Reunião de Experiência do Paciente do Bloco Pediátrico é realizada na Santa Casa de Marília
Reunião de Experiência do Paciente do Bloco Pediátrico aconteceu no último dia 9 de maio, no salão de reuniões da Santa Casa de Marília. Na oportunidade, foram convidados pacientes e acompanhantes deles.
O superintendente do hospital Márcio Mielo e a diretora assistencial Renata Trinca coordenaram os trabalhos, que contaram com a supervisão do 1º vice-provedor Luiz Antônio Orlando e do 2º vice-provedor José Luiz Carvalho.
A equipe multiprofissional do Bloco Pediátrico acompanhou os relatos dos pacientes e acompanhantes deles.
A primeira experiência foi exposta pela mãe de um paciente de 4 anos que teve várias internações na Santa Casa de Marília, sendo umas mais longas que demandaram um período de adaptação no convívio da mãe e familiares com a equipe de atendimento. Muito aprendizado foi gerado, conforme o depoimento, ressaltando também a paciência dos profissionais no processo de cuidado com o filho dela e elogiando a alimentação e as acomodações do hospital.
A importância do fortalecimento do vínculo foi destacada por profissionais do Bloco Pediátrico. A mãe da criança atendida na Santa Casa de Marília enfatizou ainda que as médicas que o atenderam foram muito atenciosas, explicando as condutas adotadas durante o período de internação.
A dificuldade da mãe em entender o processo do quadro clínico do filho quando a equipe foi planejando a alta e orientou a mãe sobre a necessidade de um Home Care foi reconhecida por ela própria. Porém, com todas as explicações assertivas da equipe multidisciplinar ela conta que compreendeu a necessidade.
A mãe do paciente de 4 anos destacou ainda o medo constante vivido por conta do estado de saúde do filho e por esta razão, eram buscadas constantemente informações junto à equipe de enfermagem do Bloco Pediátrico sobre o estado clínico da criança, bem como em relação às medicações.
Fragilidade no que diz respeito ao atendimento de fisioterapia foi apontada pela mãe e a partir do que foi constatado, agora a equipe de profissionais da Santa Casa de Marília vai se reunir para apontar soluções para sanar a fragilidade apontada no referido processo de assistência.
Outra mãe de paciente que ficou internado 20 dias no Bloco Pediátrico, entre UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e Enfermaria, disse que não foi fácil ver o filho entubado, relatou o choque para a família com a chegada de muitas informações ao mesmo tempo e mudanças constantes no quadro clínico do paciente.
Ela disse que é difícil para a família saber que o bem mais precioso, que é o filho dela, estava em um leito de UTI. A mãe fez questão de acompanhar todo o período de internação e ficou feliz em ouvir de uma profissional de enfermagem a seguinte frase: “Estou cuidando do seu filho como se fosse meu filho”. Por outro lado, também disse ter ouvido frase desagradável de outro profissional: “Não sei porque a mãe fica aqui com o filho entubado, ele não entende nada”.
“Muitas vezes estava ali exausta. Sem comer direito, sem banho e depois disso pensei até em pedir para transferirem meu filho de hospital. Por outro lado, vi que existia acolhimento verdadeiro por parte de muitos profissionais e uma delas chegou até a fazer um travesseiro para eu dormir, gesto este que jamais esquecerei, ficando gravado em meu coração”, disse a mãe da criança.
A falta de TV adequada com canais de desenhos em leitos de isolamento da enfermaria foi apontada como lacuna existente pela mãe do paciente. “É um ponto angustiante quando uma criança fica em leito de isolamento e não pode sair do leito. Uma TV com canal de desenhos ajudaria a descontrair a criança neste período de internação”, destacou a mãe.
O superintendente da Santa Casa de Marília, Márcio Mielo, finalizou a reunião com reflexões a serem feitas junto às equipes de profissionais do hospital. Ressaltou ainda a importância do cuidado centrado do paciente e da atenção que deve ser dada aos acompanhantes deles, na maioria das vezes familiares. “Estabelecer vínculos com as famílias é muito importante. O plano terapêutico precisa ter este olhar e as discussões dos casos devem acontecer em conjunto, atentando-se sempre para o acolhimento aos pacientes e acompanhantes deles”.