Grandes empresas no Japão acatam exigências de aumentos salariais feitas por sindicatos
Este ano as negociações salariais de primavera no Japão parecem ser favoráveis aos trabalhadores. Algumas das maiores empresas do país acataram quarta-feira exigências de aumentos salariais feitas por sindicatos.
Pelo quarto ano consecutivo, a Toyota Motor concedeu aos funcionários exatamente o que eles vinham solicitando. O sindicato dos trabalhadores da maior fabricante de veículos do Japão pediu aumento do teto salarial mensal de pouco mais de 28 mil ienes — o equivalente a 190 dólares. A Toyota também aprovou um pagamento de bonificação em valor recorde que corresponde a 7,6 meses de salário.
A companhia siderúrgica Nippon Steel, líder do setor, foi ainda além ao oferecer aumento salarial mensal de 35 mil ienes — o equivalente a quase 240 dólares — valor maior do que o reivindicado pelo sindicato. Em meio a negociações para a aquisição de sua concorrente global americana US Steel, a empresa japonesa destaca a necessidade de contar com os profissionais mais capacitados para enfrentar desafios de negócios no Japão e fora do país.
A gigante de eletroeletrônicos e alta tecnologia Hitachi acatou a exigência do sindicato dos trabalhadores de concessão de aumento de 13 mil ienes — cerca de 90 dólares — ao salário base mensal. Trata-se do maior incremento desde 1998.
O economista-chefe do Instituto de Pesquisa da Seguradora Dai-ichi Life Kumano Hideo estima que venha a ser de 4% a média dos aumentos salariais este ano no Japão. A porcentagem é maior que a do ano passado, que já havia sido a maior em cerca de três décadas.
Ele diz que, em grande número, pequenas e médias empresas, por sua vez, citam o risco de perder clientes caso se vejam obrigadas a aumentar os preços de produtos ou serviços. O economista conclui que agora as firmas pequenas e médias já podem aumentar os preços porque os funcionários de grandes empresas terão mais dinheiro para gastar. Para Kumano, o fator crucial é ver se as empresas menores terão coragem de aumentar também os salários, mesmo que seus negócios enfrentem dificuldades.