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Ibovespa fecha em alta de 0,8% e volta aos 117 mil pontos em dia de volume reduzido e cautela antes de protestos

Ibovespa fechou em alta nesta segunda-feira (6) após chegar a abrir em queda, acompanhando o dia de ganhos nas bolsas internacionais. A sessão foi marcada por um volume mais baixo por conta do feriado de Dia do Trabalho, que deixou Wall Street fechada.

Apesar da alta, seguiu o clima de cautela na B3 diante das questões envolvendo os protestos de 7 de setembro pelo país. Sem citar o Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez no sábado um apelo para que o Judiciário reveja as atitudes de ministros que, segundo ele, estariam prejudicando o Brasil, e ainda disse que, caso isso não ocorra, a tendência é de uma ruptura.

Das ações, a Petrobras (PETR3PETR4) e os bancos subiram e ajudaram a sustentar os ganhos da Bolsa, apesar da limitação trazida pela Vale (VALE3) e siderúrgicas, que recuaram em dia de forte queda, de mais de 6%, do minério de ferro, para US$ 111,97 a tonelada.

A derrocada da commodity ocorre em meio às recentes ações da China para limitar os volumes de aço no resto do ano. Na última medida, autoridades da cidade de Handan anunciaram restrições que vigoram até o fim de outubro, de acordo com o site do governo. As regras, que incluem o fechamento de alguns fornos, podem reduzir a capacidade siderúrgica da cidade em 8,6%, estima a consultoria Mysteel.

Entre os indicadores, o mercado financeiro voltou a elevar suas projeções para a inflação para 2021 e 2022, segundo dados do relatório Focus, publicado pelo Banco Central. A projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) até o final deste ano passou de 7,27% para 7,58%, 22ª semana seguida de alta.

Já sobre as expectativas para o desempenho da atividade brasileira, houve redução na estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021, de 5,22% para 5,15%. Para 2022, o Focus também diminuiu a estimativa de expansão, de 2,00% para 1,93% de alta no PIB.

Ainda por aqui, atenção para a mudança no Ibovespa, que passou a contar com 91 ações em sua carteira, com a entrada de 7 novos papéis a partir de hoje: Alpargats (ALPA4), Banco Inter PN (BIDI4), Banco Pan (BPAN4), Méliuz (CASH3) Rede D’Or (RDOR3), Petz (PETZ3) e Dexco, ex-Duratex (DXCO3).

O Ibovespa fechou com alta de 0,80%, a 117.868 pontos, com volume financeiro de R$ 15,735 bilhões.

Enquanto isso, o dólar comercial fechou com queda de 0,15% a R$ 5,176 na compra e a R$ 5,177 na venda. Já o dólar futuro com vencimento em outubro registra baixa de 0,51% a R$ 5,189 no after market.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 subiu três pontos-base a 6,87%, DI para janeiro de 2023 teve queda de três pontos-base a 8,63%, DI para janeiro de 2025 recuou cinco pontos-base a 9,78% e DI para janeiro de 2027 teve variação negativa de sete pontos-base, a 10,23%.

Na Ásia, o índice Nikkei, do Japão, esteve entre os que fecharam com uma das maiores altas na segunda-feira, de 1,83%. Na sexta, o índice já havia avançado 2,05%, após o primeiro-ministro do Japão, Yoshihide Suga, afirmar que não pretende concorrer à próxima eleição pela liderança do Partido Liberal Democrata. Ele vem sendo fortemente criticado pela sua gestão da pandemia no país, que sediou a Olimpíada de Tóquio enquanto a cidade estava sob estado de emergência. A taxa de aprovação de seu governo vem caindo.

Já na Europa, o índice Stoxx 600, que reúne as ações de 600 empresas de todos os principais setores de 17 países europeus, teve alta, com destaque positivo para papéis do setor de tecnologia. Todos os setores e as principais bolsas avançam.

O avanço ocorre após os dados de emprego dos Estados Unidos indicarem que o programa de compra de títulos implementado pelo Fed deverá ser mantido por um período mais longo.

