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Uma tragédia em três tempos: o ontem, o hoje e o amanhã

Diante da magnitude do que está acontecendo no Rio Grande do Sul, o compromisso do Greenpeace Brasil é contribuir no presente para o alívio do sofrimento do povo gaúcho assim como seguir cobrando – com ainda mais força! – para que tragédias como essa não se repitam no futuro.

O tamanho do desastre que acometeu o Rio Grande do Sul choca, entristece e gera indignação. O número de mortos chegou a uma centena; assim como nas centenas se contam os feridos e os que seguem desaparecidos. Milhares de pessoas tiveram que deixar suas casas, crianças se perderam e se traumatizaram, animais morreram afogados ou foram resgatados em situações dramáticas, milhões de pessoas foram impactadas, enfim, a emergência é palpável, doída e dilacerante.

Aqui, no Greenpeace Brasil, temos membros da equipe gaúchos, com familiares e amigos na região, assim como dois grupos de voluntários no estado – um deles, com base em Porto Alegre. Desde que recebemos as primeiras notícias dos deslizamentos e das enchentes, vimos uma rede imensa de solidariedade se formar em todo o país, e fazer parte desse movimento – seja no acolhimento ao nosso time, seja na articulação para apoio direto no território – nos faz ter esperança na solidariedade como vetor de transformação.

Estamos em contato direto com organizações locais e com os nossos voluntários no estado para apoio em demandas emergenciais, entendendo as necessidades e atuando para endereçá-las. Isso se traduz, por exemplo, no apoio à montagem de cozinhas solidárias para a preparação de marmitas, compra de produtos de higiene e alimentos, envio de um time a campo para apoiar na logística, aquisição e distribuição de milhares de filtros de água potáveis, apoio aos povos indígenas afetados, entre outras ações.

Para seguirmos engrossando essa corrente, no entanto, precisamos do seu apoio! Já demos início à operação de ajuda emergencial, mas o tamanho e o impacto dela dependem do tanto de gente que mobilizaremos nessa grande rede. Infelizmente, os impactos da tragédia não são de curto prazo, e as necessidades do povo gaúcho são muitas.

É importante ressaltar que 100% do valor arrecadado nesta campanha será destinado a ações de apoio às vítimas das enchentes do Sul do país. Você poderá acompanhar nossas entregas, ações em campo, repasses, etc. – com absoluta transparência por meio do nosso site e redes sociais.

É tempo de solidariedade e o Greenpeace Brasil seguirá fortalecendo essa trincheira enquanto for preciso. Se puder, por favor, nos ajude a aumentar essa corrente.

Um olhar para o futuro

Repetidamente, denunciamos políticos e tomadores de decisão que trabalham para desmontar a proteção ambiental, seja flexibilizando as regras para o licenciamento de novos projetos, “desprotegendo” áreas previamente protegidas, avançando sobre áreas de proteção permanente, afirmando que expandir a produção de petróleo e gás em áreas sensíveis é imprescindível, enfim, a lista é – infelizmente – imensa.

Tudo isso tem consequências. É como se estivéssemos contratando novos desastres a cada nova lei do tipo aprovada no Legislativo, a cada sanção do Executivo, a cada derrota no Judiciário.

Repito: estamos contratando desastres futuros ao invés de estarmos atuando para reduzir os impactos daqueles contratados no passado e que não podemos mais evitar.

É preciso muito mais para que nossas cidades se tornem mais seguras e resistentes às variações climáticas extremas e para evitar que tragédias como essa se repitam. Precisamos falar sobre adaptação!

Infelizmente, eventos climáticos extremos como o que assola o Rio Grande do Sul neste momento estão cada vez mais intensos e frequentes e, para enfrentar o cenário de emergência climática, precisamos de políticas públicas concretas que apontem para a adaptação das cidades e para uma cultura sólida de prevenção. Estamos falando de orçamento, de priorização, de seriedade e articulação entre as esferas municipal, estadual e federal.

Só conseguiremos evitar o pior da crise climática, que destrói vidas e sonhos e é cruel especialmente com aqueles que já vivem em condições de vulnerabilidade, se a enfrentarmos com responsabilidade. Para isso, precisamos implementar um plano robusto de adaptação e mitigação, priorizando uma transição energética justa de verdade.

Saiba que não descansaremos enquanto não vencermos essa batalha. Esperamos que você se some também nessa luta, fundamental para mudar os rumos do que estamos contratando para as nossas próprias vidas. Quando milhões de brasileiros se juntam, o resultado – como estamos vendo agora – é alentador. Que assim seja também nos desafios estruturais que vamos enfrentar daqui pra frente.

Carolina Pasquali
Diretora Executiva do Greenpeace Brasil

FONTE: GREENPEACE BRASIL

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