Em sua 18ª edição, a Hora do Planeta pede que você doe uma hora para atividades socioambientais
Em 23 de março, maior movimento ambiental global une milhões de pessoas para agir em defesa do nosso planeta
O maior movimento ambiental global, a Hora do Planeta, já tem diferentes gerações participantes ao longo de quase duas décadas. A campanha de 2024 convida as pessoas a “doar uma hora à Terra”, promovendo ações positivas para o planeta enquanto fazem algo que amam. A ação ocorre em todo o mundo no dia 23 de março às 20h30 (horário local).
Desde a sua criação em 2007, a Hora do Planeta é conhecida pelo momento de apagar as luzes. O ato simbólico alerta para a principal fonte de emissões dos gases que estão mudando o clima do planeta, que é a queima de combustíveis fósseis para a geração de todas as formas de energia, incluindo a elétrica.
Desta forma, o apelo à ação “Doe uma hora à Terra” incentiva as pessoas não só a desligar as luzes simbolicamente, mas também a dedicar 60 minutos para fazer o bem ao planeta enquanto realizam algo que gostam, como por exemplo, uma caminhada pela floresta ou ações de ativismo digital. O objetivo é criar a Maior Hora do Planeta.
Em 2023, a Rede WWF somou mais de 410 mil horas doadas ao nosso planeta por apoiadores em 190 países e territórios, representando 90% do planeta, tornando-a a maior Hora da Terra. “Ao se reinventar, a Hora do Planeta alarga o seu leque de atividades para engajar mais pessoas e gerar mais resultados. O objetivo é aumentar a consciencialização sobre os desafios ambientais. É urgente manter a temperatura do planeta em nível seguro para um futuro climático saudável e reverter a perda da biodiversidade dos ecossistemas”, explica Gabriela Yamaguchi, diretora de Engajamento do WWF-Brasil.
Em nosso país, o apelo será em torno da segunda fase do manifesto “É Tempo de Restaurar”, que já engajou 23 influenciadores, alcançando um público de 10,9 milhões de seguidores, e convida todas as pessoas a se tornarem voluntários digitais do WWF-Brasil ao escolher causas ambientais para apoiar: proteger a vida de todas as espécies, restaurar biomas e ecossistemas e promover a justiça socioambiental. O objetivo é que dessa maneira as pessoas se unam e participem de uma aliança em defesa da vida. Além disso, em parceria com a Mauricio de Sousa Produções, foi lançada a HQ Chico Bento em A Maior Hora do Planeta. O caipira mais querido do Brasil fica ciente dos atuais desafios ambientais em um passeio e deixa claro a importância de conservar os recursos naturais do planeta e diminuir o impacto do desmatamento nos eventos climáticos extremos.
Por que apagar as luzes?
Embora no Brasil a principal fonte de emissões de gases de efeito estufa sejam o desmatamento e queimadas, em nível global a queima de combustíveis fósseis é responsável por dois terços dos gases que estão mudando o clima, com consequências dramáticas para todas as formas de vida no planeta. Em 2023, o mundo registrou o recorde de calor em relação ao período pré-industrial, que é quando não havia um uso massivo de combustíveis fósseis. Por isso, a redução da exploração e uso de combustíveis fósseis e a consequente transição para fontes de energia renovável e limpa são requisitos indispensáveis na luta contra as mudanças do clima. Essa mudança de caminho precisa acontecer ainda nesta década para alcançarmos a meta do Acordo de Paris.
O Brasil na encruzilhada energética
No Brasil, a geração de eletricidade ainda é majoritariamente limpa. No entanto, o país tem gradualmente “sujado” sua matriz elétrica com a crescente incorporação de termelétricas. Só em usinas térmicas serão investidos 12 bilhões até 2026. Se olharmos para toda a matriz fóssil no ano de 2022, o setor foi agraciado com 81 bilhões de reais, valor cinco vezes maior que o investimento em energias renováveis, segundo o INESC – Instituto de Estudos Socioeconômicos.
Só que a matriz energética vai além da geração de eletricidade: por ter historicamente privilegiado o modal rodoviário para o transporte de cargas e pessoas, o país tem um alto consumo doméstico de petróleo, cerca de 2,5 milhões barris/dia. E é aqui onde o Brasil tem dado sinais preocupantes: na mais recente versão do Plano de Aceleração do Crescimento, os investimentos em combustíveis fósseis respondem por 335 bilhões, ou seja, 62% do total. Os planos da Petrobras estão colocando nosso país na rota de se tornar um petro-estado global.
A incoerência dos planos energéticos, além da persistência do desmatamento e queimadas – que agora afetam gravemente o Cerrado, a maior savana do planeta – reforça a urgência da ação, alerta Gabriela Yamaguchi. “Estamos em um momento decisivo para garantir que as metas climáticas sejam alcançadas. Às portas da COP 30, que será realizada em Belém, e no ano da COP 16, de Biodiversidade, que será realizada na Colômbia, e liderando as negociações do G20, o Brasil tem a oportunidade de encaminhar acordos importantes e se tornar líder em questões ambientais. Precisamos engajar toda a sociedade nessa luta e a Hora do Planeta cumpre esse papel ao abordar de forma criativa o compromisso ambiental”.
Sobre a Hora do Planeta
Muito mais que apagar as luzes de fachadas, monumentos, residências e prédios públicos, a Hora do Planeta é o maior e mais tradicional movimento global de conscientização sobre a natureza e visa engajar e conscientizar as pessoas sobre os atuais desafios ambientais e sobre a importância de proteger e conservar o planeta. Criada em Sydney, na Austrália, em 2007, a Hora do Planeta é uma ação realizada pela Rede WWF em mais de 190 países e territórios.
Aqui no Brasil, a Hora do Planeta acontece desde 2009, sempre sob a coordenação do WWF-Brasil, que todo ano convida famílias, escolas, empresas e governos a desligar as luzes de suas casas, prédios e monumentos ou dedicar 60 minutos para atividades ligadas ao meio ambiente como um marco simbólico desse eco-despertar.
“Não é possível cuidar do meio ambiente sem colocar as pessoas no centro das decisões. Para que mais e mais pessoas estejam conectadas e engajadas na defesa da natureza, temos de compartilhar informações e conhecimento. Simbolicamente, continuamos a apagar as luzes por uma hora para demonstrar que estamos conscientes dos atuais desafios ambientais e também unidos a milhares de pessoas ao redor do mundo no combate à injustiça climática e ao racismo ambiental. Podemos aprender e compartilhar muito mais para agir. É hora de aliançar. Uma aliança de todos os povos pela vida!”, finaliza Gabriela Yamaguchi – diretora de Engajamento do WWF-Brasil.
FONTE: WWF BRASIL