Covid e vacinação

No domingo (5), a média móvel de mortes por Covid em 7 dias no Brasil ficou em 606, patamar 21% abaixo daquele de 14 dias antes. Em apenas um dia, foram registradas 256 mortes. As informações são do consórcio de veículos de imprensa que sistematiza dados sobre Covid coletados por secretarias de Saúde no Brasil, que divulgou, às 20h, o avanço da pandemia em 24 horas.

A média móvel de novos casos em 7 dias foi de 20.414, queda de 30% em relação ao patamar de 14 dias antes. Em apenas um dia foram registrados 9.138 novos casos.

Chegou a 134.347.290 o número de pessoas que receberam a primeira dose da vacina contra a Covid no Brasil, o equivalente a 62,98% da população. A segunda dose ou a vacina de dose única foi aplicada em 67.102.644 pessoas, ou 31,46% da população.

Na sexta-feira, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) apresentou um requerimento à CPI da Covid do Senado para convocar Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), para prestar depoimento por suposta atuação em favor de lobista em órgãos públicos.

Na justificativa do requerimento, que ainda precisa ser submetido a voto no colegiado, Vieira afirma que mensagens eletrônicas extraídas de um celular em posse da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) indicam que, a pedido do suposto lobista Marconny Faria, a ex-mulher do presidente teria entrado em contato com o Palácio do Planalto com o objetivo de influenciar na escolha do defensor público-geral federal.

O advogado Marconny Nunes Ribeiro Albernaz de Faria é apontado pela CPI como lobista da Precisa Medicamentos, empresa envolvida no acordo para compra da vacina indiana Covaxin fechado pelo Ministério da Saúde.

O contrato tinha o valor mais alto por dose fechado pelo Brasil, mas foi cancelado após suspeita de fraude apontada pela CPI. Integrantes da comissão consideram o lobista uma peça-chave para as investigações sobre irregularidades envolvendo o Ministério da Saúde.

O senador Vieira argumenta que a suposta relação de proximidade de Marconny com a ex-mulher de Bolsonaro “deve ser amplamente esclarecida, com vistas a examinar potencial atuação ilícita de ambos no contexto da pandemia”.

Além disso, no sábado a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou a interdição cautelar de lotes da vacina chinesa contra a Covid-19 CoronaVac. A Anvisa disse em nota que proibiu a distribuição e uso dos produtos envasados em planta não aprovada na autorização de uso emergencial.

Segundo o comunicado, a Anvisa foi informada na sexta pelo Instituto Butantan que a Sinovac, fabricante da CoronaVac, enviou para o Brasil 25 lotes na apresentação frasco-ampola (monodose e duas doses), totalizando 12.113.934 doses.

O uso foi proibido porque “a unidade fabril responsável pelo envase não foi inspecionada e não foi aprovada pela Anvisa na autorização de uso emergencial da referida vacina”.

O Butantan informou ainda, segundo a agência, que outros 17 lotes, também envasados no local não inspecionado pela Anvisa, totalizando 9.000.000 de doses, estão em tramitação de envio e liberação ao Brasil.

Segundo a Anvisa, a medida tem o prazo de 90 dias e durante esse período, trabalhará na avaliação das condições de boas práticas de fabricação da planta fabril não aprovada.

Segundo informações do portal G1, secretarias de Saúde de ao menos 13 estados e do Distrito Federal afirmaram que receberam vacinas dos lotes suspensos e já as distribuíram aos municípios. Dentre esses estados, quatro confirmaram que aplicaram doses das vacinas.

Além disso, no domingo funcionários da Anvisa entraram em campo para retirar quatro jogadores argentinos. Eles haviam desembarcado no Brasil violando regras sanitárias, sem realizar a quarentena obrigatória para pessoas vindas do Reino Unido.

Após a interrupção, a Argentina deixou o gramado, levando à suspensão da partida. Agora, cabe à Comissão de Disciplina da Fifa decidir o desfecho da partida e se houve W.O.

