podem experimentar novas sensações, explorar seu corpo e desfrutar da liberdade de movimento. Isso contribui para o seu bem-estar geral e para o desenvolvimento de uma autoestima positiva.
A atividade física, que hoje está presente dentro das 28 práticas baseadas em evidências no tratamento de crianças com autismo, desempenha um papel crucial no tratamento e desenvolvimento dessas crianças que tanto precisam do nosso conhecimento, amor, carinho e dedicação. É essencial que os profissionais e familiares incentivem e apoiem a participação dessas crianças em atividades físicas adequadas às suas necessidades e interesses.
POR: Matheus Roma de Toledo