Protestos, combustíveis e reforma tributária

No sábado, o governo do Distrito Federal informou que Brasília terá reforço do policiamento durante os protestos governistas marcados para o feriado de 7 de setembro, Dia da Independência. Entre as principais pautas estão a defesa do voto impresso, proposta do governo que já foi derrubada no Congresso, e críticas a ministros do STF que vêm sendo alvo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

O presidente vem convocando há semanas a população para manifestações pelo país no dia 7 de setembro, e promete comparecer pela manhã em Brasília e à tarde em São Paulo.

Há temor de participação de policiais armados nos atos, e de violência física. Policiais militares, assim como integrantes das Forças Armadas, não podem participar de atos políticos, mesmo que estejam de folga e sem o uniforme, e estão sujeitos a sanções disciplinares.

A Polícia Militar do DF afirmou que implementará linhas de revistas pessoais e bloqueios nas principais vias da Esplanada dos Ministérios, onde estarão concentrados os apoiadores de Bolsonaro. Também implementará a medida nas proximidades da Torre de TV, onde deve ocorrer ato contra o presidente. O acesso à Praça dos Três Poderes será restrito.

Além da proibição de objetos pontiagudos, garrafas de vidro, hastes de bandeiras e outros materiais que coloquem em risco a segurança de manifestantes, também não será permitido o voo de drones sem autorização no espaço aéreo da Esplanada.

Sem citar explicitamente o Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez no sábado um apelo para que o Judiciário reveja as atitudes de ministros que, segundo ele, estariam prejudicando o Brasil, e ainda disse que, caso isso não ocorra, a tendência é de uma ruptura.

“Não podemos deixar que um ou dois homens ameacem a nossa democracia ou a nossa liberdade”, disse Bolsonaro, após motociata em Santa Cruz do Capibaribe (PE). O presidente não citou nominalmente os ministros do STF que têm sido alvos constantes do presidente nas últimas semanas: Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, que acumula a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Moraes conduz inquéritos que investigam Bolsonaro e aliados, enquanto Barroso se opõe ao voto impresso para urnas eletrônicas.

Segundo Bolsonaro, todos seus 23 ministros jogam dentro do que chama de “quatro linhas da Constituição” e na hipótese de um deles sair destas regras, este seria imediatamente “enquadrado” e demitido. Assim, Bolsonaro também sugeriu que ministros do STF sejam “enquadrados” por não cumprirem, segundo ele, a Constituição.

“Se assim não acontecer em nenhum dos Três Poderes, a tendência é uma ruptura. Ruptura que eu não quero, nem desejo”, afirmou o presidente, que já admitiu que poderia atuar fora das “quatro linhas da Constituição”.

Em cerimônia na sexta em Tanhaçu, na Bahia, para assinatura de contrato de concessão da Ferrovia Integração Oeste Leste (Fiol), Bolsonaro afirmou que as manifestações serão um “ultimato” para aqueles que, segundo o presidente, descumprem a Constituição.

“Essas uma ou duas pessoas têm que entender o seu lugar, e o recado de vocês, povo brasileiro, nas ruas na próxima terça-feira, dia 7, será um ultimato para essas duas pessoas: curvem-se à Constituição, respeitem a nossa liberdade, entendam que vocês dois estão no caminho errado.

Preocupado com ameaças feitas pelo presidente Jair Bolsonaro e aliados dele, o STF passou a adotar uma série de medidas para se contrapor a eventuais excessos que possam ocorrer nas manifestações do feriado de 7 de setembro, segundo afirmaram fontes da corte com quem a agência internacional de notícias Reuters conversou.

A linha de atuação do Supremo em relação às manifestações terá duas principais balizas.

A primeira é a da responsabilização penal, com punições e até prisões, para quem financiar ou se envolver em atos de violência ou defender pautas antidemocráticas, como o fechamento do STF.

A segunda é a da garantia da integridade dos ministros do STF e do prédio do Supremo, localizado na Praça dos Três Poderes, onde Bolsonaro deverá participar de atos na manhã do feriado de terça-feira.

No final de semana, o ministro Ricardo Lewandowski escreveu um artigo para o jornal Folha de S.Paulo em que destacou serem crimes imprescritíveis e inafiançáveis a ação de grupos armados civis ou militares contra a ordem constitucional e a democracia.
Além disso, na sexta o presidente Jair Bolsonaro entrou com uma ação no STF para obrigar o Congresso Nacional a editar, em 120 dias, uma lei com o objetivo de uniformizar as alíquotas praticadas pelos Estados no ICMS dos combustíveis.

Na ação, subscrita também pelo advogado-geral da União, Bruno Bianco, Bolsonaro alega que há pelo menos 20 anos o Congresso tem sido omisso em legislar sobre o assunto, o que acaba por gerar uma enorme disparidade entre os Estados e o Distrito Federal do ICMS cobrado.

Diante do aumento do preço dos combustíveis desde o início do ano, o presidente tem buscado atribuir aos governadores a responsabilidade pela disparada nas bombas.

Além disso, o Comitê Nacional dos Secretários de Fazenda dos Estados e do DF (Comsefaz) estima que governadores e prefeitos terão uma perda de R$ 19,3 bilhões em arrecadação com a reforma do Imposto de Renda aprovada na semana passada na Câmara dos Deputados. Os governos locais são impactados principalmente pela redução da alíquota para dividendos a 15%.

Originalmente, o texto do governo previa uma tributação de 20%, que acabou caindo diante de negociações para que o texto recebesse o sinal verde dos parlamentares.

Por conta disso, os Estados vão trabalhar para derrubar no Senado a alteração, informou a assessoria de imprensa do Comsefaz.
O cálculo do Comsefaz, feito pelo economista Sérgio Gobetti, é que os Estados amargariam perda anual de R$ 9,9 bilhões e os municípios, de R$ 9,3 bilhões. Já para a União o impacto fiscal da reforma seria negativo em R$ 22,1 bilhões.

Radar corporativo

Petrobras (PETR4)

A Petrobras iniciou na sexta-feira uma campanha de esclarecimento sobre o preço da gasolina, que em alguns postos do país já chega perto de R$ 7 por litro, segundo afirmaram fontes da empresa à agência internacional de notícias Reuters.

Em vídeo, que inicialmente será divulgado nos canais da Petrobras, mas deve virar peça publicitária, a empresa mostrará que recebe apenas R$ 2 do valor de venda nas bombas dos postos, segundo afirmaram fontes à Reuters. Elas pediram para não ser nomeadas. A peça vai destacar o peso do imposto estadual, o ICMS, na formação do preço final da gasolina, alvo de críticas do presidente Jair Bolsonaro.

CSN (CSNA3)

A agência de classificação de risco de crédito Moody’s elevou na sexta-feira o rating da siderúrgica CSN de Ba3 para Ba2, citando a melhora no perfil de liquidez e alavancagem da empresa nos últimos meses. Entre os motivos para a decisão, a Moody’s citou a posição de caixa da CSN de R$ 22,2 bilhões no fim de junho, valor que sobe a R$ 25,3 bilhões se incluir as ações que detém da Usiminas.

A agência também mencionou no relatório as iniciativas da CSN para aumentar a liquidez financeira, incluindo a oferta pública inicial de ações (IPO na sigla em inglês) de R$ 4 bilhões da subsidiária CSN Mineração.

CCR (CCRO3)

A CCR comunicou na sexta-feira que a Andrade Gutierrez enviou a carta a demais acionistas do bloco de controle da companhia dando prazo de 30 dias para exercerem ou não o direito de preferência para a aquisição da totalidade da participação do grupo na empresa. Além da Andrade Gutierrez, com participação de 14,86% na CCR, também fazem parte do grupo de controle e são signatários do acordo de acionistas da companhia o Grupo Soares Penido (15,05%) e a Mover Participações (14,86%), anteriormente conhecida como Camargo Côrrea.

FONTE : INFOMONEY

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